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Pilotos falam sobre as recentes mortes de colegas na pista

Após acidentes na F-Indy e na MotoGP, colegas reconhecem o risco, mas garantem que tudo muda na hora de entrar no carro

Pilotos garantem que não pensam nos riscos quando estão na pista

Eles reconhecem o risco, mas garantem que dentro do cockpit o temor de ter um acidente grave não entra. Após as mortes seguidas de Dan Wheldon na F-Indy e de Marco Simoncelli na MotoGP, o TotalRace ouviu os pilotos da F-1 sobre sua relação com o perigo e a necessidade das demais categorias melhorarem seus padrões de segurança.

“Assim que você fecha o visor, você não pensa no risco”, garante Fernando Alonso. “Amamos o esporte a motor, a competição e a adrenalina te cega em relação ao risco. Sabemos que é perigoso. Quando chegamos a 320km/h – o que deve ser a velocidade máxima aqui nesta pista – sabemos que, se der alguma coisa errado no carro, há o risco de ter um acidente sério. Mas é impossível pensar isso com a emoção e o sentimento que você tem a essas velocidades. Mesmo sabendo do risco, amamos nosso esporte.”

O alemão Michael Schumacher, que sofreu acidente grave andando de moto no início de 2009, seguiu na mesma linha do piloto da Ferrari.

“Não acho que, enquanto pilotamos, pensamos que estamos nos colocando em perigo. Antes de tudo, quando levamos os carros ao limite é que nos sentimos confortáveis e nossa ambição é sempre fazer isso. Acho impossível ter total segurança, em qualquer área da vida.”

O espanhol, no entanto, revelou que ficou chocado com os acidentes, principalmente o do piloto italiano, que viu ao vivo na TV.

“Não afeta quando você está pilotando. Afeta durante a semana. Foram dias muito tristes, assistindo à TV em casa. O acidente do Dan [Wheldon] eu vi no noticiário e fiquei em choque por dois ou três dias. Com Marco [Simoncelli], estava assistindo à corrida e não pude acreditar até segunda-feira que esse tipo de coisa ainda aconteça. Foram dias muito tristes para o esporte a motor e mando minhas condolências às famílias.”

Mas quem se mostrou mais tocado foi Felipe Massa, que afirmou ter perdido um amigo.

“Foi muito triste. Não só por ver um acidente grave, mas por ver isso com uma pessoa que você conhecia. O Dan Wheldon era meu amigo, o encontrei várias vezes, ele até veio jantar na minha casa quando correu de kart no Brasil. Foi muito difícil ver um acidente como aquele.”

O brasileiro cobrou mudanças na segurança, principalmente da Indy. “É difícil para mim falar de moto porque não tenho experiência. Acho que foi mais uma fatalidade. Talvez possa melhorar o equipamento que eles usam, mas ele foi atropelado e, na moto, quando você cai isso pode acontecer, o que é difícil no carro. Mas na F-Indy, tem muito o que fazer para melhorar a segurança dos carros e das pistas. Espero que tenha sido o último exemplo para melhorarem e a gente ter um campeonato mais seguro.”

O brasileiro comparou a situação da categoria norte-americana com o que aconteceu com a F-1 após o GP de Imola de 1994.

“Olhando para trás, quando um F-1 batia, ele pegava fogo e hoje não acontece mais. Mas você vê isso na Indy. Acho que depois do acidente do Senna a mentalidade da F-1 mudou e realmente a gente tem um carro e pista mais seguros. A gente vive arriscando, mas melhorou muito e espero que a Indy melhore também.”

Massa chamou a atenção para o fato da proteção acima da cabeça de Wheldon não ter aguentado o impacto. “Foram muitos carros voando. Isso tem que melhorar, assim como a pista. Tem que ser feito, porque quando você vê um carro chegando no chão sem o santo antônio mostra que tem muito o que fazer para melhorar a segurança.”

Schumacher concorda que a F-1 deveria ser um padrão para as demais categorias em termos de segurança, mas acredita que o destino também entra em jogo.

“É claro que há mais risco em corrida de carro e a F-1 é provavelmente o tipo de esporte a motor mais rápido do mundo. Ao mesmo tempo, a segurança melhorou muito. Se você olhar para um projeto como o dessa pista, há muitas áreas de escape e certamente há um grande padrão de segurança. Se, mesmo assim, algo acontecer, será o que chamaria de destino e isso é algo que todos teremos de enfrentar cedo ou tarde. Estou muito tocado pelo que aconteceu com ambos os pilotos que perdemos mas infelizmente temos de dizer que a vida é assim.”


(colaboraram Luis Fernando Ramos e Felipe Motta, da Índia)

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