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GUIA MOTOGP: Saiba todos os detalhes sobre a temporada 2019

Mundial de Motovelocidade chega a sua 71ª temporada com grids cheios, grandes promessas, muitas montadoras e nova categoria elétrica

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A cada ano a MotoGP parece crescer mais e mais. Se há dez anos a categoria vivia da boa vontade de seus amantes – que se prestavam a ver corridas altamente previsíveis e com grids de 17 motos – uma década depois os fãs que resistiram não têm do que reclamar: o campeonato é o que mais cresce na preferência do amante das corridas.

E é bem fácil de entender o porquê: GPs definidos na última curva, tecnologia, pilotos de personalidade forte, grande equilíbrio, shows de ultrapassagem, investimento de montadoras e anunciantes importantes, imprevisibilidade, motos mais velozes a cada ano, pistas sensacionais e uma infinidade de outros atrativos.

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Traduzindo em fatos, a MotoGP melhorou seu espetáculo e conseguiu transformar seus pilotos em heróis dos tempos modernos. Heróis pelos quais ‘vale a pena brigar’. “Como assim?”, você pode perguntar. Explico: se para criar animosidade entre dois fãs de cultura geek basta um debate DC x Marvel, para fãs de MotoGP atualmente uma discussão Valentino Rossi x Marc Márquez pode gerar cicatrizes para uma vida inteira.

Sem a blindagem e a distância que a Fórmula 1 fez questão de criar em torno de seus protagonistas nas últimas décadas, a MotoGP forjou ídolos e vê sua audiência na TV e nas pistas aumentar junto com o assédio em cima de suas estrelas. O tempo é de vacas gordas na motovelocidade.

Mas o que esperar desta temporada nas quatro categorias da MotoGP? Quem são os pilotos? Qual o calendário?

Confira aqui:

MotoGP: O alvo é um só

Marc Marquez, Repsol Honda Team

Marc Marquez, Repsol Honda Team

Photo by: Gold and Goose / LAT Images

Depois de três títulos seguidos, não tem o que falar: Marc Márquez é o homem a ser batido no grid da MotoGP. O espanhol da moto 93 já mostrou que é um fora de série e que sua técnica de pilotagem revolucionária é superior à da concorrência. Sua capacidade de andar no limite e extrair o máximo de um equipamento que às vezes não está à sua altura é clara e evidente.

Mas será que seus rivais voltaram melhores depois de um 2018 recheado de erros?

A Ducati emerge ainda como a maior rival após ser vice-campeã com Andrea Dovizioso nos dois últimos anos. O time deu a impressão de ter a moto mais completa no ano passado, mas erros de Dovi no início do ano complicaram bastante a missão de levar a Desmosedici ao topo pela primeira vez desde 2007. Neste ano, ele terá o time de Borgo Panigale praticamente inteiro à sua disposição, já que seu novo companheiro, Danilo Petrucci (substituto de Jorge Lorenzo), é sabidamente um segundo piloto.

Falando em Lorenzo, quanto tempo será que ele levará para se adaptar à Honda? Com um companheiro rápido e talentoso como Marc Márquez, o 99 não poderá se dar ao luxo de ficar um ano e meio sem grandes resultados como fez na Ducati antes de vencer, sob pena de ter sua reputação bastante danificada.

Na Yamaha, a pré-temporada soou como um alento. Maverick Viñales foi o mais veloz com alguma sobra no último teste, realizado no Catar. Mas não foi só ele: seus companheiros de YZR-M1, Valentino Rossi, Franco Morbidelli e Fabio Quartararo, também andaram bem. Os problemas eletrônicos que tanto atrapalharam o time em 2018 parecem ter sido realmente solucionados.

Quem também parece que vem bem é a Suzuki, que apostou em Álex Rins e parece prestes a colher belos frutos. O espanhol foi surpresa dos testes, mostrando grande performance em todos os treinos e sob todas as condições.

Na lanterna, KTM e Aprilia terão mais um ano de muito trabalho à sua frente. A montadora austríaca irá dispor de quatro motos no grid deste ano (com a adição da Tech3) para desenvolver seu chassi tubular e sua suspensão única. Já a marca italiana busca organização interna, e por isso contratou como CEO o ex-chefe da Ferrari Driver Academy, Massimo Rivola.

Mas, mesmo com todo o esforço, pelo que se viu em 2018, bater Márquez requer nada menos que a perfeição de quem quiser se aventurar a fazer isso. Erros podem ser fatais lidando com um piloto do calibre do espanhol, que tem apenas 25 anos, mas já possui sete títulos mundiais (cinco na MotoGP) nas prateleiras de casa.

Grid de 2019:

Equipe Pilotos
Repsol Honda

 Marc Marquez

 Jorge Lorenzo

Monster Yamaha

 Valentino Rossi

 Maverick Vinales

Ducati

 Andrea Dovizioso

 Danilo Petrucci

Suzuki

 Alex Rins

 Joan Mir

Aprilia

 Aleix Espargaro

 Andrea Iannone

KTM

 Pol Espargaro

 Johann Zarco

LCR Honda

 Cal Crutchlow

Japan Takaaki Nakagami

Tech 3 KTM

 Miguel Oliveira

 Hafizh Syahrin

Pramac Ducati

 Francesco Bagnaia

 Jack Miller

Petronas SRT Yamaha

 Franco Morbidelli

 Fabio Quartararo

Avintia Ducati

Czech Republic Karel Abraham

 Tito Rabat

Moto2: Novo motor e muitos pretendentes a rei

Sam Lowes, Gresini Racing

Sam Lowes, Gresini Racing

Photo by: Gold and Goose / LAT Images

Este ano é um marco histórico na Moto2. Desde que a categoria intermediária do Mundial de Motovelocidade (anteriormente 250cc) mudou a especificação de motores de dois para quatro tempos em 2010, o único propulsor utilizado foi o Honda de 600cc oriundo da CBR 600RR, que deixou de ser produzida. Para este ano tudo muda. O novo motor oficial do campeonato tem 765cc e é feito pela inglesa Triumph.

Com três cilindros (o motor é usado na moto Street Triple), ele gera mais aceleração que o anterior e traz controles eletrônicos à disposição do piloto, como mapeamento de torque, freio-motor, controle de largada, controle de tração e antiwhellie. Nenhum destes auxílios existia no motor anterior. Desta forma, a tendência é que a categoria se aproxime da MotoGP em termos de estilo de condução e gestão de corridas.

No campo esportivo, o campeonato tem vários pilotos que podem ser apontados como favoritos. Mais veloz no último teste de pré-temporada, Sam Lowes retorna neste ano para o chassi Kalex e a equipe Gresini, e será uma ameaça a ser considerada pelos concorrentes... mas só se conseguir se livrar da fama de ser um dos pilotos que mais caem do mundial.

O segundo nos testes foi o suíço Thomas Luthi. Vice-campeão em 2017, ele retorna à Moto2 depois de um ano péssimo na MotoGP sem marcar pontos. Dos que utilizam o chassi Kalex (maioria no grid), ainda temos entre os favoritos a dupla da Marc VDS – Xavi Vierge e o eterno Álex Márquez (na quinta temporada na Moto2) – Lorenzo Baldassarri, o experiente Marcel Schrotter e o meio-irmão de Valentino Rossi, Luca Marini – que surpreendeu conquistando seus primeiros pódios e uma vitória em 2018.

Com o chassi KTM, outro dos favoritos é o sul-africano Brad Binder. O terceiro colocado no mundial do ano passado, terá a seu lado na equipe oficial da escuderia austríaca o atual campeão da Moto3 e estreante Jorge Martin. Entretanto, apesar de vice-campeão com Miguel Oliveira em 2018, o chassi KTM pareceu estar um pouco atrás do Kalex no último teste.

Além do Kalex e do KTM, o chassi Speed Up, NTS e o novo MV Agusta estarão no mundial deste ano.

Grid de 2019:

Equipe Pilotos
Marc VDS (Kalex)

Spain Alex Marquez

Spain Xavi Vierge

Ajo KTM

Spain Jorge Martin

South Africa Brad Binder

Tech 3 KTM

Italy Marco Bezzecchi

Germany Philipp Oettl

Intact GP (Kalex)

Switzerland Tom Luthi

Germany Marcel Schrotter

Sky Racing VR46 (Kalex)

Italy Luca Marini

Italy Nicolo Bulega

CGBM Evolution (KTM)

United States Joe Roberts 

Spain Iker Lecuona

MV Agusta Forward Racing

Italy Stefano Manzi

Switzerland Dominique Aegerter 

Speed Up

Spain Jorge Navarro

Italy Fabio Di Giannantonio

Italtrans (Kalex)

Italy Andrea Locatelli

Italy Enea Bastianini

Angel Nieto Team (KTM)

 Jake Dixon

Andorra Xavi Cardelus 

Tasca Racing (Kalex)

Italy Simone Corsi

Gresini Racing (Kalex)

 Sam Lowes

Petronas-SIC (Kalex) Malaysia Khairul Idham Pawi 
NTS RW Racing

Netherlands Bo Bendsneyder

South Africa Steven Odendaal

Honda Team Asia (Kalex)

Indonesia Dimas Ekky Pratama

Thailand Somkiat Chantra

Kiefer Racing (KTM) Germany Lukas Tulovic
Pons HP40 (Kalex)

Spain Augusto Fernandez

Italy Lorenzo Baldassarri

SAG Team (Kalex)

Australia Remy Gardner

Japan Tetsuta Nagashima

Moto3: O ‘repetente’, as promessas e o round 2 de Rossi x Biaggi

Romano Fenati, Team O

Romano Fenati, Team O

Photo by: Gold and Goose / LAT Images

Antes mesmo do início da temporada, a grande notícia da Moto3 em 2019 é o retorno de Romano Fenati. O italiano, que no ano passado acionou o freio de Stefano Manzi durante o GP de San Marino da Moto2 e virou notícia no mundo todo, foi suspenso pelo resto do ano após ter sua licença de piloto cassada. Fenati chegou a anunciar aposentadoria depois de ser demitido de sua equipe e ter seu contrato com a MV Agusta na Moto2 rescindido para este ano.

Entretanto, o mesmo time que o demitiu na Moto2 – o Team O, ex-Marinelli Snipers – o recontratou para esta temporada, mas na Moto3. Dono de dez vitórias na categoria menor e vice-campeão em 2017, Fenati ganhou uma nova chance para deixar de ser intempestivo e fazer sua carreira vingar dentro da pista. Por enquanto, ele vai aproveitando. O italiano, de longe mais experiente no grid, liderou o último teste no Catar à frente de seu companheiro de equipe e compatriota Tony Arbolino.

Porém, se a pré-temporada da Moto3 trouxe alguma sensação olhando os resultados, foi de que a KTM mais uma vez parece atrás da Honda. Vencedor da última prova do mundial passado em sua primeira corrida na Moto3, o turco Can Oncu de 15 anos, piloto oficial da KTM, foi apenas o 23º ao fim do último treino em Losail. Ainda assim, a melhor KTM ficou em terceiro, com o experiente Aron Canet na nova Max Racing Team, criada pelo ex-piloto Max Biaggi.

Por sinal, não deixa de ser curioso: os rivais Biaggi e Valentino Rossi voltarão a se enfrentar nas pistas em 2019. Desta vez como chefes de equipe, já que a VR46 continua na Moto3 com Dennis Foggia e o praticamente estreante Celestino Vietti, que ficaram, respectivamente, em nono e décimo no último teste. Vamos ver quem levará a melhor. E detalhe: ambas estruturas usam a mesma moto, a KTM.

Outros pilotos para se ficar de olho são Gabriel Rodrigo (que ocupa o lugar do campeão Jorge Martin na Gresini), os rodados Niccolo Antonelli e John McPhee, além da dupla da Leopard Racing, Lorenzo Dalla Porta e Marcos Ramirez. Todos com motos da Honda.

Grid de 2019:

Equipe Pilotos
Leopard Racing (Honda)

Italy Lorenzo Dalla Porta

Spain Marcos Ramirez

Sky Racing VR46 (KTM)

Italy Dennis Foggia

Italy Celestino Vietti Ramus

PrustelGP (KTM)

Czech Republic Jakub Kornfeil 

Czech Republic Filip Salac

Petronas-SIC (Honda)

 John McPhee

Japan Ayumu Sasaki 

Angel Nieto Team (KTM)

Spain Albert Arenas

Spain Raul Fernandez

Team O (Honda)

Italy Tony Arbolino

Italy Romano Fenati

Max Racing Team (KTM)

Spain Aron Canet

Gresini (Honda)

Argentina Gabriel Rodrigo

Italy Riccardo Rossi

Honda Asia

Japan Kaito Toba

Japan Ai Ogura

Bester Capital Dubai (KTM)

Italy Andrea Migno

Spain Jaume Masia

SIC58 Squadra Corse (Honda)

Japan Tatsuki Suzuki

Italy Niccolo Antonelli

Estrella Galicia (Honda)

Spain Alonso Lopez

Spain Sergio Garcia

Avintia Academy (KTM)

Spain Vicente Perez

KTM Ajo

Turkey Can Oncu

CIP (KTM)

United Kingdom Tom Booth-Amos

South Africa Darryn Binder

Skull Rider Mugen (KTM)

Kazakhstan Makar Yurchenko

Japan Kazuki Masaki

MotoE: O início de uma nova era

Apresentação, MotoE

Apresentação, MotoE

Photo by: MotoGP

A novidade deste ano fica por conta de uma categoria de motos elétricas criada dentro do mundial. Serão apenas cinco etapas e seis corridas, com 18 motos confirmadas. Neste grid, estão pilotos dos mais variados currículos e mais variadas idades.

Desde Bradley Smith e Xavier Simeon, recém-saídos da MotoGP, a veteranos como Sete Gibernau (que não corre desde 2009), Alex de Angelis e Randy de Puniet. No meio deles estará o brasileiro Eric Granado, além da piloto espanhola Maria Herrera.

As motos terão 147 cv, podendo chegar a 250 km/h e indo de 0 a 100 km/h em três segundos, sem marchas. Entretanto, as corridas durarão 20 minutos – o que permite a autonomia da bateria. O peso será alto e é motivo de preocupação: serão 260 kg – mais de 100 kg a mais que um equipamento da MotoGP. Isso, aliado a corridas curtas, pode levar a provas muito disputadas desde as primeiras freadas. Uma queda no meio de um grupo pode trazer sérias consequências.

Os testes de pré-temporada ainda não foram realizados, e a primeira etapa é apenas em maio. Mas o mundial já respira a chegada de uma nova era e toda sua modernidade. Não ouvir som de motor ainda é estranho, mas pode ser o futuro do esporte a motor e a MotoGP não poderia ficar de fora frente ao grande sucesso comercial da Fórmula E.

Até porque alguém como Alejandro Agag poderia ter a ideia de criar uma categoria de motos elétricas cedo ou tarde, e a MotoGP poderia se tornar vítima da mesma falta de visão de Bernie Ecclestone no início desta década.

Grid de 2019:

# Piloto Equipe
2 Switzerland Jesko Raffin Dynavolt Intact
4 Spain Hector Garzo Tech 3
5 San Marino Alex de Angelis Pramac Racing
6 Spain Maria Herrera Angel Nieto Team
11 Italy Matteo Ferrari Gresini
14 France Randy de Puniet LCR
15 Spain Sete Gibernau Pons
16 Australia Josh Hook Pramac Racing
18 Spain Nico Terol Angel Nieto Team
19 Belgium Xavier Simeon Avintia
27 Italy Mattia Casadei SIC58
32 Italy Lorenzo Savadori Gresini
38 United Kingdom Bradley Smith SIC Racing
51 Brazil Eric Granado Avintia
59 Italy Niccolo Canepa LCR
63 France Mike di Meglio Marc VDS
66 Finland Niki Tuuli Ajo
78 France Kenny Foray Tech 3

 

Confira o calendário para a temporada 2019:

  Data Pista
1 10 de março  Losail
2 31 de março  Termas de Rio Hondo 
3 14 de abril  Austin 
4 5 de maio  Jerez* 
5 19 de maio  Le Mans* 
6 2 de junho  Mugello 
7 16 de junho  Barcelona 
8 30 de junho  Assen 
9 7 de julho  Sachsenring* 
10 4 de agosto  Brno
11 11 de agosto  Red Bull Ring* 
12 25 de agosto  Silverstone
13 15 de setembro San Marino Misano**
14 22 de setembro  Aragon 
15 6 de outubro  Buriram 
16 20 de outubro  Motegi 
17 27 de outubro  Phillip Island 
18 3 de novembro  Sepang 
19 17 de novembro  Valência 

*Etapas da MotoE

**Rodada dupla da MotoE

In this article
Gabriel Lima
MotoGP
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