Fórmula 1 GP de Mônaco

Presidente da FIA muda de ideia, adota discurso da F1 e 'manda recado' para Andretti

Após defender publicamente a entrada do time americano como a 11ª equipe do grid, Sulayem passa a mudar radicalmente seu discurso

Mohammed Ben Sulayem, President, FIA

Após a Fórmula 1 recusar a entrada da Andretti, o presidente da FIA, Mohammed ben Sulayem, mudou sua posição sobre a presença do time americano em parceria com a Cadillac, aconselhando Mario Andretti a "comprar outra equipe".

Enquanto a FIA aprovou ainda em 2023 a entrada da Andretti, a Liberty Media foi por um caminho diferente, recusando a adição de um 11º time por motivos técnicos, afirmando que a equipe americana não agregaria valor à categoria.

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Sulayem foi um defensor da expansão do grid para além das 10 equipes atuais, abrindo no começo de 2023 um edital de entrada no qual apenas a Andretti foi aprovada.

"Temos um contrato, e nosso contrato diz que podemos ter até 12 equipes", disse ele ao Motorsport.com no ano passado. "Portanto, não estamos violando as regras. Pelo contrário, estamos cumprindo as regras".

Ele também disse que seu sonho era preencher todas as 12 vagas adicionando equipes ligadas à montadoras dos EUA e da China. Essa visão o colocou em desacordo com a direção da F1 e com a Liberty Media, que não acredita que a entrada da Andretti seria competitiva ou agregaria valor significativo à categoria.

Em entrevista à Reuters em Mônaco, Ben Sulayem mudou sua posição e aconselhou Michael Andretti a comprar uma equipe existente em vez de persistir em seus esforços para entrar como uma 11ª equipe.

"Não tenho dúvidas de que a FOM e a Liberty adorariam ver outras equipes, desde que sejam montadoras", disse ele. "Eu aconselharia [Andretti] a comprar outra equipe, não a entrar como a 11ª equipe".

Michael Andretti, Owner,retti Global

Michael Andretti, proprietário, Andretti Global

Foto de: Alexander Trienitz

"Sinto que algumas equipes precisam ser renovadas. O que é melhor? Ter 11 equipes como um número ou 10 e elas serem fortes? Ainda acredito que deveríamos ter mais equipes, mas não qualquer equipe. As equipes certas. Não se trata do número, mas da qualidade".

Ben Sulayem disse que, em princípio, ainda daria as boas-vindas à Andretti e à sua parceira General Motors, sugerindo que a associação traria mais para o esporte do que algumas das atuais equipes da F1.

"Sem mencionar nomes, há equipes que estão com dificuldades. Com dificuldades de desempenho, dificuldades até mesmo de gerenciamento", acrescentou. "Trata-se de ter a equipe certa, para não perder uma chance ou uma oportunidade em que alguém como a GM, com uma unidade de potência, está vindo para a F1".

"Imagine o impacto. Temos três corridas nos Estados Unidos. Temos uma base de fãs enorme. Mas não temos uma equipe [americana] adequada. Estou muito feliz por ter a Ford [com a Red Bull], mas imagine ter a GM e imagine ter [mais] pilotos americanos."

A mudança de postura em relação à Andretti pode ser percebida como um esforço para entrar em sintonia com a FOM e a Liberty Media, uma vez que Ben Sulayem tem mantido até agora uma relação fria com a detentora dos direitos comerciais devido a uma série de conflitos.

Isso é especialmente relevante em meio às negociações para a elaboração de um novo Pacto de Concórdia, que estipula como a série será administrada em nível comercial e precisa ser renovado antes de 2026.

"A paz é sempre boa, não se pode ter problemas desnecessários o tempo todo", reconheceu Ben Sulayem. "Nós dois entendemos que precisamos avançar e a única maneira de avançar é ter muito mais clareza entre nós. Estamos com a FOM quando se trata de negócios. Somos parceiros e também temos que esquecer as pequenas coisas e encontrar uma solução para resolver esses problemas".

A F1 deixou formalmente a porta entreaberta para Andretti tentar se candidatar novamente para 2028, se a GM estiver pronta para fornecer uma unidade de potência própria. Mas a Andretti não aceitou um "não" como resposta e continuou seu esforço agressivo para se juntar à equipe em 2026, abrindo uma base no Reino Unido em Silverstone e contratando o ex-diretor técnico da F1, Pat Symonds, como consultor.

Ela também envolveu vários senadores e representantes dos EUA para contestar a rejeição da F1 por motivos legais, invocando leis antitruste, uma escalada que não foi bem aceita pela F1.

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