Lorenzo: MotoGP não tem cultura de paradas como a F1
Piloto da Ducati acredita que corridas "flag-to-flag" fazem com que as paradas para troca de motos se tornem perigosas
O GP da República Tcheca trouxe mais uma vez o debate sobre as regras da "flag-to-flag" da MotoGP, introduzidas em 2005, quando a corrida começa em pista molhada, mas conta com uma rápida secagem.
Jorge Lorenzo, que terminou em 15º, e foi aos pits antes de sua segunda moto ter sido preparada, disse que o incidente de entre Aleix Espargaro e Andrea Iannone no pitlane mostrou que a MotoGP não está tão preparada para os pit stops como a F1 está.
"Isso não é F1, não temos a cultura da mudança de pneus", disse Lorenzo. "Eles são melhores e mais preparados. Na corrida de motos, esta é uma situação estranha, e na MotoGP todas as pessoas nos pits ficam confusas."
"Sou contra esta situação porque é perigosa, veja o que aconteceu com Iannone. Felizmente ninguém se machucou."
O espanhol, no entanto, admitiu que a Dorna não está suscetível de realizar quaisquer mudanças neste tipo de corrida.
"No final, a Dorna decide e nós temos que correr, mesmo que possamos discutir as coisas na Comissão de Segurança", disse Lorenzo.
"Propus algumas coisas no sistema flag-to-flag. Outros preferem manter as coisas como estão para manter o espetáculo. No final, a Dorna prioriza o show, mas isso também nos coloca em muitos riscos."
O ponto de vista de Lorenzo não foi compartilhado por outros pilotos da MotoGP, como Valentino Rossi, dizendo que o 'flag-to-flag' continua sendo a melhor solução para provas realizadas em condições misturadas.
"Precisamos esclarecer as regras sobre mudança de motos", disse Rossi. "O motociclismo é um pouco novo para isso e provavelmente é por isso que devemos apresentar regras mais claras sobre como proceder."
"De qualquer forma, a alternativa é parar a corrida, mas acho que a opção atual é menos ruim, especialmente para os espectadores."
Marc Márquez, que ganhou a corrida de Brno, trocando de moto muito mais cedo do que seus rivais, reconheceu que o formato sempre carregaria uma certa quantidade de risco.
"Agora é muito menos perigoso do que antes, mas sempre haverá algum perigo, tanto aqui quanto na F1", admitiu Márquez. "Tudo tem que ser bem organizado."
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