Farsa, confusão e vitória brasileira marcam corridas centenárias
GP do Bahrein marca o 900º GP da categoria e, baseado na história, é melhor esperar um pouco de tudo
Corrida número 100: GP da Alemanha, 1961
Na época em que o GP da Alemanha ainda era disputado no Nordscheleife, circuito de 7,7km apelidado de “inferno verde”, Phil Hill, que viria a ser campeão naquele ano, largou na ponta com a Ferrari, mas foi Stirling Moss quem dominou a prova venceu. Seria a última vitória do inglês, eterno rival de Fangio, então com 32 anos.
Corrida número 200: GP de Mônaco, 1971
Passando no túnel com um olho aberto e olho fechado, como ele conta até hoje, Jackie Stewart dominou a prova em Monte Carlo a bordo da Tyrrell com a qual conquistaria o campeonato daquele ano. A vitória fácil já era esperada: o escocês voador havia colocado mais de um segundo no rival mais próximo na classificação.
Corrida número 300: GP da África do Sul, 1978
Os GPs centenários marcados por grandes dominações começaram a acabar em Kyalami, que contou com uma prova com cinco líderes: o pole Mario Andretti abandonou, Jody Scheckter herdou a ponta, mas foi superado por Riccardo Patrese, com a então novata Arrows. Após nova quebra do líder, Patrick Depailler foi alçado à ponta até ser ultrapassado, na última volta, por Ronnie Peterson, que viria a morrer seis meses depois.
Corrida número 400: GP da Áustria, 1984
Não foi só Ayrton Senna que contornou um problema no câmbio para vencer em casa. No ano de seu tricampeonato, Niki Lauda chegou a levantar as mãos indicando uma falha mecânica logo depois de ultrapassar o pole Nelson Piquet, na 39ª volta, mas manteve-se na pista e acabou vencendo a prova com 23 segundos de vantagem para o brasileiro.
Corrida número 500: GP da Austrália, 1990
A chance de Piquet se redimir viria na corrida centenária seguinte. Andando de Benetton, o brasileiro protagonizou uma forte batalha com Nigel Mansell, que fora alçado à liderança depois que o pole Senna bateu. O inglês, de Ferrari, chegou a colocar por dentro na última volta, mas o tricampeão freou mais tarde e deixou o velho rival na saudade.
Corrida número 600: GP da Argentina, 1997
No ano de seu campeonato, Jacques Villeneuve administrou a prova depois de largar na pole. Mas a prova teve um final emocionante, com a aproximação de Eddie Irvine, de Ferrari, nas voltas finais. O irlandês chegou a menos de um segundo do canadense.
Corrida número 700: GP do Brasil, 2003
Uma das corridas mais malucas de todos os tempos, o GP do Brasil acabou com uma batida dupla de Mark Webber e, depois, Fernando Alonso, que trouxe a bandeira vermelha. Como de costume, foi a chuva que embaralhou as cartas em Interlagos. O pole Rubens Barrichello liderou até parar sua Ferrari com um problema no sistema de combustível. A liderança ficou com Coulthard, que parou nos boxes e deixou a ponta com Raikkonen. Porém, o finlandês cometeu um erro e foi ultrapassado por Giancarlo Fisichella, que era o líder quando a prova foi interrompida, na volta 55. Como o choque duplo de Alonso e Webber tinha desmontado a barreira de pneus na Subida do Café, a prova foi encerrada. Porém, na dúvida para determinar em qual volta a prova tinha sido declarada acabada – se quando Raikkonen liderava, ou Fisico – o finlandês recebeu o troféu. Erroneamente.
Corrida número 800: GP de Cingapura, 2008
Esta prova dispensa apresentações: o pole Massa liderava até que Nelsinho Piquet bateu na volta 14 e trouxe o Safety Car à pista. Seu companheiro, Alonso, que largara em 15º, emergiu na liderança, pois era o único que havia feito a primeira parada. Para piorar a situação de Massa, que lutava pelo título com Lewis Hamilton, a Ferrari o mandou de volta para a pista com a mangueira de reabastecimento ainda conectada ao carro, o que lhe mandou para o final do pelotão. Alonso venceu. Um ano depois, depois de ser demitido da Renault, Nelsinho revelou que bateu de propósito por um pedido da equipe e tudo não passou de uma farsa.
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