Montoya: Nunca me arrependi de ter deixado a F1
Colombiano comenta como aconteceu sua saída da F1, com Bernie Ecclestone tentando fazê-lo mudar de ideia
A trajetória de Juan Pablo Montoya na Fórmula 1 não foi particularmente extensa, uma vez que ele correu apenas por seis temporadas completas, mas nesse tempo conseguiu deixar uma marca na categoria com vitórias, pole positions e manobras que permanecem na memória dos fãs.
O ex-piloto da Williams e da McLaren revisou sua passagem na F1 em um extenso diálogo com o jornalista Tom Clarkson em Beyond The Grid, um espaço de entrevista no site oficial da categoria.]
"Não foi curto, quero dizer, poderia ter sido mais longo se eu quisesse, mas eu não queria", disse Montoya sobre seu período na F1.
"Eu era diferente, acho que é por isso que eu não durei tanto tempo, porque foi diferente, eu acho que não se encaixou."
"Para mim, foi difícil porque a imprensa britânica era dura comigo, tendo substituído Jenson (Button, na Williams) e Coulthard (na McLaren). E a imprensa alemã também nunca gostou de mim por causa de Michael e Ralf (Schumacher).
"Eu sempre era o cara mau, mas estava bem com isso."
Montoya estreou na F1 em 2001, na Williams, e em 2005 ele começou a correr com a McLaren, um relacionamento que começou com o pé esquerdo, quando o colombiano machucou o ombro esquerdo em um acidente polêmico.
Apesar de ter vencido três corridas no primeiro ano no time Woking e terminando em quarto campeonato, a temporada de 2006 viu Montoya fazer apenas dois pódios nas primeiras dez corridas, antes de ser retirado por Ron Dennis, chefe da equipe, uma vez que anunciou em julho daquele ano que se mudaria para a NASCAR na equipe de Chip Ganassi.
"Honestamente, eu não tinha certeza do que ia acontecer e onde estaria no ano seguinte. Apareceu a possibilidade da NASCAR e era um contrato de cinco anos e pensei 'por que não?'", disse Montoya.
"Quando fiz isso, eu estava indo para a próxima corrida e Ron me disse que minha cabeça estava em outro lugar e que eles não queriam que continuasse, eu disse 'OK'."
Montoya disse que, quando ele deixou a F1, Bernie Ecclestone, chefe da categoria durante esses anos, o chamou para tentar coloca-lo de volta ao grid.
"Bernie me chamou uma vez. Ele perguntou por que eu estava saindo, ele disse que me queria de volta. Eu lhe disse que tinha assinado um contrato de cinco anos, eu sentia muito. Eu disse a ele o único lugar que poderia ir era na Ferrari e com Michael (Schumacher) lá, eu não queria ser segundo piloto."
Perguntado se ele se arrependeu de ter deixado o caminho da Fórmula 1, Montoya foi claro ao dizer que nunca teve remorso.
"Foram bons anos, com seus altos e baixos. Eu gostei, foi divertido e é isso. Eu estava confortável para sair quando saí. Depois de seis meses na NASCAR eu não pensei 'por que eu fiz isso?”, disse ele.
Montoya também apontou para a lesão que sofreu no ombro esquerdo no final de março de 2005, quando tinha feito apenas duas corridas naquela temporada e estava empatado em terceiro no campeonato de pilotos, à frente do companheiro de equipe, Kimi Raikkonen.
"Foi em uma motocicleta... não foi assim, é o que todo mundo quer ouvir, não é isso? É o que eles querem ouvir, eu não ligo", disse Montoya sobre como o acidente aconteceu.
Moto ou não, essa lesão o levou a se ausentar em duas corridas, no Bahrein e em San Marino, mas ele não acredita que sua estada na McLaren teria mudado se ele não tivesse sofrido esse acidente.
"Teria sido o mesmo se eu não tivesse tido essa lesão, talvez um pouco diferente, mas o resultado no final teria sido o mesmo", disse ele.
Williams de 2003 foi o melhor carro
Finalmente, o bicampeão das 500 Milhas de Indianápolis comparou os atuais carros de F1 com os de seu tempo na categoria.
"A F1 agora pesa 730 quilos e no meu tempo eram 600 quilos com o piloto incluído, então é uma diferença de 130 quilos a menos e normalmente a cada dez quilos é cerca de três ou quatro décimos por volta. Hoje dia".
"Tínhamos pneus com ranhuras, tínhamos um terço do pneu que eles têm hoje, se tivéssemos os pneus atuais na época, completamente lisos, nossas cabeças seriam arrancadas", disse ele.
Quando perguntado qual era o melhor F1 que guiou, Montoya respondeu: "Provavelmente a Williams de 2003. A de 2004 foi muito boa também, a Williams daqueles dois anos foram os melhores carros".
"A classificação era incrível. A aceleração, frenagem as curvas. Nós éramos um bom time (Williams). Éramos o que hoje é a Red Bull."
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