Alex Dias Ribeiro faz relato emocionante de relação com Wilsinho Fittipaldi após morte do amigo, ídolo e companheiro
"Quando me vi diante do meu ídolo, fiquei tão chocado que não consegui mais falar, a sensação que eu tinha era que eu tinha que me ajoelhar diante dele"
Nesta sexta-feira, o mundo do automobilismo se entristeceu com a morte de Wilsinho Fittipaldi, um dos nomes mais importantes do esporte a motor brasileiro. Ao Motorsport.com, o amigo Alex Dias Ribeiro fez um relato emocionante da relação com o ídolo e também chefe na Copersucar.
"A primeira fase [da relação com Fittipaldi Jr.] foi a de ídolo, quando eu era menino e vivia correndo nas ruas de Brasília... A segunda parte foi quando eu o conheci pessoalmente. Me lembro que a gente veio [para São Paulo] de Brasília para o salão do automóvel, resolvemos visitar várias 'speed shops' e o pessoal que mexia com corrida, e um dia batemos na porta da fábrica de volantes Fittipaldi", relatou Dias Ribeiro à reportagem.
"Era sábado, não tinha ninguém, a fábrica estava fechada, mas nós batemos na porta e Wilsinho abriu. Não esperávamos vê-lo cara a cara. Quando me vi diante do meu ídolo, fiquei tão chocado que não consegui mais falar, a sensação que eu tinha era que eu tinha que me ajoelhar diante dele, mas a reação do meu sócio foi diferente... Mais corajoso, ele falou: 'Viemos aqui e queremos ser representantes dos volantes Fittipaldi em Brasília e tal'. O Wilsinho estava de bom humor".
"Ele nos mostrou a fábrica inteira, depois nos levou até Interlagos para ver como é que andava seu irmão caçula (Emerson), que naquela época não era muito conhecido, e o irmão estava amaciando os motores de kart em Interlagos, na pista grande. Nós chegamos lá, ele apresentou o Emerson para a gente, e nós voltamos maravilhados, nos sentindo enturmados com a fina flor do automobilismo brasileiro daquela época", seguiu Alex.
"A terceira fase foi quando ele já estava na Copersucar F1 e me honrou com o convite para fazer três corridas, uma em Imola, com o modelo F5 (1979), que começou muito bem. Era uma corrida fora do campeonato para homologar Imola para futuras corridas de Fórmula 1. Infelizmente o carro pifou, mas eu andei muito bem, o F5 era um carro magnífico, muito fácil de guiar, muito previsível, só que ele estava meio defasado em relação aos carros-asa, com efeito-solo."
Alex Dias Ribeiro
Photo by: Motorsport Images
"[Depois] nós fomos para os Estados Unidos e lá eu corri com o F6, que era complicado, um carro cheio de problema estrutural. Andei no carro novo, tirado da caixa, que era o reserva do Emerson, e depois de meia hora de treino, tinha uma trinca no painel, que era parte integrante do chassi. Foi bem triste essa minha última tentativa, mas sou grato aos Fittipaldi por me darem essa chance", seguiu Dias Ribeiro.
"Como homem, [Wilsinho foi] um grande empreendedor, com uma coragem enorme de fabricar um carro de F1 no Brasil. Imagina, até os carros que não eram fabricados na Inglaterra tinham suas equipes na Inglaterra, com equipes de engenheiros, e ele veio com uma proposta toda nova, idealística, mas que não deu certo. Infelizmente, um projeto maravilhoso de produzir um carro de F1 no Brasil foi por água abaixo com as críticas pela pouca performance nas pistas."
"Foram incompreendidos os irmãos Fittipaldi. Pediram apoio financeiro daqui do País e tiveram que abortar o projeto quando as coisas não deram certo, também na Inglaterra, quando eles passaram a operar e fabricar lá com novos projetistas, mas pela visão de empresário realmente foi um negócio que precisa ser valorizado e entendido como um legado para o automobilismo brasileiro como um todo", completou Alex ao Motorsport.com.
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