Preparador físico garante Massa “mais forte” para 2017
Alex Azevedo, responsável por “afiar” o piloto brasileiro para a temporada, revela que Massa ganhou 2 kg de músculos para lidar com os carros mais exigentes
Os últimos meses foram marcados por reviravoltas na carreira de Felipe Massa. Aposentado da F1 ao fim da temporada de 2016, o brasileiro precisou deixar os planos de lado com as mudanças provocadas pela repentina saída de Nico Rosberg.
Assim, em um curto período de tempo, Massa teve de voltar à ativa justamente em uma temporada que deve ser bastante exigente fisicamente com seus carros mais rápidos. Por isso, o piloto da Williams se preparou para o campeonato de 2017 com um novo reforço: agora, ele conta com o suporte do preparador físico Alex Azevedo, que se dedicará à carreira do único representante brasileiro da F1 ao longo da temporada.
Azevedo, de 26 anos, recebeu o convite de Massa um dia após a oficialização de seu retorno à categoria. Em seguida, se mudou para Mônaco, onde o piloto reside, para iniciar de imediato um trabalho de fortalecimento.
Por se tratar do piloto mais baixo do atual grid, com 1,66 m, Massa também é, consequentemente, um dos mais leves. Por isso, a fim de se preparar para carros mais “violentos”, o brasileiro se submeteu a um programa para ganho de massa muscular – algo que outros pilotos mais altos e mais pesados não puderam se dar ao luxo.
Em entrevista exclusiva ao Motorsport.com, Azevedo revelou que Massa ganhou 2 kg de puro músculo em apenas 10 dias de trabalho. Segundo ele, uma preparação física afiada, o que também inclui trabalho cardiovascular, será fundamental para a temporada de 2017.
“Um piloto de F1 precisa estar com o cardiovascular extremamente em dia. Quem pensa que ele está parado lá dentro está enganado. Ele está lá dentro do carro com uma temperatura elevada, fazendo esforço, com uma demanda energética muito alta. Assim, ele precisa ter muita coordenação motora, consciência corporal, reflexo, raciocínio rápido. Força no pescoço, trapézio, posterior de ombro, redondo maior, redondo menor. O trabalho de tomada de decisão precisa ser rápido. E nesse ano os pilotos precisam de mais força, porque os carros são mais rápidos”, analisou Azevedo.
O preparador físico já trabalhava esporadicamente com Massa há um ano e meio, mas só agora se dedica em tempo integral ao piloto. E, neste período, já percebeu grandes mudanças no condicionamento do brasileiro.
“Ele está muito mais forte. Ganhou músculos, mais estabilização articular, que ele não tinha muito. Ele está com as articulações mais estáveis, e isso posso dizer que é fruto do meu trabalho. Está com mais mobilidade articular, que ele também não tinha. Isso é resultado do que foi visto em Barcelona. Ele terminou um treino com 168 voltas e, depois, perguntei a ele como se sentia. ‘Estou ótimo. Amanhã tem mais’”, lembrou.
Rotina intensa
Para ficar afiado fisicamente para a temporada, Massa precisou se submeter a uma rotina puxada de treinamentos.
“Na parte da manhã, fizemos um treino bem intenso de cardiovascular. No meio da tarde, descansamos um pouco e, à noite, focamos no pescoço. Sempre antes de dormir, faço um alongamento, uma soltura muscular e liberação miofascial”, detalha Azevedo.
Durante as corridas, o preparador físico será uma espécie de “braço direito” de Massa. “Serei uma das pessoas de confiança do Felipe nos autódromos. Ficarei ao lado dele no grid para o que ele precisar. O acompanharei de perto e serei o responsável também pela sua organização, seus horários, na administração de suplementos e alimentos. Além disso, cuidarei da preparação de repositores energéticos, da parte de logística e administração de roupas, macacão e capacete”, lista.
Com o trabalho mais puxado na preparação já concluído durante as férias da F1, o desafio agora é manter a forma física impecável ao longo do campeonato e realizar treinamentos mais específicos.
“O Felipe já tem experiência com carros assim, porque são parecidos com carros de 2008. A única coisa que vamos trabalhar em especial para Melbourne é a questão de posterior de pescoço e de ombro, porque a pista tem característica de ter muita frenagem. Isso exige muito da parte de trás do pescoço, de trapézio. No geral, o treino continua com intensidade máxima”, encerra.
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