Stock Car Santa Cruz do Sul

No Dia da Consciência Negra, conheça a história de superação de mecânico da Stock Car

Conheça Paulo de Almeida da Silva, o Paulinho, que faz parte de uma das principais equipes da categoria e que tinha tudo para se perder na vida nas ruas do Rio de Janeiro

Paulo de Almeida da Silva, o Paulinho

A Stock Car Pro Series realiza neste fim de semana a penúltima etapa da temporada de 2021 em Santa Cruz do Sul. A dupla da Ipiranga Racing, Cesar Ramos e Thiago Camilo ainda busca uma posição mais favorável para chegar a Interlagos, no dia 12 de dezembro, em condições de um título inédito para ambos. No campeonato das equipes, o time está na vice-liderança, atrás somente da Eurofarma.

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No time comandado por Andreas Mattheis, um profissional se destaca: Paulo de Almeida da Silva, o Paulinho, um dos raros negros que trabalham na categoria. Nascido em 1984 no Rio de Janeiro, ele é o trocador da equipe, mas chegou à uma das maiores equipes da maior categoria do automobilismo brasileiro após uma jornada épica de luta, muito característica da maior parte da população que consegue ter sucesso, vindo das classes mais baixas, além de ter o preconceito como um dos principais obstáculos.

“Tive uma infância difícil”, disse Paulinho. “Sou o quarto de cinco irmãos, ficamos com meu pai biológico depois que a minha mãe saiu de casa. Fui criado na Favela do Caju, fui muito rebelde na passagem da infância para a adolescência, vivia mais na rua que em casa e escapei por muito pouco de ir para o lado errado”, lembrou.

Na região da Favela do Caju havia uma garagem da Real Auto Ônibus, uma das maiores concessionárias de transporte coletivo do Rio de Janeiro. Um eletricista da empresa acolheu o menino que vivia perambulando por ali e o apresentou para o casal Enilda e Celso, que o adotou, aos 13 anos de idade.

Celsão (apelido do pai adotivo de Paulinho) era funileiro, trabalhava com carros de competição. Acompanhando o pai, Paulinho se interessou pelos carros de corrida e pela mecânica, aprendeu o ofício nas garagens e trabalhou em várias equipes do automobilismo regional do Rio a partir de 2001, além de mecânico de carros de rua na concessionária Volkswagen Recreio Veículos.

Paulo de Almeida da Silva, o Paulinho

Paulo de Almeida da Silva, o Paulinho

Photo by: Carsten Horst

A chegada à Stock Car

Paulinho começou a frequentar as garagens do esporte de elite do Brasil na Copa Montana, trabalhando na equipe W2 de Serafim Junior, o Bochecha. Em 2013 se mudou para São Paulo, para trabalhar na equipe de Carlos Alves, e em 2017 chegou ao time de Andreas Mattheis.

“O pai do Paulinho tem o apelido de Sansão, ele é muito forte, e um excelente lanterneiro. Conheço ele há uns 30 anos”, disse Andreas Mattheis, chefe da Ipiranga Racing. “Quando a gente trabalhava no regional, e muitas vezes aconteciam acidentes ou capotagens nos treinos, o Sansão vinha no fim do dia e às vezes passava a noite consertando os carros para as corridas.”

“Foi assim que eu conheci o Paulinho, ainda menino, acompanhando o pai. Ele sempre conversava com a gente sobre oportunidades, e em 2017 a gente precisou de um mecânico que trabalhasse também no pit stop, e ele se encaixou perfeitamente.”

“Tem porte atlético, é muito dedicado e competente, e uma pessoa de excelente convívio. Todo mundo gosta dele na equipe”, comentou o chefe orgulhoso.

No pit stop, a função de Paulinho é de encaixador, o mecânico que, como o nome já diz, encaixa a roda quando o carro é levantado. Embora diga que nunca se sentiu discriminado pela sua cor de pele no automobilismo, Paulinho, que só estudou até a 7ª série do Ensino Fundamental, gostaria que houvesse mais negros no autódromo e reflete sobre isso no Dia da Consciência Negra.

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