Há 15 anos, Zanardi perdia as pernas em forte acidente
Em primeira corrida da CART realizada na Europa, italiano foi atingido por Alex Tagliani ao rodar saindo dos pits
Há uma década e meia o mundo da velocidade dava as mãos em oração por um dos pilotos mais carismáticos de sua história. Em 15 de setembro de 2001, Alessandro Zanardi sofreu um dos acidentes mais feios da história do esporte a motor, e, milagrosamente, sobreviveu.
O momento também era difícil para o mundo, já que quatro dias antes os EUA haviam passado pelo maior atentado terrorista da história, quando terroristas da Al-Qaeda jogaram aviões nas duas torres do World Trade Center, em Nova York.
Na CART, o momento era de novidade. Pela primeira vez a categoria corria na Europa. O palco era o circuito alemão de Lausitzring. Mas a corrida, batizada de American Memorial 500 após o 11 de setembro, seria recordada para sempre pelo grande acidente sofrido por Zanardi.
Bicampeão da CART em 1997 e 1998, o italiano retornava à categoria após uma temporada ruim na Fórmula 1 e outro ano sabático. Ele era companheiro do brasileiro Tony Kanaan na equipe Mo Nunn, e sua temporada estava sendo difícil. O melhor resultado de Zanardi era um quarto lugar, em Toronto.
Para a corrida na Alemanha, ele largaria em 22º. Mas, em uma recuperação inimaginável, Zanardi alcançou os primeiros lugares e fazia sua melhor prova na temporada. O italiano brigou com Kanaan e o sueco Kenny Brack pela liderança da prova na segunda metade da corrida. Ele assumiu o primeiro lugar na volta 121 de 154.
No entanto, para terminar a prova Alessandro necessitava ainda de um pit stop para completar o tanque de combustível.
Sua parada ocorreu na volta 142. Na volta à pista, o italiano perdeu o controle de seu carro rodou na curva 1. Sem conseguir desviar, o canadense Alex Tagliani acertou o carro de Zanardi em cheio.
O italiano perdeu as duas pernas e três quartos do sangue de seu corpo durante todo o processo de socorro e hospitalização. Mesmo em estado crítico após a batida, o piloto teve sua condição estabilizada em dois dias. Três dias depois ele saiu do coma, e no dia 30 de outubro de 2001 saiu do hospital de cadeira de rodas pela porta da frente com um sorriso no rosto. Impressionante.
Mas Zanardi não parou por aí. Em 2003, ele voltou ao circuito de Lausitz em um carro da CART para completar as 13 voltas que ainda faltavam para que concluísse aquela corrida de 2001. Impressionando pelo tempo de suas voltas, ele voltou às competições. De 2005 a 2009 ele atuou no WTCC.
Em 2012 se tornou medalhista paralímpico em Londres, e em 2016 mais uma vez conquistou medalha no Rio de Janeiro.
Por tudo isso, aconteça o que acontecer daqui para frente, Zanardi já está entre os maiores esportistas da história. Não só pelas conquistas, mas pela perseverança e amor pela vida. Existe como não admirá-lo?
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