Entrevista

Barrichello afirma que equipes de F1 já desmontavam tudo antes do cancelamento do GP da Austrália

Brasileiro disputaria sua segunda corrida na categoria de monopostos australiana, que aconteceria no mesmo fim de semana do GP da Austrália

Rubens Barrichello

Rubens Barrichello está na Austrália, onde disputaria o GP de Melbourne da S-5000, e passa pela mesma situação que Lewis Hamilton e os demais pilotos da Fórmula 1: sua corrida foi cancelada em virtude da ameaça de disseminação do Coronavírus, já que um dos mecânicos da McLaren testou positivo para a doença.

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Falando com exclusividade ao Motorsport.com, Barrichello afirmou que entende a situação como momento para se pensar: "Alguns acham que é muito simples e outros que é uma tragédia. A base é ouvirmos um pouco de tudo". 

No entanto, o ex-piloto da Fórmula 1 destacou que as coisas mudaram da noite para o dia em Melbourne, literalmente.

"O fim de semana estava tranquilo, até começarem a dizer que alguns pilotos já haviam ido embora e que a corrida não iria acontecer. Fui dormir na noite de ontem (quinta-feira) com a percepção de que estava tudo normal e hoje, quando acordei, eu vi a notícia de que nada estava normal. A má notícia corre muito mais depressa que a boa notícia". 

Barrichello acrescentou que percebeu que não haveria corrida antes mesmo do cancelamento oficial. "Eu cheguei na pista e minha corrida estava confirmada. Só fui perceber que ela não aconteceria da forma planejada quando olhei para o outro lado do paddock e vi que o circo da F1 estava sendo todo desmontado."

"Então, com certeza a minha corrida não iria acontecer com aquilo, mas demorou para chegar a notícia. Mas o clima estava super tranquilo."

Sobre as medidas básicas que as pessoas estão tomando para evitar contrair os vírus, Rubinho disse: "Não é como se você fosse desviar de um italiano vindo [na sua direção] no paddock. As pessoas não estão pegando na mão, você dá um "high-five" com mão fechada, quase um "high-zero". É dessa forma que aconteceu."

Questionado sobre a Stock Car, que anunciou que não irá permitir a presença de estrangeiros na corrida de convidados, Barichello disse que não tem muito a dizer "porque tudo pode acontecer" sobre o fato de também estar fora do país.

"Eu estou de boa, tudo o que eu faço na vida é me preparar o melhor possível e me cuidar para eu poder estar preparado para aquilo que tiver que ser. Então não sou eu que definirei nada da coisa, só vou estar bem preparado para quando acontecer, até porque eu tenho corrida na Argentina uma semana antes da corrida no Brasil".

O convidado de Barrichello na corrida inaugural na Stock Car é português: Filipe Albuquerque.

Relembre a carreira de Barrichello, seus carros e resultados

1993: Jordan, 18º no campeonato (2 pts). Barrichello esteve na F1 entre 1993 e 2011, com 326 participações e 322 largadas. É o recordista absoluto na história da categoria.
1994: Jordan, 6º no campeonato (19 pts). Com passagens por Jordan, Stewart, Ferrari, Honda, Brawn e Williams, Barrichello conquistou 11 vitórias na carreira - é o 27º na história, empatado com Felipe Massa e Jacques Villeneuve.
1995: Jordan, 11º no campeonato (11 pts).
1996: Jordan, 8º no campeonato (14 pts)
1997: Stewart, 13º no campeonato (6 pts)
1998: Stewart, 12º no campeonato (4 pts)
1999: Stewart, 7º no campeonato (21 pts)
2000: Ferrari, 4º no campeonato (62 pts). A primeira vitória na F1 veio na Alemanha, em 2000. Largando de 18º, Barrichello conseguiu a terceira maior recuperação da história da categoria, ficando atrás apenas de John Watson (22º - EUA, 1983) e Bill Vukovich (19º - Indy 500, 1954).
2001: Ferrari, 3º no campeonato (56 pts)
2002: Ferrari, vice-campeão (77 pts)
2003: Ferrari, 4º no campeonato (65 pts)
2004: Ferrari, vice-campeão (114 pts)
2005: Ferrari, 8º no campeonato (38 pts). O brasileiro foi 68 vezes ao pódio.
2006: Honda, 7º no campeonato (30 pts)
2007: Honda, 20º no campeonato (0 pts)
2008: Honda, 14º no campeonato (11 pts)
2009: Brawn, 3º no campeonato (77 pts). Foram 21 poles na F1.
A última vitória de Barrichello na F1 foi no GP da Itália de 2009.
Desde então, o Brasil não esteve mais no topo do pódio.
2010: Williams, 10º no campeonato (47 pts)
2011: Williams, 17º no campeonato (4 pts)
2012 (Indy): KV, 12º no campeonato (289 pts)
2013 (Stock Car): Full Time, 8º no campeonato (120 pts)
2014 (Stock Car): Full Time, campeão (234 pts)
2015 (Stock Car): Full Time, 4º no campeonato (188 pts)
2016 (Stock Car): Full Time, vice-campeão (295 pts)
2017 (Stock Car): Full Time, 5º no campeonato (251 pts)
2018 (Stock Car): Full Time, 4º no campeonato (242 pts)
2019 (Stock Car): Full Time, 5º no campeonato (310 pts)
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