Fórmula 1 GP da Itália

F1: Ferrari e Red Bull querem explicações da FIA sobre uso de asas flexíveis

Equipes de Maranello e Milton Keynes exigem saber os limites de exploração da Mercedes e McLaren com o acessório

Lewis Hamilton, Mercedes F1 W15, Oscar Piastri, McLaren MCL38

A Ferrari e a Red Bull começaram a ter dúvidas sobre o nível de exploração das asas flexíveis implementadas pela McLaren e Mercedes. As duas equipes de Fórmula 1 pretendem, então, ter reuniões com a FIA, Federação Internacional de Automobilismo, para entender até que ponto os outros times podem chegar.

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O uso das asas flexíveis começaram a ser um assunto muito abordado principalmente após o GP de Monza, mas já é uma polêmica desde o início do ano. Acontece que as equipes descobriram que usar essa área é uma das opções para resolver questões de equilíbrio que afetam a atual geração dos carros.

Em resposta ao crescente interesse no assunto, a FIA começou a fazer diferentes investigações e estudos sobre o assunto, aplicando pequenas câmeras de vídeo e pontos estratégicos para entender o funcionamento do novo design durante o GP da Bélgica. O órgão regulamentador chegou a defender que a ação era apenas para ter conhecimento sobre o assunto e não iria punir nenhum time.

A FIA ainda disse diversas vezes que não tem interesse em fazer nenhuma mudança nas regras nesta temporada e, se achar necessário reagir, isso só ocorrerá a partir do início de 2025, no mínimo. Importante lembrar que a regulamentação está prevista para ser mudada oficialmente em 2026.

No entanto, algumas equipes estão preocupadas com a crescente competitividade da McLaren e Mercedes nas últimas etapas - os alemães e os britânicos já venceram três corridas na atual temporada.

Durante a corrida da Itália, algumas imagens chamaram a atenção por mostrarem as asas flexionando, girando e até batendo durante o fim de semana. Esse fato levantou suspeitas e fez com que outros competidores começassem a questionar se os projetos não estão indo longe demais.

Lando Norris, McLaren MCL38

Foto de: Erik Junius

O que as equipes dizem

A Ferrari e a Red Bull estão cientes sobre as discussões anteriores, quando a FIA disse estar 'satisfeita' com os carros atuais. Porém, as equipes querem ter uma melhor ideia de quais são os limites e o que não é permitido fazer, desta maneira, eles também teriam a chance de explorar essa área se necessário.

Helmut Marko, consultor da Red Bull, chegou a falar à ORF, após a classificação da Itália, que a "asa dianteira da McLaren e Mercedes deve ser analisada", isso porque ele não concorda com a flexibilidade que está sendo desenvolvida por ambas.

É importante ressaltar que a equipe taurina está tendo grandes problemas com o desempenho do RB20. Max Verstappen, que está na liderança do campeonato e começou o ano parecendo trazer a mesma dominância de 2023, já não vence uma corrida desde o GP da Espanha, em junho. Em Monza, o tricampeão mundial cruzou a linha de chegada em sexto, após largar da sétima posição.

Fred Vasseur, chefe da Ferrari, também comentou sobre o assunto e disse que tudo deverá ser resolvido com Nikolas Tombazis, chefe técnico da FIA.

"Esta é uma discussão que não quero ter com vocês, terei com Tombazis. Mas temos que respeitar a decisão da FIA. Teremos, novamente, a discussão… Temos que lidar com isso internamente com a FIA".

Christian Horner, chefe dos taurinos, por sua vez, explicou que será necessário confiar nas decisões da FIA, apesar dos muitos questionamentos sobre o assunto.

"Acho que os regulamentos são muito claros e isso é uma questão da FIA. Obviamente, eles são testados e passam, mas então você tem que olhar para o texto dos regulamentos".

"Mas, se você se lembra de 2021, certamente na época de Baku, houve uma mudança nos regulamentos da asa dianteira, embora nossas asas tenham passado no teste [na época]. É um problema da FIA, então vamos deixar isso de lado e confiar neles para lidar com isso".

Mercedes W15 technical detail

Mercedes W15 technical detail

Photo by: Giorgio Piola

Há muito tempo a FIA tenta manter o controle sobre a quantidade de elasticidade que as equipes exploram em suas asas dianteiras. O regulamento técnico deixa claro como as cargas estáticas serão aplicadas aos acessórios para garantir que todos sigam as mesmas regras.

No entanto, as equipes sabem que, desde que as asas passagem nos testes internos, a flexibilidade extra pode ser explorada e aplicada fora das pistas.

No início do ano, a Mercedes apresentava um design mais flexível e o diretor técnico James Allison explicou que todas as equipes sabiam quais eram os limites que não poderiam ser ultrapassados.

"Acho que todos nós estamos tentando garantir que passamos no teste de flexibilidade da FIA. Eles colocam cargas e você não pode se mover mais do que uma quantidade".

"Desde que você consiga fazer isso e desde que sua asa esteja apenas se dobrando como algo se dobra quando tem carga, então não há drama a ser enfrentado com o órgão regulador".

Porém, Allison defendeu que há um limite a ser definido entre as asas que flexionam naturalmente sob carga e aquelas que são projetadas especificamente para se comportar de uma certa maneira em determinadas velocidades.

"Não acho que seria legítimo ter algo que fizesse coisas em determinadas velocidades".

"Eu acho que algo que simplesmente se curva quanto mais carga você coloca nele, é o que todos os materiais fazem. Então eu acho que esse é o lugar em que a maioria das pessoas está".

A FIA enfatiza que há determinados comportamentos que não serão tolerados, mesmo que as asas sejam consideradas legais nos boxes. Na nota, a regulamentadora explica:

"Não serão considerados legais os designs cujas características estruturais são alteradas por parâmetros secundários, de modo a produzir (enquanto corre na pista) uma característica de deflexão diferente do que quando parado durante as verificações da FIA. Exemplos de parâmetros secundários podem ser temperatura, carga aerodinâmica".

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