Yamaha lança moto de 2021 e confirma permanência na MotoGP até 2026
Lin Jarvis, chefe da Yamaha, não descarta negociar com VR46 para assumir vaga de equipe satélite da montadora a partir de 2022
A segunda-feira foi muito movimentada para a Yamaha na MotoGP. A montadora japonesa revelou a moto M1 que Maverick Viñales e Fabio Quartararo correrão em 2021 e confirmou também que assinou com a Dorna Sports a sua permanência no grid do Mundial para o ciclo de 2022 a 2026.
Pela primeira vez desde o seu retorno da Ducati, em 2013, Valentino Rossi não faz parte da dupla da equipe oficial da Yamaha, tendo sido substituído ainda no começo de 2020 pelo francês Fabio Quartararo, trocando de lugar com o piloto da Petronas SRT. Quartararo terá como companheiro de equipe Maverick Viñales, que corre com a montadora desde 2017.
A pintura da Yamaha é similar à da temporada passada, já que manteve o patrocínio máster da marca de bebidas energéticas Monster.
Em 2020, a Yamaha venceu metade das corridas da temporada, mas sofreu com uma moto inconsistente. Com isso, Franco Morbidelli, correndo com uma M1 de 2019 na Petronas SRT, foi o melhor entre os quatro pilotos da montadora. Na equipe oficial, Viñales venceu a disputa interna com Rossi, terminando em sexto no Mundial com a vitória no GP da Emilia Romagna.
Já Quartararo, que dominou a primeira rodada dupla do Mundial e era visto como o favorito ao título sem Márquez no grid, viu sua performance cair consideravelmente ao longo do ano. Apesar de ainda conquistar uma terceira vitória, não subiu ao pódio nenhuma outra vez e ficou apenas em oitavo no Mundial.
Viñales e Quartararo sempre foram muito vocais sobre as deficiências da M1 de 2020, com o último admitindo que a última parte da campanha a moto tornava "impossível" pensar em vitórias.
A Yamaha também se envolveu em controvérsias no final da temporada, quando foi julgada culpada de correr com motores não-homologados no GP da Espanha, primeira vitória de Quartararo no ano.
Devido a um "descuido interno", revelado por um fornecedor, foi descoberto que a Yamaha tinha válvulas ilegais em seus motores na primeira corrida de Jerez. Mesmo com a vitória de Quartararo, as unidades se mostraram pouco confiáveis, com Viñales e Rossi perdendo seus motores já no primeiro final de semana.
Em 2021, o ex-piloto da Tech3, Cal Crutchlow, será o piloto de testes da Yamaha, substituindo Jorge Lorenzo.
Enquanto isso, Rossi e Morbidelli estarão presentes no lançamento da Petronas SRT, marcado para 18 de fevereiro.
No evento de lançamento da M1, a Yamaha aproveitou para oficializar sua permanência no grid da MotoGP para o ciclo de 2022 a 2026. A montadora japonesa é a quarta a renovar o contrato com a Dorna Sports, após KTM, Ducati e Honda. A expectativa é de que Suzuki e Aprilia assinem também nas próximas semanas.
Essa será a 60ª temporada da Yamaha no Mundial de Motovelocidade, tendo estreado em 1961. Em seus anos na classe principal, conquistou 17 títulos de pilotos, começando com Giacomo Agostini em 1975 e o mais recente sendo em 2015, com Jorge Lorenzo.
Na semana passada, a Dorna anunciou também um novo acordo de cinco anos, com a Associação Internacional de Equipes de Corrida (IRTA), firmando seu compromisso com as equipes independentes do grid até 2026. No momento, a LCR e a Gresini já estão confirmadas neste novo ciclo.
A confirmação da Yamaha levanta também uma dúvida sobre quem será a equipe satélite da montadora neste novo ciclo. Apesar da Petronas SRT ser a atual satélite, o acordo vai até o final deste ano, Lin Jarvis, chefe da equipe, não descartou uma negociação com a VR46, de Valentino Rossi, que deve assumir as operações da Avintia no próximo ano.
"É verdade que temos um acordo de três anos com a Petronas, que chega ao fim neste ano. E, como vocês viram na semana passada, a IRTA também está confirmada para este período. Então, teremos um período de renegociação com as equipes satélites em geral e acredito que não seja apenas a Yamaha que estará no meio disso".
"Na nossa situação, a Petronas está indo muito bem desde que a nossa parceria começou. Não há como questionar sua capacidade como equipe. Se a VR46 entrará ou não, essa é a questão. Pelo que eu entendo, eles possuem uma opção, que uma hora vai expirar. Eu acredito que eles estejam considerando seriamente entrar".
"Então a Yamaha seguirá discutindo os candidatos disponíveis. E acredito que isso signifique Petronas e VR46, por causa do nosso relacionamento de longo prazo com a companhia. As negociações não começaram ainda. Devemos iniciar em abril ou maio".
Yamaha YZR-M1, Yamaha Factory Racing
Photo by: Yamaha MotoGP
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