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Doria acredita que Mundial de Kart e Rally dos Sertões ajudem a manter F1 em São Paulo

Nesta sexta, Governador anunciou que a largada do Rally dos Sertões de 2020 será em São Paulo. CEO da categoria informou que chegada será no Ceará

Anúncio do Rally dos Sertões em São Paulo - Governador de São Paulo João Dória e CEO da categoria Joaquim Monteiro

São Paulo vai ser o ponto de partida do Rally dos Sertões de 2020, que começa em agosto. Além disso, o interior paulista vai ter uma etapa da Sertões Series de Rally, em 30 e 31 de maio. O anúncio foi feito nesta sexta, no Palácio dos Bandeirantes pelo Governador João Doria e Joaquim Monteiro, CEO do Rally dos Sertões.

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De acordo com Monteiro, "São Paulo é a nova realidade do Rally dos Sertões". O CEO da competição destacou ainda que com a realização da prova, os fãs da categoria vão descobrir que a cidade não possui apenas áreas urbanas: "A Sertões Series, o Rally de São Paulo vai mostrar um lado do estado que pouca gente conhece".

Segundo Doria, que recentemente anunciou o Mundial de Kart em Birigui, no interior de SP, eventos de automobilismo na capital podem ajudar a manter a Fórmula 1 em Interlagos.

"Sim, facilita [a permanência da F1]. Ele é o indutor do processo", afirmou o Governador. "Por isso trouxemos o mundial de kart, pois ele é um evento de preparação. Por isso nós investimos muito, já que é uma categoria que prepara os pilotos para a F1. Estamos já em negociações para trazer outras categorias do automobilismo mundial ao autódromo de Interlagos".

Veja vídeo da apresentação do Rally dos Sertões em São Paulo

 

O site oficial da categoria informa que a entrada da capital paulista no calendário faz parte da ampliação da competição, que tem como objetivo percorrer as cinco regiões do país a partir de 2022. 

"A largada dos Sertões 2020 será dada da cidade de São Paulo, rumo ao litoral do Ceará", afirmou Monteiro. No futuro, o rali será disputado "do Oiapoque ao Chuí".

Anúncio do Rally dos Sertões em São Paulo - Governador de São Paulo João Dória e CEO da categoria Joaquim Monteiro

Anúncio do Rally dos Sertões em São Paulo - Governador de São Paulo João Dória e CEO da categoria Joaquim Monteiro

Photo by: Gustavo Faldon

Fórmula 1 no Brasil

Desde maio deste ano, Rio de Janeiro e São Paulo estão travando uma disputa pelo direito de sediar o GP do Brasil de F1. Com o anúncio dos planos de construção de um novo autódromo na capital carioca, o Presidente da República Jair Bolsonaro passou a defender publicamente a transferência da categoria para o estado.

Do outro lado, João Doria tem se esforçado para convencer os promotores da F1 que a tradição da prova em Interlagos e o fato de já existir um autódromo e infraestrutura na região, tornam a capital paulista a favorita para receber a prova.

Durante o evento de anúncio da etapa do Rally dos Sertões em São Paulo, o Governador afirmou que tem tido reuniões com a Liberty Media, grupo que controla a F1.

"Temos tido dialogo constante com a Liberty. Oportunamente vamos ter uma comitiva para anunciar isso. Eu respeito muito o Rio de Janeiro, morei lá inclusive. Mas não faz sentido o RJ colocar R$ 1 bilhão pra construir um autódromo. Não temos necessidade de estabelecer rivalidades desnecessárias. São Paulo já tem tradição de mais de 25 anos na F1. Aguardo informações a respeito. Mas estou otimista".

Confira um raio-x sobre São Paulo e Rio de Janeiro na F1:

Até hoje, foram disputados 47 GPs do Brasil de Fórmula 1, de maneira ininterrupta. A edição inaugural, em 1972, vencida pelo argentino Carlos Reutemann, não valeu pontos para o campeonato daquele ano. Na foto, Luiz Pereira Bueno, sexto colocado.
Um dos responsáveis pela vinda da categoria ao Brasil foi Antonio Carlos Scavone, ex-piloto da F3 que também comentava provas na Rede Globo. Sua morte, em 1973, veio após a queda de um avião para a transmissão do GP da Grã-Bretanha daquele ano, junto com Julio de Lamare, primeiro diretor de esportes da emissora.
A primeira edição valendo pontos foi em 1973, com triunfo de Emerson Fittipaldi.
Fittipaldi repetiu o feito em 1974 e na edição seguinte aconteceu o único triunfo de José Carlos Pace, que hoje dá nome ao Autódromo de Interlagos.
O autódromo de Jacarepaguá foi inaugurado em 1966 com o nome de Nova Caledônia. Ele foi reformado e reinaugurado em 1977, recebendo a F1 em 1978, com nova vitória de Reutemann...
...e primeiro pódio da equipe Copersucar.
Interlagos voltaria a receber a F1 nas duas edições seguintes, em 1979 e 1980, com triunfos franceses, de Jacques Laffite e René Arnoux, respectivamente.
Por falar na França, Alain Prost é o maior vencedor do GP do Brasil, com seis vitórias: cinco em Jacarepaguá e um em Interlagos, na volta do GP a São Paulo.
Jacarepaguá recebeu o GP regulamente de 1981 a 1989, sendo até palco de treinos de pré-temporada da F1 em algumas ocasiões.
O circuito testemunhou a estreia de Ayrton Senna na Fórmula na edição de 1984.
Em 1986, uma corrida histórica: dobradinha brasileira, com vitória de Nelson Piquet e segunda colocação de Senna.
Após a edição de 1989, o Rio de Janeiro demonstrou interesse em deixar de receber a corrida, o que motivou a volta de Interlagos para o calendário da F1.
Piero Gancia, então presidente da Confederação Brasileira de Automobilismo (CBA), foi atrás do apoio da Prefeitura de São Paulo e conseguiu o “sim” de Luiza Erundina para bancar uma reforma de modernização do circuito paulistano. Senna dava ajuda política dentro da FIA para a volta.
O antigo traçado de 7.960 metros foi deixado de lado para um novo de 4.325, o que deixa muitos fãs aborrecidos até os dias de hoje.
Desde então, a F1 acontece em Interlagos, com alguns momentos marcantes, como a primeira vitória de Senna no Brasil, em 1991.
A partir de 2004, o GP do Brasil começou a ser realizado na parte final do calendário da F1, o que possibilitou a decisão de alguns títulos, como o bicampeonato de Fernando Alonso (2005 e 2006).
Felipe Massa venceu com macacão verde-amarelo, mesmo fazendo parte da Ferrari, em 2006.
Em 2008, um dos momentos mais emblemáticos, com a inesquecível disputa entre Massa e Hamilton.
A edição de 2020 será a última do atual contrato envolvendo São Paulo e F1. Uma pista ainda a ser construída em Deodoro aparece como opção, sendo a preferida do presidente Jair Bolsonaro, fiador político do projeto.
Do outro lado, o prefeito de São Paulo, Bruno Covas, e o governador, João Doria, apostam na manutenção de Interlagos como sede do GP do Brasil.
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