Di Grassi propõe corridas de arrancada para provar que "Fórmula E é mais rápida que F1"

Piloto brasileiro acredita que categoria deve pensar fora da caixa, principalmente para as qualificações que "ninguém assiste"

The cars pass the start line as the yellow flags are waved behind the Safety Car

Lucas di Grassi apresentou um conceito radical de pré-qualificação da Fórmula E para a FIA, encabeçado por corridas de arrancada em monumentos como o Palácio de Buckingham, para mostrar os carros são "mais rápidos que a Fórmula 1".

As equipes da categoria estão pressionando fortemente por alterações no sistema de grupos atual que prejudicam os líderes de pontos e querem um novo formato para a próxima temporada, em vez de esperar pela mudança das regras somente no campeonato de 2022-23.

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O chefe da série Jamie Reigle já confirmou ao Motorsport.com que quaisquer mudanças seguirão o costume da Fórmula E e "não serão convencionais", mas há pouco consenso entre o campeonato, as equipes e a FIA sobre como a qualificação deve seguir.

Di Grassi avalia que os organizadores "não têm nem certeza do que querem" no que diz respeito a 18 pilotos permanecerem na disputa do título antes da rodada final ou tentar criar vencedores repetidos que possam ser "Heróis".

"O cenário [atual] de uma volta é provavelmente a pior de todas as possibilidades, então ele precisa mudar", disse o piloto ao Motorsport.com "Você deve pensar completamente fora da caixa."

O campeão de 2016-17 apresentou uma proposta radicalmente diferente, que apresentaria corridas de arrancada perto dos principais eventos na semana que antecede a corrida: "A definição dos grupos ou alguma pré-definição de qualificação seria uma arrancada realizada uma semana antes do início dos trabalhos na cidade."

O brasileiro da Audi acredita que a Fórmula E deve se mover para promover melhor a aceleração dos carros elétricos, que é um grande destaque na indústria automotiva.

"O que você precisa para mostrar essa característica? O que o público em geral entende: eles vêem quem chega primeiro e esse é o vencedor. Imagine que você faça um evento uma semana antes: London Bridge, Times Square, San Francisco. Você leva o carro para lá e com bateria 100% dá 100 partidas, com tração nas quatro rodas e 450 kWh [600bhp]. Vai acelerar mais rápido que a F1, então ninguém poderia dizer que são lentos."

"Então, use isso para definir [os grupos] da qualificação ou mesmo o grid. Isso é algo totalmente fora da caixa, que é o que a categoria deveria olhar. Dá para fazer à noite, com luzes, em lugares onde nunca seria capaz haver uma corrida, como em frente ao Palácio de Buckingham. Só precisaria de paredes para uma certa reta. Vai ser sobre o tempo de reação do motorista e a diferença será muito pequena. Depende do software, do hardware, de quanto você aquece os pneus... são muitas variáveis", acrescentou.

An aerial view of F1 Live London

An aerial view of F1 Live London

Photo by: Eamonn M. McCormack / Getty Images for Formula 1

Embora di Grassi admitisse que seu conceito dificilmente se concretizaria, apesar de apresentá-lo ao diretor Frederic Bertrand, ele o citou como um exemplo das medidas que a série deveria tomar para impulsionar seu público.

"Ninguém está assistindo a classificação, então precisamos chamar um pouco mais de atenção. É preciso criar entretenimento, uma forma simples de compreensão - não o modo de ataque, uso excessivo de energia - ninguém realmente entende o quadro todo, mas a chance de isso acontecer é muito baixa, porque as pessoas têm medo de grandes mudanças."

"O marketing para carros elétricos é de 0 a 100km/h. Com isso, a Fórmula E pode vencer a Fórmula 1. No momento, as pessoas têm a impressão de que os nossos são lentos e fáceis de dirigir. Mudaríamos completamente a percepção, o que para mim já é algo positivo", concluiu.

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