Renault pode entrar com recurso questionando nível das sanções aplicadas à Racing Point
Cyril Abiteboul afirmou que a Renault vai usar a janela de 24 horas para analisar se entra com recurso
No veredito do protesto, publicado pela FIA nessa manhã, a Racing Point foi considerada culpada de quebrar o regulamento esportivo da Fórmula 1, sendo multada em 400 mil euros e em 15 pontos no Mundial de Construtores. Mas a Renault achou pouco, e considera recorrer.
A equipe britânica foi considerada culpada por usar os dutos de freio traseiros projetados pela Mercedes no W10, carro usado pela equipe alemã em 2019.
O veredito também deixou claro que a Racing Point não terá que mudar seu duto, podendo continuar a usar o atual pelo resto do ano.
Normalmente, a decisão precisa ser questionada até uma hora depois da publicação, mas a FIA abriu uma exceção devido à complexidade do caso, deixando um janela de 24 horas.
O chefe da Renault, Cyril Abiteboul, disse que a equipe pode usar o recurso para questionar o nível da punição dada.
"Eu confirmo que estamos avaliando um possível recurso", disse. "Por ser um caso complexo, precisamos balancear cuidadosamente o interesse do esporte e a consistência da sanção".
"Há uma discussão muito específica e direcionada nos protestos com relação a uma parte do carro, os dutos de freio, dianteiro e traseiro. E em relação a isso, estamos satisfeitos que a FIA confirmou que alguma dessas partes quebraram o regulamento. É o regulamento esportivo, mas ainda assim é um assunto técnico, que está localizado no regulamento esportivo".
"Então estamos satisfeitos com a conclusão. Sobre a sanção, isso está aberto a debate. Vamos considerar o caso, lembrando a vantagem que eles continuarão tendo na temporada. E é uma vantagem material".
Abiteboul disse que, ao usar o duto de outra equipe, a Racing Point pode ter liberado seu programa de túnel de vento para outros programas.
"Colocando isso em perspectiva, qualquer equipe usa 20% de seu tempo de aerodinâmica desenvolvendo essas partes. Não são partes pequenas".
Ele também destacou que há uma questão maior que precisa ser considerada, de cópias, e agradeceu as palavras de Nikolas Tombazis, que afirmou que a FIA vai proibir cópias no futuro.
"Precisamos reconhecer o que a equipe fez, com base em um carro que tem uma vantagem tão grande em relação aos demais do grid, chocando o sistema, causou uma disrupção. Vamos ver como lidaremos com isso. Sim, a cópia é parte da história da F1. Mas a tecnologia evoluiu demais, a ponto de ser possível fazer coisas que não eram antes".
"Ficamos felizes com o comunicado de Nikolas Tombazis nesta manhã, em paralelo com os fiscais, sobre o empenho da Federação em atacar essa questão. Mas precisamos entender exatamente o que há por trás dessas palavras".
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