Oliver Bearman estava mais combativo do que arrependido em Baku quando lhe pediram para refletir sobre a penalidade de Monza, que o deixou à beira de uma suspensão de uma corrida, afirmando que "se estiver por fora, vou tentar a ultrapassegem". No entanto, ele comentou sobre como pode evitar ficar de fora de um GP de Fórmula 1.

Bearman foi julgado por ter dado espaço insuficiente a Carlos Sainz quando o piloto da Williams mergulhou por fora na chicane Variante della Roggia na 41ª volta do GP da Itália. Além de uma penalidade de 10s, Bearman recebeu dois pontos na superlicença, o que o leva a um total de 10.

De lá para cá, o cenário ficou um pouco confuso porque a Williams apresentou um "direito de revisão" bem-sucedido contra a penalidade de Sainz por uma batida com Liam Lawson no GP da Holanda. Na semana passada, a FIA retirou a penalidade de dois pontos de Sainz e declarou o acidente como um "incidente de corrida".

Naquela ocasião, Sainz também havia feito uma ultrapassagem por fora, e o contato foi causado pelo que os comissários descreveram como o carro de Lawson sofrendo "uma perda momentânea de controle".

A questão principal, e que continua a incomodar, é quando um piloto tem direito a "espaço de corrida". No incidente Sainz-Lawson, mesmo ao anular a penalidade, a FIA manteve que Sainz não deveria estar onde estava.

"O carro #55 [Sainz] contribuiu para o incidente ao assumir o risco de correr próximo e do lado de fora do carro #30 [Lawson] quando o carro #55 não tinha direito a espaço ali", disse a declaração dos comissários, "e havia uma possibilidade real de que, se a batida não tivesse ocorrido onde ocorreu, o carro #55 ficaria sem pista na saída e/ou teria ocorrido uma batida na saída pela qual o piloto do carro #55 provavelmente seria predominantemente, se não totalmente, culpado".

Oliver Bearman, Haas F1 Team, Carlos Sainz, Williams, Alexander Albon, Williams

Foto de: James Sutton / LAT Images via Getty Images

Em outras palavras, as circunstâncias atenuantes foram o estalo de Lawson em relação à saída de traseira, e não uma interpretação diferente das "diretrizes de corrida" às quais os pilotos devem aderir. Portanto, a revisão aumentou, em vez de diminuir, a insatisfação com as atuais regras de engajamento da F1.

"A culpa é minha por ter recebido a penalidade, independentemente de concordarmos ou não com as regras", disse Bearman em Baku. "Mas é difícil de aceitar. Não foi assim que nenhum de nós cresceu correndo, na verdade".

"As regras são as regras. Acho que, como piloto e como fã, é difícil aceitar essa penalidade - porque, do meu lado, em nenhum momento eu estava fora de controle. Eu estava apenas correndo para a curva com outro piloto e não me deixou nenhum espaço. No final das contas, é isso que as regras determinam. Portanto, me sinto um pouco prejudicado".

O problema de eliminar áreas cinzentas como essa é que é impossível criar um manual eficaz de diretrizes para cobrir todas as circunstâncias. Cada 'e se' é mais uma página mental a ser folheada enquanto os pilotos se aproximam de uma curva no limite da aderência. A capacidade mental para realizar isso não existe.

"Imagine que você está entrando na curva e tem um cara ao seu lado", disse Bearman. "Você está decidindo, OK, vou lutar por essa curva. Porque, na minha situação [Monza], ele [Sainz] era um pouco mais rápido do que eu - mas não era como se ele estivesse me ganhando um segundo por volta".

Esteban Ocon, Haas F1 Team, Oliver Bearman, Haas F1 Team

Foto de: Joe Portlock / LAT Images via Getty Images

"Se eu pudesse ter ficado na frente naquela curva, teria conseguido ficar na frente até o final da corrida. Então, eu tinha toda a intenção de lutar pela manobra".

"E naquela fração de segundo em que você freia e vê a velocidade com que está entrando na curva em relação ao seu concorrente, você não pensa na diretriz de três páginas que lhe enviaram em janeiro. Isso não é possível".

"Então, você corre para a curva como sabe, como foi educado a fazer. Na minha situação, eu esperava um pouco mais de espaço, mas foi assim que aconteceu".

Como os pontos de penalidade são acumulados em uma base contínua de 12 meses, Bearman deve se manter limpo nas próximas quatro rodadas - até que os dois pontos que ele acumulou no GP de São Paulo do ano passado sejam perdidos. Depois disso, será uma longa espera por mais pontos: ele ganhou dois por uma infração de bandeira vermelha em Mônaco e quatro em Silverstone.

Portanto, para Bearman, é necessária uma mudança de abordagem: "Eu esperava conseguir espaço por dentro, mas é claro que há uma possibilidade de que isso não aconteça, então não posso correr esse risco", disse ele. "É uma pena. Acho que agora vou dar a volta por fora..."

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