Petronas trabalha em “novas químicas” para ajudar Mercedes
Fornecedora de combustível e óleo da Mercedes, a Petronas se concentra em “novas químicas”, até mesmo com ideias radicais de universidades, na tentativa de ajudar a equipe alemã a dar o troco em sua luta contra a Ferrari.
O triunfo de Sebastian Vettel no GP da Bélgica deixou a Mercedes com poucas dúvidas de que a rival possui agora o carro mais rápido da F1, mas não desistiu de descontar essa diferença seja pelo motor, seja pelo chassi.
Com ambas as concorrentes tendo já introduzido sua especificação final da unidade de potência em 2018 em Spa-Francorchamps, o ônus para evolução no motor ficou com as fornecedoras de combustível e lubrificantes.
Agora, diante de uma dura batalha pela supremacia, a parceira da Mercedes, a Petronas, disse que está se concentrando em novas soluções químicas para encontrar os ganhos que a equipe quer ver.
Andy Holmes, líder do grupo de pesquisa e tecnologia da Petronas, afirmou que, com os caminhos mais tradicionais de desenvolvimento de combustível e lubrificantes tendo já sido explorados, busca-se conceitos mais radicais.
“Estamos no jogo aqui para conseguir evoluções”, disse ao Motorsport.com, com exclusividade, no centro de pesquisa da Petronas em Turim antes do GP da Itália.
“Para nós, o que é crítico no momento é que há várias novas ideias na mesa, novas químicas, para fazer com que as propriedades do combustível casem com os desafios que estão por vir. Então, a pressão está sobre nós.”
“Para nós, isso cada vez mais nos leva para a direção de novas químicas. Estamos aumentando nosso investimento e inovação, de olho em desenvolver novos componentes e novos fluídos que podem continuar nos dando ganhos incrementais.”
“Pensamos que isso seja difícil, mas a razão pela qual estamos nisso é porque pensamos que esses ganhos são possíveis.”
Apesar de a Petronas empregar cientistas altamente habilidosos para ajudar em seus esforços, a empresa diz que também está recorrendo a universidades par ajudar a encontrar mais ideias que podem ganhar destaque em performance.
Eric Holthusen, chefe de tecnologia da Petronas, disse: “Se você olhar para as universidades, muita pesquisa é feita sem a pressão que a indústria coloca em seu próprio time de desenvolvimento.”
“Andy e eu estamos constantemente sob pressão, e qualquer coisa que fazemos é questionada: ‘Qual é o valor ao nosso negócio?’ Se você está na universidade, você tem um grau muito maior de liberdade para brincar com novas químicas.”
“O que precisamos garantir é que entendemos o que acontece nas universidades e ver o que está acontecendo lá. E, se virmos algo que é promissor, [precisamos] ir lá e garantir que fazemos parte do grupo.”
Jogo de forças
Apesar de o desempenho da Ferrari na Bélgica ter deixado a Mercedes aparentemente em desvantagem, a equipe não está convencida de que a rival está tão longe à frente.
Um fator é que as características de Spa – que expuseram a fraqueza da Mercedes em tração e velocidade em linha reta para a Ferrari – entregaram um golpe duplo, o que deixou o time em desvantagem.
Geoff Willis, diretor de transformação de engenharia digital da Mercedes, disse ao Motorsport.com que a performance do pneu era um elemento mais crítico na Bélgica.
Ele também acredita que é simplista demais sugerir que Mercedes ou Ferrari possui inquestionavelmente o melhor motor, porque as características são muito diferentes.
“Se você olhar para as diferença que estamos vendo, muitas delas são dominadas por características de pneus, e é questão de quem está usando o pneu certo naquele dia”, afirmou.
“Claramente, com duas equipes de ponta, elas estão equilibradas em potência. Elas possuem características diferentes e sistemas de entrega de potência diferentes nos circuitos. É bem interessante tentar descobrir o que estamos fazendo de diferente em relação à outra.”
“Os carros se comportam de forma diferente e há muito ruído neste sinal. Mas, se você pegar a performance relativa dos dois carros em termos de quem tem a vantagem, será bem difícil dizer no momento.”
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