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F1: Morre autor de música em homenagem a Fittipaldi 'resgatada' por comercial de TV

"Na Curva do Cotovelo ele saiu-se maravilhosamente bem, na Curva do Sargento ele comandava os competidores como general", diz faixa-tributo após primeiro título do piloto, em 1972; saiba mais

O artista e seu compacto Lotus 72D. Foto: Reprodução/Locomotiva Discos

Nesta terça-feira, foi sepultado o cantor Joaquim Roberto Braga, que ficou conhecido como Zé Roberto e é frequentemente lembrado pela canção 'Lotus 72D', uma homenagem a Emerson Fittipaldi e à vitória do piloto no GP do Brasil de Fórmula 1 de 1973, em Interlagos (SP).

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O compositor da música sobre F1, que recentemente voltou à tona depois de ser trilha de um comercial do serviço de hospedagem 'Airbnb' na televisão, morreu em casa na quarta-feira passada. O enterro desta terça foi no Cemitério da Vila Formosa, zona leste da capital paulista.

Em 2022, ao Blog Grid, o músico falou sobre a criação da faixa. "Eu estava na sala com um pessoal, tinha acabado de almoçar e estava todo mundo na expectativa de assistir à corrida. Começou a corrida e, do nada, me deu a ideia. Peguei um papel e, como nunca tinha ido até o autódromo, não sabia o percurso, aí comecei a anotar: Curva do Laranja, Curva do Cotovelo, Curva do Sargento", contou ele. Na época, o Autódromo José Carlos Pace ainda tinha o traçado antigo, mais longo.

"Quando peguei todos os detalhes da largada até a chegada, peguei toda a trajetória, saí da sala e a corrida já estava desenrolando. Não tem a Curva do Laranja? Eu peguei os nomes da trajetória da pista, fui para o quarto e me tranquei lá. Peguei o violão, afinei... Conclusão: comecei a fazer a música. Toda música tem que contar, tem que ter aquela narrativa, aquela história, o enredo. Aí eu fui desmembrando em cima das curvas e criando versos."

"Aquela inspiração que é natural... para mim, que sou compositor e vivo disso, nada é fácil, mas você tem que criar. E foi assim: na Curva do Laranja, parou para tomar uma vitamina", seguiu o compositor do samba-rock, que terminou a canção antes do fim do GP e a apresentou aos amigos.

Emerson Fittipaldi, Lotus 72D Ford, GP do Brasil de 1973

Photo by: Motorsport Images

Emerson Fittipaldi, Lotus 72D Ford, GP do Brasil de 1973

“Foi vapt-vupt. Os caras ficaram impressionados", lembrou o cantor, que não conheceu Fittipaldi, também homenageado pelo ex-Beatle George Harrison, amigo do piloto. "Nunca encontrei com Emerson, a não ser visualmente em TV e foto. Não tenho nenhum registro a esse respeito. Se tivesse havido esse encontro... creio que ele nem conheça [a música], mas seria bom. Acho que ele ia ficar muito contente”, afirmou Zé, que depois foi morar no Japão e lá fez carreira de 1990 a 2014.

Sua vida nipônica piorou a partir de um desastre em 2011 e ele voltou ao Brasil em 2014. “Lá na frente, me aparece o tsunami [de Fukushima]. Nossa, fez um estrago... A vida noturna já estava decadente. Eu tinha uma graninha, pensei: ‘Se eu continuar aqui, vou ficar desabrigado'. Se é para ficar assim, vou para o meu país", lembrou o autor de 'Lotus 72D', que respondeu ao Blog Grid sobre fazer outra canção sobre F1: “Para te falar a verdade, não entendo nada (de F1)”, riu-se.

Além do compacto 'Lotus 72D/Você tão no alto e eu tão pouco', com uma música de cada lado do disco –- sendo a segunda em coautoria com Jorge Olímpio --, Joaquim Roberto Braga também contribuiu com faixas como 'Tchuna Macurucaiaô', d'Os Originais do Samba, e 'Baby, Baby', do Só Pra Contrariar. Na volta ao País, em São Paulo, o artista, que também foi chamado de Paulo Braga, costumava se apresentar em bares tradicionais como o Varanda Copan e o Bar Brahma, no centro.

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