Análise

O que esperar da segunda semana de testes da F1?

Segunda parte da pré-temporada 2019 da Fórmula 1 começa amanhã, em Barcelona, e deve dar mais pistas sobre o estágio das equipes antes do GP inaugural do ano, em Melbourne

Lewis Hamilton, Mercedes-AMG F1 W10

Após a movimentada primeira semana de testes de pré-temporada da Fórmula 1, no Circuito de Barcelona-Catalunha, em Montmeló, os carros voltam à ação nesta terça-feira para os quatro últimos dias de pista antes da primeira corrida do ano, em Melbourne, no Grande Prêmio da Austrália. Ainda faltam três semanas para o início do campeonato, mas já poderemos conferir um pouco mais sobre a situação dos principais pilotos e equipes do grid de 2019. Por isso, o Motorsport.com Brasil separou alguns destaques para se observar com atenção até a sexta-feira.

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Ritmo real das equipes nos testes

Nesta segunda semana, a tendência é que as equipes apresentem um desempenho um pouco mais parecido com o que será visto no GP inaugural de 2019, em Melbourne, no dia 17 de março. Não só pela proximidade com a primeira corrida do ano, mas também porque teve gente que mal conseguiu ir à pista na primeira parte dos testes: a Williams atrasou a finalização do FW42 e sai muito atrás dos rivais.

Outro fator limitante da semana passada foi o foco das equipes. Afinal, nada mais natural que priorizar a confiabilidade e a resistência dos carros novos nos primeiros dias. Isso, aliás, pode ser a explicação para o rendimento discreto da Mercedes, atual pentacampeã de construtores. Agora, é provável que os alemães intensifiquem as simulações de voltas rápidas, até por conta da velocidade demonstrada pela Ferrari de Vettel e Leclerc na primeira parte dos testes. E a Red Bull está sempre à espreita.

Pierre Gasly, Red Bull Racing RB15

Pierre Gasly, Red Bull Racing RB15

Photo by: Joe Portlock / LAT Images

Williams buscando compensar o tempo perdido

Se mal aproveitou a primeira parte dos testes, agora é a hora de recuperar o tempo perdido. E a Williams terá trabalho dobrado: tem de aliar confiabilidade à velocidade nos quatro dias restantes no circuito de Barcelona. Por enquanto, a equipe de Grove dá a impressão de que ficará no pelotão de trás do grid. O FW42 tem pouca quilometragem e não foi rápido nas poucas horas de pista na semana passada.

Agora é a hora do time inglês mostrar que ainda tem alguma carta na manga. Ou confirmar as péssimas expectativas. O fato é que todas as concorrentes parecem estar mais adiantadas que a tradicional garagista. Mas o carro ainda não está pronto, segundo Robert Kubica. E o alento para a escuderia de Frank Williams é o provável aprimoramento do FW42, que deve receber novas peças para esta segunda parte dos testes na Espanha.

Robert Kubica, Williams FW42

Robert Kubica, Williams FW42

Photo by: Jerry Andre / Sutton Images

Haas em busca do aperfeiçoamento do carro

Consolidada no pelotão intermediário, o objetivo da equipe agora é se firmar como quarta força da F1. Mas, para cumprir a meta de Gene Haas, os norte-americanos terão de superar a irregularidade da primeira semana. Com novo visual, o carro de 2019 mostrou avanços em relação ao último ano, mas teve problemas que limitaram o tempo de pista do VF-19. Nos últimos dias, houve mais consistência. Bom para Pietro Fittipaldi, que foi bem na quarta-feira. Surpresa boa para o brasileiro, que não tinha grandes chances de guiar depois de Gunther Steiner, chefe de equipe, ter dito que o foco era dar volume aos pilotos principais.

Nesta segunda semana, será o momento de confirmar a confiabilidade do carro e fazer simulações de voltas rápidas com Magnussen e Grosjean. Aí poderemos ver se a Haas de fato tem chances de obter protagonismo entre as equipes médias, com forte concorrência de Renault, Toro Rosso, McLaren e até Alfa Romeo. A Racing Point, antiga Force India, começou um pouco atrás, mas pode melhorar ao longo da temporada, como é sua tradição.

Romain Grosjean, Haas F1 Team VF-19

Romain Grosjean, Haas F1 Team VF-19

Photo by: Jerry Andre / Sutton Images

Quem tem o melhor carro: Mercedes ou Ferrari?

Eis a questão que mais gerou debate em relação às equipes de ponta. A Ferrari definitivamente mostrou mais força, em especial com as lideranças de Vettel e Leclerc nos dois primeiros dias de testes, respectivamente. Entretanto, o substituto de Raikkonen na escuderia italiana levantou uma suspeita pertinente: a Mercedes pode estar escondendo jogo. A julgar pela postura relativamente tranquila dos campeões na primeira parte dos testes, pode ser. Entretanto, Bottas, Hamilton e Toto Wolff reconheceram problemas de equilíbrio no W10.

Agora, a tendência é que os alemães forcem um pouco mais nas simulações de voltas rápidas. Aí poderemos ter uma noção melhor da diferença em relação a Ferrari. Outro ingrediente será o maior uso dos pneus mais macios, já que será a última oportunidade de ir à pista antes de Melbourne. Ou seja, tanto a Mercedes quanto os italianos tendem a andar mais próximos do limite nesta segunda parte dos testes. Será um indicativo um pouco melhor do patamar real das equipes, que só poderá ser visto com mais assertividade da Austrália em diante.

Sebastian Vettel, Ferrari SF90

Sebastian Vettel, Ferrari SF90

Photo by: Jerry Andre / Sutton Images

Qual é a maior ameaça: Red Bull ou Renault?

Apesar da liderança de Nico Hulkenberg no último dia da primeira parte dos testes, ainda não dá para elevar a Renault ao patamar da Red Bull. Até porque o RB15 recebeu da Honda uma unidade de potência bem melhor que os últimos motores da montadora. E confiabilidade era a maior interrogação do novo carro de Verstappen e Gasly, já que o projetista Adrian Newey dispensa qualquer suspeita. Sem contar a tendência de melhora do carro, como é tradicional no time de Christian Honer.

Por outro lado, a equipe francesa ainda tem algumas questões a resolver. Nos primeiros dias, por exemplo, a Renault apresentou problemas. O R.S.19 de Hulk e Ricciardo não tem o mesmo equilíbrio dos times de ponta e a unidade de potência francesa continua aquém dos motores de Mercedes e Ferrari. Para piorar, a Honda melhorou muito. Assim, a não ser que a situação se inverta na segunda semana de testes – o que é pouco provável –, a tendência é que a Renault dispute protagonismo no pelotão intermediário, e não com os ponteiros.

Nico Hulkenberg, Renault F1 Team R.S. 19

Nico Hulkenberg, Renault F1 Team R.S. 19

Photo by: Mark Sutton / Sutton Images

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Carlos Costa
Fórmula 1
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