Confissão de Gribkowsky pode complicar Ecclestone no tribunal
Alemão confirma ter recebido propina do dirigente para vender ações da F-1 à empresa controlada pelo britânico em 2006
Uma nova reviravolta no caso Gribkowsky pode complicar a vida de Bernie Ecclestone com a justiça alemã. O ex-analista de riscos do banco BayernLB está em julgamento em Munique, na Alemanha, desde outubro, acusado de evasão de divisas, quebra de confiança e por receber pagamentos inapropriados na venda dos 47,2% que seu banco tinha das ações da F-1 à CVC Capital Partners, presidida por Ecclestone, há seis anos.
De acordo com os promotores, tal quantia foi paga pelo próprio Ecclestone para garantir que a porcentagem fosse vendida à CVC.
Na última quarta-feira, Gribkowsky afirmou ao tribunal que as alegações eram “essencialmente verdadeiras” e pode ser condenado a até nove anos de prisão, em julgamento esperado para a semana que vem. O alemão relatou que, em seu primeiro encontro com o britânico, ouviu que “na F-1, você coça minhas costas e eu coço as suas”, dando a entender que Bernie tiraria as ações do BayernLB caso não o ajudasse.
Até o momento, Ecclestone, que afirma ter sido ameaçado pelo alemão e, por isso, dado o dinheiro, é tratado como “suspeito” pela lei alemã, ou seja, está sendo investigado, mas ainda não foi processado.
O dirigente afirmou ao jornal The Telegraph que se trata de uma tentativa de Gribkowsky diminuir sua pena. “Supunha que ele diria isso para talvez pegar sete anos ao invés de 14. O pobrezinho está preso há 18 meses. Ele diria qualquer coisa para se salvar. Ele ficará trancado não importa o que aconteça.”
Acredita-se que, se a justiça alemã for atrás de Ecclestone, tentará um acordo financeiro ao invés de colocar o octogenário sob um longo e custoso julgamento. “Estou muito ocupado no momento, então a última coisa de que preciso é voltar lá”, completou o dirigente.
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