Brasil ganhou 4 títulos em Suzuka com Senna-Piquet; relembre
Circuito japonês foi palco de quatro dos oito títulos brasileiros na categoria; confira especial do Motorsport.com
O circuito de Suzuka, um dos mais tradicionais e desafiadores da história da F1, tem lugar especial na memória dos brasileiros, que guardam ótimas lembranças das provas no autódromo japonês. Foi lá que o Brasil conquistou quatro dos oito títulos do país na categoria – um com Nelson Piquet, em 1987, e três com Ayrton Senna, em 1988, 1990 e 1991.
O Motorsport.com relembra cada uma das conquistas brasileiras em Suzuka, contando um pouco do que aconteceu em cada ano. Confira:
1987 – O tricampeonato de Nelson Piquet
A temporada 1987 era a segunda de Nelson Piquet na Williams e a segunda como companheiro de equipe de Nigel Mansell. Companheiro não é o termo apropriado para descrever a relação entre os dois pilotos, que estavam em clima de guerra quando chegaram à Suzuka, que recebia o GP do Japão pela primeira vez.
Apesar de Mansell ter mais vitórias do que Piquet (cinco contra três), era o brasileiro quem chegava à pista japonesa como líder da temporada, com 12 pontos de vantagem – naquela temporada, o sistema de pontuação adotado ainda era o 9-6-4-3-2-1, premiando os seis primeiros colocados, nesta ordem. Além disso, para efeito da classificação do campeonato de pilotos, só onze dos dezesseis resultados eram levados em consideração, enquanto os demais eram descartados.
Durante os treinos livres em Suzuka, na ânsia de ser mais veloz do que o rival, Mansell sofreu um forte acidente e agravou uma contusão nas costas que carregava desde os tempos de Fórmula Ford. Os médicos vetaram a participação do britânico nos GPs do Japão e da Austrália e, desta forma, Piquet pôde comemorar o terceiro título mundial antes mesmo da largada da prova japonesa.
1988 – O primeiro título de Ayrton Senna
No ano seguinte, mudança de ares para os pilotos brasileiros: enquanto Nelson Piquet chegava à Lotus, Ayrton Senna deixava o time rumo à McLaren para ser companheiro de Alain Prost, então bicampeão mundial e estrela do time de Woking.
A McLaren, com o histórico MP4-4, dominou a temporada, vencendo 15 das 16 provas – só não venceu em Monza, após Senna se envolver em um toque com o retardatário Jean-Louis Schlesser – que substituía Nigel Mansell naquela prova – a cinco voltas do final.
A disputa interna na equipe britânica foi intensa durante toda a temporada e, mais uma vez, a decisão chegou a Suzuka. Na corrida, parecia que tudo daria errado para Senna, que teve problemas na largada e perdeu várias posições, enquanto Prost seguiu na liderança.
Com o melhor carro do grid, o brasileiro escalou o pelotão rapidamente e alcançou o francês. Na 27ª volta, Senna ultrapassou Prost na reta dos boxes e seguiu para a vitória que deu a ele o primeiro título mundial – Prost poderia chegar, no máximo a 87 pontos, os mesmos do brasileiro caso ele não pontuasse em Adelaide, mas Senna superaria o francês em número de vitórias (oito a sete).
1990 – Batida polêmica e bicampeonato para Senna
No ano de 1990, Senna e Prost viviam em guerra declarada. A temporada anterior – vencida pelo francês – foi a última em que os dois dividiram os boxes na McLaren. No fim, o polêmico toque entre os dois, também em Suzuka, e a consequente desclassificação do brasileiro, que cruzou a linha de chegada em primeiro lugar, mas não levou os pontos da vitória.
Com o brasileiro seguindo na McLaren e o francês na Ferrari, o ano foi mais uma vez monopolizado pelos dois e a decisão foi novamente para o circuito japonês. Largando da pole, mas do lado sujo da pista, Senna perdeu a primeira posição para Prost.
A corrida dos dois, no entanto, não passou da primeira curva. O brasileiro, propositalmente, jogou a McLaren em cima da Ferrari e os dois foram parar na caixa de brita. Fim de prova e de campeonato – o último com o sistema 9-6-4-3-2-1 e descartes – já que, com os descartes, Prost não alcançaria Senna.
1991 – Mansell abandona e Senna conquista o tri
Em 1991, o adversário de Senna na disputa pelo título era outro: Nigel Mansell e a Williams. A temporada da McLaren foi de altos e baixos, enquanto o time de Grove começava a mostrar esboços da dominância que exerceria em 1992.
Suzuka seria novamente o palco de mais uma conquista de Senna. Gerhard Berger, companheiro do brasileiro, largou na pole e disparou na liderança, enquanto o brasileiro segurava Mansell, que precisava vencer para manter as esperanças de título vivas – a classificação indicava 85 pontos para o brasileiro e 69 para o britânico, no primeiro ano do sistema de pontuação 10-6-4-3-2-1 e fim dos descartes.
Na décima volta, porém, Mansell rodou na primeira curva e o carro atolou na caixa de brita, colocando fim ao sonho do título e permitindo que Senna comemorasse o tricampeonato, já que o piloto da Williams não conseguiria alcançar o brasileiro mesmo se vencesse em Adelaide e contasse com o abandono do rival.
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