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Barrichello relembra única vez que partiu para briga na F1: "Chama um maior que você não vai dar"

Piloto brasileiro 'tirou satisfação' com Jaime Alguersuari após incidente no GP do Canadá de 2010

Rubens Barrichello, Williams F1 Team and Jaime Alguersuari, Scuderia Toro Rosso

XPB Images

Piloto com mais corridas disputadas na história da Fórmula 1 (322 GPs), o brasileiro Rubens Barrichello sempre foi um dos personagens mais queridos da categoria máxima do automobilismo mundial. Entretanto, até os competidores mais simpáticos têm seu dia de fúria.

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Com 'Rubinho', não foi diferente. Em entrevista exclusiva ao Motorsport.com via live de Instagram, o paulistano falou sobre a única vez em que ficou fora de si e partiu para cima de um adversário em função de um incidente na pista.

O episódio ocorreu no GP do Canadá de 2010. Naquela ocasião, o brasileiro fazia boa prova de recuperação com a Williams, mas foi atrapalhado pelo espanhol Jaime Alguersuari, da Toro Rosso. Foi o estopim para a ira de Barrichello. Veja o divertido relato no vídeo abaixo:

"Eu sempre fui uma pessoa que, se tem um problema, eu vou resolver. Para mim, sempre foi assim na vida. Se eu tenho um problema, eu vou tentar resolver. A única vez que eu realmente estava fora de mim foi em 2010, em Montreal", relembra Rubinho.

"Eu vinha numa recuperação muito forte, muito, muito forte. Tem a curva 5, que é uma curva com pé embaixo, muito rápida. E aí tem a sequência esquerda e direita para pegar uma reta. E eu acho que a pista estava secando, alguma coisa assim".

"E eu botei por dentro do Alguersuari e ele não me viu. Quando ele associou que eu estava passando, ele fez uma tentativa de fechar a porta, mas era muito tarde. Eu vinha numa velocidade de uns 10 km/h a mais".

"E aí, eu vi o céu, caí no chão, e perdi os brake ducts, a entrada de ar para o disco de freio. E aí, meu deus do céu... Primeiro, eu perdi os freios, que o Canadá requer muito", seguiu o piloto brasileiro. Relembre seus carros e sua carreira no automobilismo:

1993: Jordan, 18º no campeonato (2 pts). Barrichello esteve na F1 entre 1993 e 2011, com 326 participações e 322 largadas. É o recordista absoluto na história da categoria.
1994: Jordan, 6º no campeonato (19 pts). Com passagens por Jordan, Stewart, Ferrari, Honda, Brawn e Williams, Barrichello conquistou 11 vitórias na carreira - é o 27º na história, empatado com Felipe Massa e Jacques Villeneuve.
1995: Jordan, 11º no campeonato (11 pts).
1996: Jordan, 8º no campeonato (14 pts)
1997: Stewart, 13º no campeonato (6 pts)
1998: Stewart, 12º no campeonato (4 pts)
1999: Stewart, 7º no campeonato (21 pts)
2000: Ferrari, 4º no campeonato (62 pts). A primeira vitória na F1 veio na Alemanha, em 2000. Largando de 18º, Barrichello conseguiu a terceira maior recuperação da história da categoria, ficando atrás apenas de John Watson (22º - EUA, 1983) e Bill Vukovich (19º - Indy 500, 1954).
2001: Ferrari, 3º no campeonato (56 pts)
2002: Ferrari, vice-campeão (77 pts)
2003: Ferrari, 4º no campeonato (65 pts)
2004: Ferrari, vice-campeão (114 pts)
2005: Ferrari, 8º no campeonato (38 pts). O brasileiro foi 68 vezes ao pódio.
2006: Honda, 7º no campeonato (30 pts)
2007: Honda, 20º no campeonato (0 pts)
2008: Honda, 14º no campeonato (11 pts)
2009: Brawn, 3º no campeonato (77 pts). Foram 21 poles na F1.
A última vitória de Barrichello na F1 foi no GP da Itália de 2009.
Desde então, o Brasil não esteve mais no topo do pódio.
2010: Williams, 10º no campeonato (47 pts)
2011: Williams, 17º no campeonato (4 pts)
2012 (Indy): KV, 12º no campeonato (289 pts)
2013 (Stock Car): Full Time, 8º no campeonato (120 pts)
2014 (Stock Car): Full Time, campeão (234 pts)
2015 (Stock Car): Full Time, 4º no campeonato (188 pts)
2016 (Stock Car): Full Time, vice-campeão (295 pts)
2017 (Stock Car): Full Time, 5º no campeonato (251 pts)
2018 (Stock Car): Full Time, 4º no campeonato (242 pts)
2019 (Stock Car): Full Time, 5º no campeonato (310 pts)
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"E eu passei a corrida inteira pensando: 'Bom, o cara detonou a minha corrida, eu quero só saber se o Charlie Whiting [ex-diretor de provas da F1] está ouvindo, porque ele precisa punir'. E nada... Não tinha punição, não tinha punição".

"Eu passei a minha corrida 'noiado', porque o cara acabou com a minha corrida e não tinha sido nem visto o negócio. E foi tão perigoso, sabe... Eu saí do carro e fui direto na Toro Rosso e falei com o cara. Foi a única vez que fiz isso".

"Agora vai ver"

"Falei para ele assim: 'Você não me viu?'. E ele falou assim: 'Não, não te vi'. E eu: 'Agora vai ver'. E bati o capacete dele... Botei a minha mão para dentro [do capacete] e bati", confessou Barrichello de forma bem-humorada.

"E aí chegou um mecânico dele, um baixinho, falando 'para, para, para'. Eu falei: 'Cara, chama um maior, porque você não vai dar'. Eu estava tão fora que foi a única vez. E esse mecânico dá risada comigo até hoje".

"Porque eu juro, foi tão natural que eu disse assim: 'Chama um maior que você não vai dar'. E aí continuei [a bater o capacete de Alguersuari] e soltei. Soltei o negócio e saí, virei as costas e fui embora".

"Assim, eu estava transtornado. Mas vou contar uma coisa: na minha carreira de 30 anos, me envolvi em uma coisa só. Mas como pai de piloto, você não tem noção... É muito pior, mas é muito pior. Você quase se envolve [em alguma confusão] em quase toda corrida. É pai contra pai... Se vier mecânico, sai correndo que os bichos são brutos, vem ferramenta... Aí não dá", completou o piloto do Brasil.

Barrichello e cia: relembre todos os pilotos brasileiros da história da Fórmula 1

Chico Landi - de 1951 a 1956 - 6 corridas
Gino Bianco - 1952 - 4 corridas
Hermano da Silva Ramos - 1956 e 1957 - 7 corridas
Fritz d'Orey (#40) - 1959 - 3 corridas
Emerson Fittipaldi - de 1970 a 1980 - 144 corridas, 2 títulos (1972-1974) e 14 vitórias
Wilson Fittipaldi - de 1972 a 1975 - 35 corridas
José Carlos Pace - de 1972 a 1977 - 72 corridas - 1 vitória
Luiz Pereira Bueno - 1973 - 1 corrida
Ingo Hoffmann - 1976 e 1977 - 3 corridas
Alex Dias Ribeiro - de 1976 a 1979 - 10 corridas
Nelson Piquet - de 1978 a 1991 - 204 corridas, 3 títulos (1981, 1983 e 1987), 23 vitórias
Chico Serra - de 1981 a 1983 - 18 corridas
Raul Boesel - de 1982 a 1983 - 23 corridas
Roberto Moreno - de 1982 a 1995 - 42  corridas
Ayrton Senna - de 1984 a 1994 - 3 títulos (1988, 1990 e 1991) 161 corridas, 41 vitórias
Mauricio Gugelmin - de 1988 a 1992 - 74 corridas
Christian Fittipaldi - de 1992 a 1994 - 40 corridas
Rubens Barrichello - de 1993 a 2011 - 322 corridas - 11 vitórias
Pedro Paulo Diniz - de 1995 a 2000 - 98 corridas
Ricardo Rosset - de 1996 a 1998 - 26 corridas
Tarso Marques - de 1996 a 2001 - 24 corridas
Ricardo Zonta - de 1999 a 2005 - 36 corridas
Luciano Burti - 2000 e 2001 - 15 corridas
Enrique Bernoldi - de 2001 a 2003 - 28 corridas
Felipe Massa - de 2002 a 2017 - 269 vitórias - 11 vitórias
Cristiano da Matta - 2003 e 2004 - 28 corridas
Antonio Pizzonia - de 2003 a 2005 - 20 corridas
Nelsinho Piquet - 2008 e 2009 - 28 corridas
Bruno Senna - de 2010 a 2012 - 46 corridas
Lucas di Grassi - 2010 - 18 corridas
Felipe Nasr - 2015 e 2016 - 39 corridas
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VÍDEO: Barrichello relembra em detalhes o dia em que Senna socou Irvine na F1 

PODCAST Motorsport.com: Quais pilotos mereciam ganhar títulos da F1 e não levaram?

 

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