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"Prost foi melhor que Senna", defende o tricampeão Jackie Stewart

Escocês nunca gostou do estilo agressivo do piloto brasileiro e os dois chegaram a cortar relações

O estilo agressivo de Ayrton Senna nem sempre fez sucesso entre seus pares. Um de seus críticos mais ferozes, o tricampeão Jackie Stewart, sempre criticou o brasileiro pelo número de colisões em que se envolvia e, por isso, defende que seu maior rival, Alain Prost, era um piloto mais completo.

“Sempre critiquei Senna porque, como ele disse em uma entrevista, se houver um espaço você tem de tentar, e se não o fizer, não é um grande piloto. Isso é errado. Ele forçou situações por muitas vezes, então sinto que não posso dizer que ele era o maior piloto da história da Fórmula 1”, afirmou o escocês em sua coluna no Daily Mail.

“Houve muitas vezes em que ele fez coisas intencionalmente que outros grandes não fariam. Fangio não faria. Jim Clark não faria. E Prost também. Acho que Prost é melhor que Senna; o professor era mais completo. Gostava de Ayrton como amigo e amava seu entusiasmo e espírito ao pilotar, mas para ser um grande você precisa fazer isso consistentemente. Ele teve muitas colisões e, inclusive, é por isso que também não considero Michael Schumacher o melhor de todos os tempos.”

As opiniões de Stewart, inclusive, chegaram a interromper a relação dos dois por mais de um ano. Em uma entrevista, o escocês questionou o brasileiro sobre o fato dele ser o campeão com maior número de colisões na carreira até então e o acusou de ter tirado Prost propositalmente do GP do Japão para vencer o campeonato de 1990. Senna, então, disse que jamais voltaria a falar com Stewart.

No ano seguinte, a atitude do brasileiro mudou. “Ele me ligou. Era um cara muito religioso e disse: ‘olha, estou ligando para me desculpar porque agora eu admito que tirei Prost da pista intencionalmente e Deus não me permitiria viver com essa mentira. Vou anunciar isso para a mídia hoje, mas queria que você fosse o primeiro a saber.”

Naquela época, a atitude de Senna em relação à segurança nas pistas havia mudado e o brasileiro passou a contar com a ajuda de Stewart, que lutou para melhorias na década de 1970, para propor mudanças. "Ele tinha amadurecido", concluiu o ex-piloto. Os dois passaram a ter contato constante e o escocês acabou sendo um dos pilotos que carregou o caixão do tricampeão há exatamente 20 anos.

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