Sir Stirling Moss, piloto da Fórmula 1entre 1951 e 1961, morreu neste domingo de Páscoa, para tristeza dos fãs em todo o mundo. O britânico, considerado o melhor competidor da categoria máxima do automobilismo a não ganhar um título, tinha 90 anos.
O piloto foi quatro vezes vice-campeão da elite do esporte a motor mundial. Moss faleceu nas primeiras horas deste 12 de abril de 2020. Segundo a esposa do britânico, Lady Moss, a morte do britânico foi em paz na sua casa de Londres.
A causa, porém, não foi revelada. Entretanto, sabe-se que a saúde de Moss se deteriorou nos últimos anos: em 2016, uma infecção pulmonar forçou internação de mais de quatro meses em hospital de Singapura. Depois, o britânico voltou à Inglaterra e se afastou da vida pública.
Por que Sir Stirling Moss é tão lendário?
Além dos quatro vice-campeonatos, foram 16 vitórias nos anos de 1950 e 1960 (relembre-as na galeria abaixo). Moss enlouqueceu os fãs britânicos nas pistas, mas uma série de fatores lhe impediu de alcançar a glória máxima na categoria de elite do esporte a motor mundial.
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Não à toa, ele é conhecido como o 'campeão mundial sem título'. Com justiça: Moss foi um dos maiores pilotos de todos os tempos, mas bateu na trave quatro vezes consecutivas nas temporadas 1955, 1956, 1957 e 1958.
Com isso, o Sir tem uma estatística curiosa: é o competidor com mais vitórias sem títulos na F1, tendo triunfado mais que os campeões Jenson Button, Jack Brabham, Emerson Fittipaldi, James Hunt e outros.
No caso da Grã-Bretanha, a lenda é ainda mais representativa: ele foi o piloto britânico com mais triunfos na F1 até o ano de 1991, registrando 16 vitórias em apenas 66 largadas, com o alto aproveitamento de 24%.
O fator Fangio
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A concorrência de Juan Manuel Fangio na Mercedes, problemas de confiabilidade na Vanwall e graves acidentes em Spa-Francorchamps e Goodwood tiraram de Moss a chance de levantar a taça da F1.
De todo modo, seu legado é mais do que reconhecido por fãs, especialistas, dirigentes e pilotos. Por isso, no dia de sua morte, Sir Stirling Moss recebe não apenas o luto, mas também uma série de merecidas homenagens.
Moss e cia: os pilotos com mais vitórias e sem título na história da F1; confira
Moss é o piloto mais icônico com vitórias, mas sem título. O britânico ganhou nada menos que 24,24% das corridas que disputou na F1, ou seja, quase um quarto dos grandes prêmios. Ele alcançou mais primeiros lugares do que vários campeões. E, no entanto, ele nunca ganhou a coroa do mundo, sendo quatro vezes vice-campeão consecutivo (de 1955 a 1958), primeiro contra Juan Manuel Fangio e depois contra Mike Hawthorn.
Com 13 vitórias em 246 grandes prêmios, Coulthard ocupa uma boa posição neste ranking, embora sua porcentagem de vitórias (5,28%) não seja muito alta (mas ainda melhor que a de dois campeões mundiais, Jenson Button e Keke Rosberg). O escocês terminou em segundo em 2001, longe de Michael Schumacher, e quatro vezes em terceiro no campeonato sem ser candidato ao título, ao contrário de outros pilotos nesta lista.
Com 8,22% de vitórias em 146 grandes prêmios, Reutemann tem uma pontuação melhor que nove dos 33 campeões mundiais de F1. Segundo classificado em 1981, o argentino provavelmente deveria ter sido coroado nessa temporada se, entre outras coisas, as tensões internas na Williams com seus dirigentes e Alan Jones, campeão e piloto número 1, não tivessem estragado o final da temporada, permitindo que Nelson Piquet ganhasse o título por um único ponto. Reutemann também terminou três vezes em terceiro (com Brabham em 1975, Ferrari em 1978 e Williams em 1980).
Massa protagonizou uma das finais mais memoráveis de temporada na história da Fórmula 1, no GP do Brasil de 2008. Ele ficou com o título na mão por alguns instantes, mas finalmente o perdeu por um ponto contra Hamilton no dia em que alcançou sua 11ª e última vitória. Sem dúvida, o brasileiro poderia ter vencido mais não fosse sua lesão grave no GP da Hungria de 2009 e seu status como número 2 desde 2010. De qualquer forma, com uma porcentagem vencedora de 4,09% (em 269 grandes prêmios), ele está atrás dos 33 pilotos campeões mundiais em termos de aproveitamento.
Com 323 GPs, Barrichello é o piloto que disputou mais corridas na história da Fórmula 1. Portanto, suas 11 vitórias o deixam com apenas 3,41% de aproveitamento. Apesar de sua presença na Ferrari entre 2000 e 2005 (e dois vices em 2002 e 2004), ele nunca foi candidato ao título. Sua melhor chance foi em 2009, com a Brawn, mas seu parceiro Jenson Button foi quem aproveitou o poder do carro para ser campeão.
Quando se trata dos pilotos de Fórmula 1 mais talentosos sem conquistar um título, o nome de Peterson nunca é esquecido. Com estilo ultra rápido e inimitável, o sueco terminou em segundo lugar em 1971 (atrás de Jackie Stewart) e em 1978. Naquele ano, ele foi o piloto número 2 da Lotus, que definiu claramente o papel de líder de Mario Andretti. O famoso Lotus 79 com efeito solo valeu a pena e os pilotos de Colin Chapman estavam a caminho da dobradinha quando um terrível acidente ocorreu em Monza. Com as pernas quebradas, Peterson perdeu a vida no hospital no dia seguinte. Com dez vitórias em 123 corridas, sua porcentagem de triunfos é de 8,13%.
Durante suas 14 temporadas na F1, marcadas por etapas na Ferrari e McLaren, Berger é o primeiro piloto desse ranking a nunca ser vice-campeão. Ele terminou duas vezes em terceiro lugar no campeonato de pilotos, em 1988 (onde venceu em Monza com a Ferrari, sendo a única vitória que escapou naquele ano à McLaren) e em 1994 (novamente muito longe dos dois primeiros). Tem uma porcentagem de vitórias de 4,76% (10 vitórias em 210 grandes prêmios), melhor que a de Keke Rosberg.
Depois de várias temporadas no meio do grid, Webber se viu em um time capaz de ganhar títulos, a Red Bull. Em 2010, ele teve sua primeira e única chance real de ser campeão. O título foi para seu parceiro Vettel e Webber terminou em terceiro, como em 2011 e 2013. Com nove vitórias em 215 grandes prêmios, ele tem uma taxa de sucesso de 4,19%.
Piloto emblemático dos anos 60 e 70, Jacky Ickx se cobriu de glória nas corridas de endurance (seis vitórias em Le Mans) e no rally (vencedor do Dakar de 1983). Mas na Fórmula 1, o título escapou. Em 1969, com a Brabham, ele enfrentou um Jackie Stewart quase intocável e foi vice-campeão distante. Em 1970, com a Ferrari, ele novamente enfrentou um formidável oponente: Jochen Rindt, coroado postumamente como campeão. Com oito vitórias em 114 largadas, sua taxa de sucesso é de 7,02%, melhor que a de sete dos 33 campeões mundiais.
Em 1983, Arnoux fazia parte do trio de pilotos (com Piquet e Alain Prost) que chegaram à última corrida com chances de título. Essa foi a grande oportunidade do piloto da Ferrari, que já tinha sete vitórias. O francês, cuja porcentagem de vitórias é de 4,70% na F1, terminaria em terceiro, sua melhor posição final em 12 temporadas. Além do notável episódio do duelo com Gilles Villeneuve em Dijon, em 1979, permanece a imagem de um piloto muito rápido, com 18 poles conquistadas entre 1979 e 1983, o que o torna o piloto com mais poles sem título.
Espetacular e rápido, Montoya provavelmente, como outros, teve o infortúnio de aterrissar na F1 durante a era Ferrari/Schumacher. Mas com sete vitórias em 94 corridas, ele tem uma taxa de sucesso de 7,45%. O colombiano foi o terceiro em 2002 e 2003, sendo este o ano com a melhor oportunidade (ele terminou apenas 11 pontos atrás de Schumacher).
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*A lista considera apenas competidores que já encerraram passagem na F1
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In this article
Kevin Turner
Fórmula 1
Stirling Moss
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