F1: Principais fatos dos testes de Barcelona na pré-temporada 2019
Vettel faz o tempo mais rápido dos treinamentos e comprova força da Ferrari. No último dia, Hamilton acorda e fica a 0s003 do rival
Nesta sexta-feira, os carros foram à pista de Barcelona pela última vez na pré-temporada 2019 da Fórmula 1. Depois de duas semanas de testes, a F1 agora aguarda a abertura oficial das competições do ano, no GP da Austrália, em Melbourne. Apesar de o período de treinamentos anterior ao campeonato ser enganoso, pudemos observar alguns indícios de como as equipes chegarão para a primeira corrida, no dia 17 de março.
Ferrari forte e Mercedes despontando no último dia
O principal destaque foi a Ferrari. Há 11 anos sem um título de construtores e 12 sem um piloto campeão (o último foi Kimi Raikkonen, em 2007), a escuderia italiana mostrou força na pré-temporada. Desde a primeira semana de testes, o SF90 se mostrava o carro mais rápido do início de 2019. O treino desta sexta-feira reforçou essa impressão: com 1min16s221, Sebastian Vettel cravou o melhor tempo do ano até aqui no Circuito de Barcelona-Catalunha.
Entretanto, o dia também teve uma forte carta de apresentação da Mercedes, até então lenta. O atual campeão Lewis Hamilton ficou a apenas 0s003 do alemão, trazendo Valtteri Bottas logo atrás. A aproximação do time germânico aumenta a ansiedade para o GP da Austrália, que finalmente revelará o estágio real das equipes.
Para a corrida de Melbourne, Ferrari e Mercedes têm questões a resolver. Os alemães tiveram problemas de equilíbrio na primeira parte dos testes e introduziram um novo pacote aerodinâmico. Também tiveram problemas com a pressão de óleo, com Bottas. Já os italianos tiveram outros desafios, sem contar a batida de Vettel na quarta-feira. A própria sessão final da pré-temporada, nesta sexta-feira, trouxe um sinal de alerta: o alemão teve de 'estacionar' por conta de um problema elétrico. A ver o que ocorre no circuito de Albert Park.
Sebastian Vettel, Ferrari SF90
Photo by: Glenn Dunbar / LAT Images
Williams com problemas
Com atraso na preparação de seu novo carro para 2019, a escuderia inglesa perdeu os dois primeiros dias de testes em Barcelona e só levou o FW42 à pista na tarde da quarta-feira da semana passada, com George Russell. O novato britânico fez alguns giros para conferir se estava tudo bem com o caro, sem buscar voltas rápidas. Nos dias seguintes, porém, tanto ele quanto o companheiro Robert Kubica, de volta a um assento titular da F1 depois de oito anos, não foram capazes de tirar leite de pedra. O FW42 tem o mesmo problema que os anteriores: é lento. A ver se melhora ao longo do ano e se tem confiabilidade suficiente para suportar as corridas.
George Russell, Williams FW42
Photo by: Glenn Dunbar / LAT Images
Motor Honda vai bem
Parece que, finalmente, a montadora japonesa acertou a mão na sua unidade motriz para a categoria máxima do automobilismo. De volta à F1 desde 2015, depois de ter ficado sete anos fora do grid, a Honda teve muitos problemas com os motores fornecidos para a McLaren. No ano passado, a equipe inglesa optou por trocar para a unidade da Renault, o que deixou a Toro Rosso como cliente única em 2018. O plano, porém, era migrar para a Red Bull nesta temporada, e aparentemente vai tudo bem: tanto a equipe principal quanto a júnior fizeram boa quilometragem com o motor Honda. E o desempenho também parece estar bom.
Daniil Kvyat, Scuderia Toro Rosso STR14
Photo by: Andy Hone / LAT Images
Red Bull e Toro Rosso consistentes
No terceiro dia da primeira parte dos testes, Daniil Kvyat, de volta à Toro Rosso, ficou na primeira posição em Barcelona. Ainda que o russo tenha usado os pneus mais macios, algo que a Ferrari optou por não fazer na quarta-feira, a marca é representativa. Até por que seu companheiro, o tailandês Alexander Albon, reforçou as boas impressões com a liderança da manhã seguinte, batido por Nico Hulkenberg, da Renault, apenas à tarde.
A mesma consistência foi vista na Red Bull, embora o time austríaco não tenha aparecido tanto em termos de voltas rápidas, já que focou na quilometragem para testar a confiabilidade do RB15. A notícia boa é que Max Verstappen por enquanto tem seguido os conselhos de Helmut Marko. Está mais maduro e menos perigoso. Já seu companheiro...
Max Verstappen, Red Bull Racing RB15
Photo by: Jerry Andre / Sutton Images
Gasly bate duas vezes em Barcelona
O circuito da Catalunha, em Montmeló, parece não ser dos mais amigáveis para Pierre Gasly, que subiu para a Red Bull neste ano em substituição a Daniel Ricciardo, agora na Renault. Apesar de mostrar consistência nos tempos de volta, o francês sofreu dois acidentes e levanta dúvidas sobre sua capacidade de manter o alto nível de Ricciardo. De toda forma, ainda é cedo para vereditos. A esperar o começo oficial da temporada. Mas o sinal amarelo está aceso para Gasly.
Pierre Gasly, Red Bull Racing RB15, spins into the gravel
Photo by: Glenn Dunbar / LAT Images
Sainz e Norris mostram potencial da McLaren
Se Gasly não foi lá tão bem nos testes, o mesmo não se pode dizer dos novos pilotos da equipe inglesa. Carlos Sainz, trazido da Renault, e Lando Norris, vice-campeão da F2 em 2018 e prestes a estrear em um GP da F1, foram bem. Eles mostraram o potencial do MCL34, que pode representar uma retomada gradual da McLaren depois de quatro anos de fiasco. Norris fez o melhor tempo do primeiro dia da segunda parte dos testes, na terça-feira. No dia seguinte, foi a vez de Sainz liderar as sessões. Uma pequena amostra de evolução do time de Woking. Tudo bem que foi apenas na pré-temporada, mas é um sinal de tempos melhores para a tradicional escuderia, que pode brigar no pelotão intermediário do grid.
Carlos Sainz Jr., McLaren MCL34
Photo by: Zak Mauger / LAT Images
Alta competitividade entre as equipes médias
McLaren e Toro Rosso não foram as únicas a demonstrar força nos testes de Barcelona. Os outros times do meio do grid também deram sinais de consistência no circuito de Montmeló. Destaque para a Alfa Romeo, do campeão mundial Kimi Raikkonen e do italiano Antonio Giovinazzi. De volta à F1 no ano passado em parceria com a Sauber, a Alfa agora assume integralmente o nome da equipe. E os primeiros passos desta nova etapa foram positivos: na primeira parte dos testes, Raikkonen liderou a sessão matinal do dia 3. Na abertura da segunda semana na Espanha, foi a vez de Giovinazzi liderar a parte da manhã.
Outro time do pelotão médio a mostrar evolução foi a Renault. Quarta colocada no mundial de construtores de 2018, a escuderia francesa busca se aproximar do top 3 da F1. Com Ricciardo discreto (exceto pela asa quebrada no segundo dia de testes), coube a Hulkenberg dar demonstrações do potencial do RS19: o vencedor das 24 Horas de Le Mans de 2015 fez o melhor tempo da primeira parte dos testes, na quinta-feira da passada. Os franceses parecem ter feito um carro consistente para 2019. O que ainda não se pode dizer da Racing Point (antiga Force India), que teve bons dias, principalmente com Perez, mas não fez tanta quilometragem. Um pouco melhor está a Haas, que merece um capítulo à parte por causa de um brasileiro.
Kimi Raikkonen, Alfa Romeo Racing C38
Photo by: Steven Tee / LAT Images
Pietro Fittipaldi vai à pista pela Haas
O neto do bicampeão mundial Emerson Fittipaldi é piloto de testes do time norte-americano e teve a chance de guiar o VF-19 em Barcelona. Na terça-feira da primeira semana da pré-temporada, Kevin Magnussen teve problemas com o assento do carro e deu lugar a Pietro. No primeiro contato com a máquina da Haas, Fittipaldi teve apenas 30 minutos de pista e pôde dar somente 13 voltas. No dia seguinte, o brasileiro teve mais tempo e foi o oitavo colocado. O desempenho foi consistente e agradou o chefe Gunther Steiner. O dirigente também ficou satisfeito com a velocidade do VF-19, mas ainda terá alguns problemas de confiabilidade a resolver.
Pietro Fittipaldi, Haas F1 Team VF-19
Photo by: Mark Sutton / Sutton Images
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