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ANÁLISE: Como Button pode ajudar a Williams em sua "volta" à F1

O retorno do campeão de 2009 à equipe que o revelou na F1 pode ser o caminho que a Williams precisa para seguir crescendo

Jenson Button, McLaren

Quase 21 anos depois de ser anunciado como piloto da Williams na Fórmula 1 para a temporada 2000, Jenson Button está de volta a Grove. Desde então, o britânico conquistou um mundial, venceu 15 GPs, derrotou Lewis Hamilton como companheiro de equipe e se colocou como um dos melhores pilotos da F1 antes de sua aposentadoria, em 2016.

A vida pós-F1 tem sido boa para Button. Ele venceu a Super GT no Japão, correu nas 24 Horas de Le Mans na LMP1, mudou-se para os Estados Unidos e tem dois filhos. Ele também passou a ser dono de uma equipe de carros esportivos que venceu em sua estreia no campeonato britânico de GT em 2020, além de atuar como comentarista na Sky Sports F1.

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Mas o anúncio surpresa da sexta, de que Button voltaria para a Williams como conselheiro sênior, foi um passo interessante para todos os envolvidos. Isso mostra que Button não vê sua história com a F1 como encerrada, encarando um novo desafio, diferente do que vinha fazendo.

E isso diz muito também sobre a Williams e a gestão da Dorilton Capital, mostrando o quão diferentes estão as coisas.

Diferente de outros esportes, onde os ex-jogadores acabam virando técnicos ou diretores, a F1 não tem muitos ex-pilotos em cargos de gerenciamento. É mais comum vê-los como comissários de provas. Do grid, os que chegam mais próximos disso são Christian Horner, que chegou até a Fórmula 3000 no final dos anos 1990 e Helmut Marko, que disputou nove GPs com a BRM na década de 1970.

Nicholas Latifi, Williams FW43

Nicholas Latifi, Williams FW43

Photo by: Steven Tee / Motorsport Images

A Dorilton já estabeleceu uma equipe de gerenciamento forte, apontando o ex-chefe de automobilismo da Volkswagen, Jost Capito, como novo CEO para trabalhar com Simon Roberts - que conhece Button de seus anos na McLaren. Para uma empresa que não é do ramo do automobilismo, quanto mais gente da área, melhor ainda.

Esse é também mais um passo para a Williams fugir do modo de gerenciamento antigo. A chegada de Capito foi significativa, com uma abordagem similar ao que foi visto na McLaren e na Alpine. Enquanto Roberts cuida do dia a dia da equipe, Capito cuida da parte de gerenciamento e problema mais significativos. A decisão de adotar mais peças da Mercedes a partir de 2022 mostra também uma abertura maior da Williams, que sempre defendeu sua independência no passado.

Trazer um piloto como conselheiro sênior também é um novo passo para a Williams, ou qualquer equipe de F1. Michael Schumacher foi o último a fazer isso, na Ferrari, após sua primeira aposentadoria, mas isso era visto como um modo natural de mantê-lo próximo da equipe. Já agora, Button não teve um relacionamento recente com a Williams. A última ligação pública entre as partes foi há mais de 15 anos, quando se livrou de um contrato para seguir com a Honda.

O anúncio da Williams diz que Button "dará aconselhamento à equipe em Grove, além de ajudar no desenvolvimento dos pilotos da equipe e da Academia". Não há sugestões de que sua função será similar à de Marko. Seu foco é nos pilotos, George Russell e Nicholas Latifi, ajudando a tirar o máximo deles na pista.

É um papel que Button saberá executar muito bem. Falando com o Motorsport.com no ano passado durante a final do Britânico de GT com a sua equipe, a Jenson Team Rocket RJN, ele disse: "Eu não sento para discutir parte financeira. Falamos disso, mas, para mim, o mais importante é ouvir os pilotos. Minha força está aí".

"Já estive envolvido com equipes ao redor do mundo por muitos anos, e entender esse relacionamento piloto-engenheiro é essencial, então sempre converso com os pilotos. Fazemos teleconferências e todos acompanhamos, porque é importante ouvir o que eles têm a dizer, discutir o que deu errado e o que pode ser melhor. E eles também falam onde eles acreditam que podem melhorar".

Jenson Button, Williams BMW FW22

Jenson Button, Williams BMW FW22

Photo by: Sutton Images

Esse é o tipo de conhecimento que ele pode trazer. Button sabe como é fazer parte de equipes de ponta e de fundo de grid. Poucos tem esse tipo de experiência. E por mais que Russell tenha impressionado até aqui, ele tem apenas dois anos na F1, enquanto Latifi tem apenas um. Ter Button ao lado será valioso.

Há também um componente de marketing. Após o anúncio, as pessoas brincavam no Twitter perguntando que ano era, já que muitos achavam que ele estava voltando como piloto. Isso colocou a Williams no holofote, o que é bom para uma equipe que luta para crescer novamente.

A dedicação de Button ao papel será importante. Ele falou anteriormente sobre como seu amor pela F1 havia minguado no final da carreira, mas, em vez de insistir, ele se sentiu feliz ao declarar o ponto final e seguir outras oportunidades. Como ele mesmo disse: "Não faz sentido ter seu nome ligado a algo que não é incrível".

Esse é um papel que ele assumiu porque gostou do desafio e está pronto para ajudar.

"Vou dar o meu melhor para ajudar a levar a equipe de volta à ponta. Mal posso esperar para chegar em Grove, passar tempo com os pilotos e os funcionários. Há muito a ser feito antes da temporada".

Button fez muita coisa desde que saiu da F1, mas está pronto para voltar. Mesmo mantendo sua função de comentarista, se sua dedicação nas experiências anteriores for prova, a Williams só tem a ganhar.

Assim como foi em 2000, a contratação de Jenson Button pode ser um bom negócio para a Williams.

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Jenson Button meets with Frank Williams

Jenson Button meets with Frank Williams

Photo by: Sutton Images

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