"Bruno muitas vezes me lembra o Ayrton", recorda Lamy
Ex-piloto de F-1 fala sobre relacionamento com Senna, Antônio Félix da Costa e futuro do automobilismo português
Pedro Lamy é um nome conhecido de todos aqueles que acompanharam a F-1 no início dos anos 90. O piloto português figurava nos grids da época de Lotus e Minardi. Sua carreira foi um pouco prematura e durou quatro temporadas (de 1993 a 1996), sendo que o piloto fez apenas a última completa. O currículo guarda um único e sofrido ponto na última corrida da temporada de 1995 em Adelaide.
O piloto voltou ao Brasil neste fim de semana para as 6 Horas de São Paulo e elogiou o circuito de Interlagos. “Voltar a Interlagos é sempre especial para qualquer piloto. Já fiz a LMP1, 1000 Milhas e um pouco mais. Infelizmente não venho para cá há algum tempo, mas é sempre muito bom voltar”, falou ao TotalRace.
O português lembrou também de Ayrton Senna quando mencionou ter um ilustre companheiro de equipe na Aston Martin, o sobrinho do tricampeão, Bruno. “O Bruno, em primeiro lugar, é uma grande pessoa. É super simpático e nos damos muito bem.”
“Não tem a ver com o fato de ser sobrinho do Ayrton. Inclusive, tive alguma proximidade com o Ayrton, que me ajudou na minha carreira. Recordo tudo com muito carinho. É um prazer estar com Bruno, pois ele muitas vezes faz lembrar o Ayrton. Isso é muito agradável.”
“Quando entrei na Fórmula 1 ele [Senna] me deu algumas informações com relação ao motor que iria ter na época na Lotus. Me dava algumas dicas em termos de condução também. Eu era muito jovem e ele era um ídolo, uma figura única. Nunca quis incomodá-lo muito. Infelizmente tive pouco tempo com ele”, reconheceu Pedro, que disse que apagou totalmente as memórias do fatídico fim de semana do GP de San Marino de 1994, onde ele mesmo também sofreu forte acidente na largada com o finlandês JJ Lehto. “Não lembro nada. Quis apagar aquilo ali e não quis acreditar quando o Ayrton morreu.”
Lamy também comentou o caminho de Antônio Félix da Costa, que, aos 22 anos, pode chegar à F-1 nos próximos anos. “Acho que ele tem um grande potencial e merece entrar na Fórmula 1. Eu inclusive neste ano tenho o acompanhando muito, pois estou com o Pietro Fantin, e eles estão na mesma equipe [Arden na Fórmula Renault 3.5]. Acho que ele já está muito maduro e merece um lugar na Toro Rosso. Vamos ver se isso será possível, precisamos ver como vai o mercado, mas eu espero que sim.”
Para terminar, Pedro deu um panorama do esporte a motor em Portugal. “O esporte a motor em Portugal nunca esteve muito bem. Sempre foi difícil ter muitos carros em um grid. Mas tivemos anos bons, outros nem tanto. Continua tudo mais ou menos. É fraco, mas sempre foi assim.”
“Temos pista boas. A pista do Algarve é muito boa. Mas Portugal não tem dinheiro para levar a F-1, então é difícil tentar vender a imagem do país. Acho que a vontade de muitos na F-1 é voltar para Portugal. Ou no Algarve, ou Estoril, que já é velho mas é uma boa pista também. Mas realmente acredito que nos próximos anos será difícil.”
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