Há 30 anos, morria Tim Richmond por conta da AIDS
Piloto que destoava do cenário da maior categoria do automobilismo norte-americano teve morte polêmica, negando ter o vírus HIV até os últimos dias de vida
Há exatos 30 anos, chegava ao fim a vida de Tim Richmond, piloto da NASCAR, que somou 13 vitórias em toda sua carreira, chegando à terceira colocação no campeonato de 1986, sem melhor ranking.
Mas, a morte precoce do piloto nascido em Ashland, Ohio, não foi por causa de um acidente na pista, como infelizmente acontece no esporte a motor. O falecimento de Richmond sempre foi cercado de mistério em relação ao seu estado de saúde nos últimos anos de vida, com o vírus da AIDS se tornando protagonista sendo um enigma sobre a forma de contágio e os sintomas na época.
Durante boa parte de sua história, pilotos da NASCAR eram caracterizados pela origem sulista, os chamados “rednecks” ou “caipiras”, com este cenário mudando nas últimas duas décadas. Durante os anos 1980 um “intruso” invadiu este espaço, com um estilo de vida diferente, sendo um playboy no meio da turma tão estereotipada para o mundo.
Tim Richmond destoava dos outros pilotos do grid, morando em um barco, com roupas de grife e sempre bem humorado, especialmente em frente às câmeras, não escondendo o charme com as mulheres.
Com uma pequena passagem pela Indy no início da década, ele conseguia aos poucos crescer na NASCAR, chegando a uma das principais equipes do grid, a Hendrick Motorsports, que viria a ser uma das gigantes da categoria nos anos seguintes, abrigando nomes como Jeff Gordon, Jimmie Johnson, Dale Earnhardt Jr., entre outros.
Em 1986, Richmond teve o seu melhor ano, conseguindo sete vitórias - mais do que qualquer outro oponente - e conquistando a terceira colocação no campeonato. Mas naquele mesmo ano, começaram a surgir boatos sobre seu estado de saúde, por conta de problemas respiratórios. No dia seguinte ao banquete anual da categoria, que homenageia os principais pilotos de cada temporada em Nova York, ele chegou a ser internado. Nas 500 Milhas de Daytona de 1987 era reportado que ele ainda tinha um quadro de pneumonia dupla, e os boatos sobre ele ter adquirido o vírus HIV começavam a surgir.
Richmond conseguiu voltar ainda em 1987, e de forma arrebatadora, ao vencer em Pocono e no circuito misto de Riverside, na Califórnia, no que parecia se desenhar uma história de superação. Mas foi por pouco tempo. Após mais seis corridas, ele acabou se desligando da Hendrick Motorsports.
Tim Richmond comemora vitória em Riverside, no que se tornaria a última da carreira
Photo by: NASCAR Media
Novo ano e nova tentativa de voltar às pistas da maior categoria do automobilismo norte-americano, mas sem sucesso, já que Richmond testou positivo para substâncias proibidas pela NASCAR, como Sudafed e Advil, sem ter tido autorização médica. Mais tarde, o piloto processou a categoria por conta da suspensão.
Enquanto lutava para voltar a correr, os rumores sobre seu estado de saúde só aumentavam, com o piloto sempre negando. Já em 1989, Richmond foi morar na Flórida onde acabou hospitalizado definitivamente e morrendo no dia 13 de agosto.
Dez dias depois, a família organizou uma coletiva de imprensa, afirmando que Richmond havia morrido em decorrência das complicações do vírus HIV. O piloto teria adquirido a doença de uma mulher desconhecida. Mais tarde naquele ano, mais de 90 pilotos e membros de equipes fizeram testes do vírus da AIDS.
Confira imagens da carreira de Tim Richmond na pista
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