Análise

Análise: mercado de pilotos esquenta já de olho em 2019

A última semana contou com anúncios de pilotos muito significativos na F1, o que ajudou a preencher as lacunas que ainda existem na lista de inscritos para a temporada de 2018.

Fernando Alonso, McLaren, during the national anthem
Robert Kubica, Renault Sport F1 Team
Robert Kubica, Renault Sport F1 Team
Pierre Gasly, Red Bull Racing Test Driver
Daniel Ricciardo, Red Bull Racing and Max Verstappen, Red Bull Racing celebrate in parc ferme
Antonio Giovinazzi, Haas F1 Team
Max Verstappen, Red Bull Racing
Fernando Alonso, McLaren, talks to his race engineer
Fernando Alonso, McLaren, during the national anthem
Kevin Magnussen, Haas F1 Team VF-17, Romain Grosjean, Haas F1 Team VF-17
Pascal Wehrlein, Sauber
Press conference: second place Daniel Ricciardo, Red Bull Racing
Max Verstappen, Red Bull Racing
Podium: second place Daniel Ricciardo, Red Bull Racing
Valtteri Bottas, Mercedes AMG F1
Valtteri Bottas, Mercedes AMG F1 and Lewis Hamilton, Mercedes AMG F1 celebrate

E, enquanto ainda há um longo caminho pela frente antes que haja o cenário completo, a atenção já está voltada a 2019, quando espera-se uma completa confusão no mercado de pilotos.

A notícia de que a Renault não quer fornecer motores para a Red Bull além da próxima temporada, deixando a Honda como última opção para a equipe, deixou tudo ainda mais divertido.

Max Verstappen e Daniel Ricciardo estão, agora, mais motivados que nunca para analisar as demais opções. O chefe da equipe, Christian Horner, ainda está esperançoso em manter a Renault.

Há alguns anos, a fabricante francesa assinou um novo e lucrativo acordo com Bernie Ecclestone para ajudar a pagar seu retorno como equipe oficial, e uma das condições para isso é que a Red Bull continuaria sendo sua fornecedora de motores por cinco anos.

Fontes com conhecimento da situação indicam que não há escapatória para a Renault neste comprometimento.

Renovações de contrato foram confirmadas para Valtteri Bottas na Mercedes e Sergio Pérez na Force India, enquanto que o empréstimo de Carlos Sainz para a Renault enfim foi solucionado.

Os três casos são válidos apenas para 2018, o que aumenta a lista de pilotos que estarão livres para trocar de equipes e de vagas em aberto para 2019.

Talvez a situação mais intrigante seja a de Bottas, que tem apenas mais um ano com a Mercedes. Certamente a equipe que está no topo da lista de desejos de todos os pilotos quer manter as opções em aberto, mas é uma via de mão dupla – Bottas também terá a liberdade para sair.

Toto Wolff tem sido instrumental em construir a carreira de Bottas e, obviamente, ficará dividido se Verstappen ou Ricciardo estiverem prontos para assinar com a Mercedes para 2019.

Contudo, se Bottas arrumar espaço na Ferrari, todos saem ganhando. Sebastian Vettel veria Ricciardo, Verstappen ou Bottas como o companheiro de equipe mais aceitável? Bottas tem de estar na lista da Scuderia. Ele já mostrou performance na pista e espírito de equipe, e o segundo item certamente é prioridade na Ferrari.

Alonso é o próximo

Mas ainda há um longo caminho pela frente. A próxima peça do quebra-cabeças é Fernando Alonso renovando seu contrato com a McLaren.

Zak Brown deixou claro durante o GP de Cingapura que um acordo não estava distante, e também há a crença de que poderá ser bom esperar até a corrida de casa da Honda, no Japão, antes de qualquer anúncio sobre o futuro de Alonso.

Acordos com pilotos de ponta sempre são complicados, e esse é um pouco mais, porque é provável que a Renault também se envolva, talvez efetivamente pagando parte de seu salário.

Alonso já guiou pela Renault por duas vezes anteriormente, então é um passo lógico que ele se torne um embaixador da empresa, em comerciais e coisas do tipo, mesmo que ele não guie pela equipe de fábrica.

Tirando a McLaren, há outras três equipes com vagas em aberto para 2018.

O consenso é que Daniil Kvyat permaneça na Toro Rosso e tenha a companhia de Pierre Gasly, mas nenhum deles está 100% confirmado.

Ainda há a possibilidade de a Toro Rosso surpreender e contratar alguém de fora do programa da Red Bull, mas isso parece improvável no momento.

A chance de Kubica na Williams

A vaga mais atrativa em aberto é a da Williams. Felipe Massa deixou claro em Cingapura que ficaria feliz em permanecer, mas somente se a equipe mostrar que o quer e tomar uma decisão logo. Ele não quer ser um último recurso, mas a lista de possíveis substitutos só cresce.

Robert Kubica permanece como o candidato mais sério, mas, assim como a Renault, a Williams quer dar a ele tempo de pista para avaliá-lo.

O reserva, Paul di Resta, segue como um candidato genuíno, mas agora ele também tem a companhia de Jolyon Palmer, que está disponível, tem investimento por trás e teve um fim de semana sólido em Cingapura.

Corre por fora Marcus Ericsson, cujos apoiadores querem colocá-lo em qualquer lugar, em uma mudança que também abriria uma vaga na Sauber.

Todos esses três pilotos têm mais de 25 anos, idade que a Martini exige para poder ativar o patrocínio com a equipe. A Mercedes ainda espera conseguir colocar Pascal Wehrlein na Williams, mas, a menos que a Martini ceda, o alemão deve ficar de fora do grid em 2018.

O problema que a Williams enfrenta é a credibilidade. Quando o projeto de Lance Stroll teve início, a equipe esperava ter Bottas, uma das estrelas da nova geração, como parceiro do canadense.

Ter um segundo piloto que traga patrocínio e tenha alcançado pouco em termos de resultados passaria a mensagem errada ao mundo, a patrocinadores, e internamente em Grove. O estafe técnico está motivado para poder trabalhar com os melhores pilotos disponíveis, e, se você tem uma dupla que deixa a desejar, corre-se o risco de perder alguns de seus melhores funcionários.

Isso ajuda a explicar por que Kubica é uma possibilidade cativante para a direção da Williams, levando em conta que o polonês consiga comprovar que pode fazer o trabalho.

A Renault tinha dúvidas após o teste de Hungaroring, apesar do ritmo óbvio que Kubica mostrou. Ele terá, agora, de convencer outro grupo de engenheiros de que é capaz de retornar.

Uma equipe B da Ferrari

Ericsson procurando uma nova casa abre a possibilidade da Sauber se tornar uma Ferrari-B e usar Charles Leclerc e Antonio Giovinazzi.

O primeiro tem sido mencionado há tempos como um piloto provável para a Sauber em 2018. Contudo, Maranello também está disposta a encontrar uma vaga para Giovinazzi.

Os apoiadores de Ericsson e os proprietários da Sauber são os mesmos, mas os envolvidos sempre deixam claro que se tratam de dois acordos diferentes. Em outras palavras, a Sauber não foi comprada apenas para garantir que Ericsson tenha um emprego vitalício. A questão tem de ser encarada como um negócio.

Contudo, após anos de apoio, é improvável que eles o deixem na mão – aí se explica a urgência em colocá-lo na Williams.

Todas as outras vagas já foram confirmadas, mas ainda há rumores de que a Ferrari gostaria de ver um de seus jovens pilotos na Haas no ano que vem, e está mexendo os pauzinhos para fazer isso acontecer.

Romain Grosjean e Kevin Magnussen estão sob contrato, e Gene Haas afirmou recentemente que não quer estar em posição onde terá de aceitar um piloto por dinheiro, ou, neste caso, alguém que traga um desconto nos valores que a equipe paga à Ferrari.

Contudo, essa é a F1, e, como sabemos, tudo pode acontecer...

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