Whitmarsh vê dificuldade de Massa com "máquina implacável" na Ferrari
Para chefe da McLaren, filosofia da equipe italiana em ter Alonso como primeiro piloto é ruim para a cabeça do brasileiro
Há pouco menos de um ano, no GP do Canadá de 2011, Felipe Massa esteve pela última vez entre os três primeiros na Fórmula 1 em um treino classificatório. Tratou-se de um evento isolado em um ano no qual o piloto tornou-se o primeiro desde Didier Pironi, em 1981, a não conquistar um pódio sequer pela Ferrari por toda a temporada. Sua última vitória data de 2008, naquele GP do Brasil que, por pouco, não lhe deu o título.
Desde então, Massa sofreu um sério acidente, que o tirou de praticamente metade da temporada 2009, e, no ano seguinte, viu Fernando Alonso chegar à Ferrari. De lá para cá, o espanhol venceu sete provas e conquistou 23 pódios, contra cinco do brasileiro.
Falando com exclusividade, em um aperitivo do que vem por aí na sabatina que o TotalRace fez com perguntas de leitores, o chefe da McLaren, Martin Whitmarsh, acredita que a união entre Alonso, conhecido por fazer a equipe trabalhar para si, e a Ferrari, cuja tradição é colocar as fichas para o campeonato em apenas um piloto, é prejudicial para Massa.
“Acho que tem a ver com a filosofia. Creio que a Ferrari e Fernando [Alonso] formam uma máquina implacável. Não conheço Felipe muito bem, mas é um piloto muito rápido e uma pessoa muito intensa. É muito difícil, e poderíamos perguntar isso para Rubens [Barrichello], existir em uma máquina como aquela mantendo seu nível de autoconfiança, porque ela é muito focada em seu companheiro. Essa é a desvantagem [de ter um primeiro piloto].”
Para o inglês, o ferrarista não rende bem porque as atenções na equipe estão voltadas ao bicampeão. “Acho que você pode ganhar campeonatos ao focar mais em um piloto do que em outro, mas não é nada bom para o companheiro e acredito que Felipe esteja tendo dificuldade com isso. Fernando tem uma vantagem psicológica no momento”, acredita. Contudo, Whitmarsh salienta que isso não tira a qualidade do brasileiro.
“Felipe ainda é um piloto muito talentoso. No ambiente e nas circunstâncias corretas ele pode vencer corridas e lutar por campeonatos. Ele poderia ser campeão no futuro, mas é difícil para ele sair dessa desvantagem psicológica em que está.”
Mas o chefe de Lewis Hamilton e Jenson Button avisa: é bom Massa começar a mudar a maré rapidamente, pois seus resultados serão colocados na mesa de negociação em contratos futuros. E o acordo do piloto com a Ferrari acaba no final deste ano.
“Acho difícil porque a F-1 não tem uma cultura de olhar os dados a fundo. Ou você é ótimo, ou é muito ruim. Se ganhar uma corrida, você vira herói e na próxima pode virar um idiota. Infelizmente, é assim”, afirmou, quando perguntado se o brasileiro teria chance em outra equipe. “Ele ainda é jovem, tem vontade, não foi campeão e espero, para o bem dele, que ele e seu empresário encontrem um lugar em que ele possa florescer. Não acredito que ele tenha perdido a habilidade e a determinação, mas ele precisa começar o zero de novo. Se eu fosse seu empresário, pensaria em como conseguir um novo começo para ele.”
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