Grosjean: "Não tenho certeza se a Fórmula 1 é um esporte"
Piloto da Haas diz não ter certeza se a F1 pode ser considerada um esporte, comparando com "pedir para Federer disputar Roland Garros com raquete de tênis de mesa"
Romain Grosjean possui uma carreira relativamente extensa na Fórmula 1. O francês participou de 164 GPs ao longo de 11 anos no grid, tem 10 pódios, além de ter liderado corridas em sete etapas, ficando próximo de uma vitória em 2012 e 2013, quando corria com a Lotus. Mas, desde que se juntou à Haas, nunca mais esteve próximo de uma vitória, mesmo que os resultados da equipe tenham impressionado no início.
Quando perguntado se aos 33 anos ele aceitou que as chances de se aposentar antes de ganhar uma prova são consideráveis, Grosjean disse: "Pode aconter. Eu tive sorte de estar 10 vezes no pódio. Eu merecia ter ganhado, acredito, dois GPs [Europa 2012 e Alemanha 2013], mas as coisas não aconteceram como eu queria".
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"Assim, nós chamamos a Fórmula 1 de esporte, mas é mesmo um esporte? Não tenho certeza. É um show, mas um esporte deve ser justo. E a F1 não é justa. É algo muito físico dirigir um carro de F1, é difícil, exige muito, há muito esforço por parte de todos, mas é tipo pedir para que Roger Federer disputasse Roland Garros com uma raquete de tênis de mesa. Ele não vai ter chance".
"E você chamaria o tênis de esporte se eles não tivessem todos as mesmas raquetes, ou se a quadra fosse maior de um lado?"
Para ilustrar sua visão, Grosjean usou a campanha de 2019 de Daniel Ricciardo como exemplo.
"Olha para o Ricciardo. Se você olhar apenas para o seu ano na Renault, ele não conseguiu nem um pódio. Mas ele ganhou corridas, com a Red Bull, é um grande piloto e conseguiu vários pódios. Tudo depende do que você tem em mãos".
Grosjean representou os pilotos da F1 constantemente na construção do regulamento de 2021, como diretor da Associação de Pilotos de Grandes Prêmios (GPDA). No momento, ele não possui contrato para 2021, mas afirmou que não desistiu da esperança de conseguir mais troféus para seu armário após a mudança de regulamento.
"Sim, pode acontecer que eu não ganhe um GP. Eu farei o meu melhor para conseguir uma oportunidade no futuro, há obviamente muitos pilotos sem contrato no fim do ano, podemos ter pilotos aposentando também".
"Eu acho que a aposentadoria é uma decisão que virá rápido para mim, quando for o momento. Se eu me ver depois de meia temporada não tendo mais aquela paixão, que eu não quero ficar viajando pelo mundo e estando longe da minha família, vou me aposentar e fazer alguma outra coisa. Isso pode acontecer com outros pilotos também. Sempre há outras oportunidades".
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