Análise: mercado de pilotos esquenta já de olho em 2019
A última semana contou com anúncios de pilotos muito significativos na F1, o que ajudou a preencher as lacunas que ainda existem na lista de inscritos para a temporada de 2018.
E, enquanto ainda há um longo caminho pela frente antes que haja o cenário completo, a atenção já está voltada a 2019, quando espera-se uma completa confusão no mercado de pilotos.
A notícia de que a Renault não quer fornecer motores para a Red Bull além da próxima temporada, deixando a Honda como última opção para a equipe, deixou tudo ainda mais divertido.
Max Verstappen e Daniel Ricciardo estão, agora, mais motivados que nunca para analisar as demais opções. O chefe da equipe, Christian Horner, ainda está esperançoso em manter a Renault.
Há alguns anos, a fabricante francesa assinou um novo e lucrativo acordo com Bernie Ecclestone para ajudar a pagar seu retorno como equipe oficial, e uma das condições para isso é que a Red Bull continuaria sendo sua fornecedora de motores por cinco anos.
Fontes com conhecimento da situação indicam que não há escapatória para a Renault neste comprometimento.
Renovações de contrato foram confirmadas para Valtteri Bottas na Mercedes e Sergio Pérez na Force India, enquanto que o empréstimo de Carlos Sainz para a Renault enfim foi solucionado.
Os três casos são válidos apenas para 2018, o que aumenta a lista de pilotos que estarão livres para trocar de equipes e de vagas em aberto para 2019.
Talvez a situação mais intrigante seja a de Bottas, que tem apenas mais um ano com a Mercedes. Certamente a equipe que está no topo da lista de desejos de todos os pilotos quer manter as opções em aberto, mas é uma via de mão dupla – Bottas também terá a liberdade para sair.
Toto Wolff tem sido instrumental em construir a carreira de Bottas e, obviamente, ficará dividido se Verstappen ou Ricciardo estiverem prontos para assinar com a Mercedes para 2019.
Contudo, se Bottas arrumar espaço na Ferrari, todos saem ganhando. Sebastian Vettel veria Ricciardo, Verstappen ou Bottas como o companheiro de equipe mais aceitável? Bottas tem de estar na lista da Scuderia. Ele já mostrou performance na pista e espírito de equipe, e o segundo item certamente é prioridade na Ferrari.
Alonso é o próximo
Mas ainda há um longo caminho pela frente. A próxima peça do quebra-cabeças é Fernando Alonso renovando seu contrato com a McLaren.
Zak Brown deixou claro durante o GP de Cingapura que um acordo não estava distante, e também há a crença de que poderá ser bom esperar até a corrida de casa da Honda, no Japão, antes de qualquer anúncio sobre o futuro de Alonso.
Acordos com pilotos de ponta sempre são complicados, e esse é um pouco mais, porque é provável que a Renault também se envolva, talvez efetivamente pagando parte de seu salário.
Alonso já guiou pela Renault por duas vezes anteriormente, então é um passo lógico que ele se torne um embaixador da empresa, em comerciais e coisas do tipo, mesmo que ele não guie pela equipe de fábrica.
Tirando a McLaren, há outras três equipes com vagas em aberto para 2018.
O consenso é que Daniil Kvyat permaneça na Toro Rosso e tenha a companhia de Pierre Gasly, mas nenhum deles está 100% confirmado.
Ainda há a possibilidade de a Toro Rosso surpreender e contratar alguém de fora do programa da Red Bull, mas isso parece improvável no momento.
A chance de Kubica na Williams
A vaga mais atrativa em aberto é a da Williams. Felipe Massa deixou claro em Cingapura que ficaria feliz em permanecer, mas somente se a equipe mostrar que o quer e tomar uma decisão logo. Ele não quer ser um último recurso, mas a lista de possíveis substitutos só cresce.
Robert Kubica permanece como o candidato mais sério, mas, assim como a Renault, a Williams quer dar a ele tempo de pista para avaliá-lo.
O reserva, Paul di Resta, segue como um candidato genuíno, mas agora ele também tem a companhia de Jolyon Palmer, que está disponível, tem investimento por trás e teve um fim de semana sólido em Cingapura.
Corre por fora Marcus Ericsson, cujos apoiadores querem colocá-lo em qualquer lugar, em uma mudança que também abriria uma vaga na Sauber.
Todos esses três pilotos têm mais de 25 anos, idade que a Martini exige para poder ativar o patrocínio com a equipe. A Mercedes ainda espera conseguir colocar Pascal Wehrlein na Williams, mas, a menos que a Martini ceda, o alemão deve ficar de fora do grid em 2018.
O problema que a Williams enfrenta é a credibilidade. Quando o projeto de Lance Stroll teve início, a equipe esperava ter Bottas, uma das estrelas da nova geração, como parceiro do canadense.
Ter um segundo piloto que traga patrocínio e tenha alcançado pouco em termos de resultados passaria a mensagem errada ao mundo, a patrocinadores, e internamente em Grove. O estafe técnico está motivado para poder trabalhar com os melhores pilotos disponíveis, e, se você tem uma dupla que deixa a desejar, corre-se o risco de perder alguns de seus melhores funcionários.
Isso ajuda a explicar por que Kubica é uma possibilidade cativante para a direção da Williams, levando em conta que o polonês consiga comprovar que pode fazer o trabalho.
A Renault tinha dúvidas após o teste de Hungaroring, apesar do ritmo óbvio que Kubica mostrou. Ele terá, agora, de convencer outro grupo de engenheiros de que é capaz de retornar.
Uma equipe B da Ferrari
Ericsson procurando uma nova casa abre a possibilidade da Sauber se tornar uma Ferrari-B e usar Charles Leclerc e Antonio Giovinazzi.
O primeiro tem sido mencionado há tempos como um piloto provável para a Sauber em 2018. Contudo, Maranello também está disposta a encontrar uma vaga para Giovinazzi.
Os apoiadores de Ericsson e os proprietários da Sauber são os mesmos, mas os envolvidos sempre deixam claro que se tratam de dois acordos diferentes. Em outras palavras, a Sauber não foi comprada apenas para garantir que Ericsson tenha um emprego vitalício. A questão tem de ser encarada como um negócio.
Contudo, após anos de apoio, é improvável que eles o deixem na mão – aí se explica a urgência em colocá-lo na Williams.
Todas as outras vagas já foram confirmadas, mas ainda há rumores de que a Ferrari gostaria de ver um de seus jovens pilotos na Haas no ano que vem, e está mexendo os pauzinhos para fazer isso acontecer.
Romain Grosjean e Kevin Magnussen estão sob contrato, e Gene Haas afirmou recentemente que não quer estar em posição onde terá de aceitar um piloto por dinheiro, ou, neste caso, alguém que traga um desconto nos valores que a equipe paga à Ferrari.
Contudo, essa é a F1, e, como sabemos, tudo pode acontecer...
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