Entrevista

Di Grassi: “Chegar em 3º neste campeonato será um milagre”

Piloto brasileiro diz que foco agora é a conquista do campeonato de construtores pela Audi e afirmou que ficou surpreso com e.dams fora da briga pelo título de pilotos da Fórmula E

 Lucas di Grassi, Audi Sport ABT Schaeffler

Lucas di Grassi, Audi Sport ABT Schaeffler

Zak Mauger / Motorsport Images

Lucas di Grassi deixará o posto de atual campeão da Fórmula E no próximo fim de semana, quando a categoria dos carros totalmente elétricos finaliza a quarta temporada com a rodada dupla de Nova York. Na briga pelo atual campeonato estão o líder Jean-Eric Vergnem da Techeetah, e Sam Bird, da Virgin.

O brasileiro teve um mau começo de temporada e se recuperou aos poucos, mas não a tempo de brigar novamente pelo título de pilotos, já que a diferença que tem para Vergne, 62 pontos, é impossível de se tirar em duas provas.

O calcanhar de Aquiles de di Grassi na temporada 2017-2018 foram as quatro primeiras provas, além de uma punição que teve que pagar no ePrix do México, pela troca de motor. Ele falou como o início ruim o frustrou, não podendo brigar pelo título do atual campeonato.

“Eu precisaria ter ido bem em duas ou três para estar na disputa pelo título”, disse di Grassi. “Mas na verdade fui mal em cinco provas, porque não pontuei em quatro e daí na última, eu tomei penalidade para a corrida no México. Larguei em último e ainda tinha que pagar cinco segundos nos boxes por causa da punição por troca de motor, então eu perdi cinco corridas, de 12. Tínhamos a rodada dupla de Montreal, com 14 corridas, caiu para 12 e eu quebrei em cinco.”

“Por mais que você fique frustrado, porque seu carro é bom, melhor até em relação ao do ano passado que ganhamos o título, está mais do que provado que para vencer uma corrida, você precisa passar pela bandeirada. Então, não adianta ter o melhor carro e ele não ser confiável.”

Uma peça do inversor foi a causadora dos problemas da Audi, segundo di Grassi. Defeito este que não afetou seu companheiro de equipe, Daniel Abt.

“O pior é que isso aconteceu somente com meu carro e não com o carro do Daniel. Só que a Fórmula E é muito restrita. Você homologa dois drivetrains, se quebrar você toma punição. Foi uma pena, não foi culpa minha, acho que neste ano eu guiei ainda melhor do que no ano passado, de uma forma geral, não cometi nenhum erro durante o campeonato inteiro.”

“O carro é melhor e mais rápido do que o do ano passado. Você fica frustrado, mas tenta focar na próxima corrida, naqueles objetivos que dá para você alcançar. Se eu tivesse batido ou errado, eu estaria mais frustrado. Eu fiz o que dava para fazer. Chegar em terceiro neste campeonato será um milagre depois de ter feito cinco provas ruins.”

“Pra gente o foco agora é vencer o campeonato de construtores. Estamos 33 pontos atrás [da Techeetah] e temos 97 em jogo.”

Ausência da e.dams na briga

Sebastien Buemi sempre esteve presente na briga pelos títulos da Fórmula E desde a primeira temporada da história da categoria. Vice para os brasileiros Nelsinho Piquet e Lucas di Grassi, o suíço se sagrou campeão na temporada 2015/2016.

Mas neste campeonato, Buemi não foi o mesmo, não conseguindo uma vitória sequer e jamais sendo cotado como favorito ao bicampeonato. Di Grassi não esperava esta novidade.

“Para mim foi uma surpresa. Na verdade, nos outros anos eles tinham uma grande vantagem, a Renault foi a primeira montadora a investir realmente na tecnologia da Fórmula E. Nós não éramos Audi até este ano, antes tínhamos um orçamento reduzido.”

“Foi praticamente um milagre, não tínhamos a menor possibilidade de brigar de igual para igual com o [Sebastien] Buemi e os motores da e.dams Renault. E praticamente a partir deste ano, a Audi foi para a mesma arquitetura de drivetrain que a Renault tinha.”

“Conseguir fazer o que fizemos no ano passado, combinou uma série de coisas: consistência, sorte, como naquela corrida do México que teve safety car e eu acabei arriscando e evencendo, enfim, tiveram várias condições que me deram a possibilidade de ganhar o título.”

“A Techeetah é a Renault. Não é que o motor Renault esteja ruim, ele ainda está vencendo campeonato.” 

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