Promotor: 6h de SP será desfecho de ano cheio de eventos
Em entrevista ao Motorsport.com, Nicholas Duduch fala sobre retorno da corrida ao país e promete ações fortes para promoção
O anúncio do retorno do Mundial de Endurance ao Brasil deixou os fãs de esporte a motor muito empolgados na última semana. Após quatro temporadas sem corridas no país, o Brasil está garantido no campeonato 2019-2020 do WEC.
A novidade é que as 6 Horas de São Paulo agora têm um novo staff por trás. Depois de problemas de gestão terem forçado o fim da corrida sob a administração de Emerson Fittipaldi em 2014, desta vez a N/Duduch - comandada por seu fundador, Nicholas Duduch - será a responsável por fazer a etapa brasileira do WEC.
Duduch e o CEO do WEC, Gerard Neveu, trabalharam juntos pela primeira vez em 2014, quando a agência do brasileiro organizou a festa de premiação do WEC em São Paulo - local da última corrida do campeonato, em novembro daquele ano. Após o trabalho satisfatório, o contato foi mantido até que o projeto do retorno da categoria passou a ser discutido.
Promotor, Duduch conversou com o Motorsport.com, e prometeu “a melhor corrida do WEC no Brasil” no próximo ciclo de três anos (contrato garantido pelos organizadores).
Motorsport.com: Pelo que se diz, a corrida deve ocorrer em dezembro de 2019. Qual a expectativa para o evento?
Duduch: Na verdade, ainda não podemos afirmar quando será a corrida. O que nós sabemos é que a teremos na próxima temporada do WEC, 2019-2020. O período que estamos estudando com o WEC é entre dezembro e abril. Mas estamos muito animados. O produto é fantástico. Os brasileiros são apaixonados por automobilismo. Eu fiquei surpreso quando fui à primeira corrida da Stock Car e todo mundo já falava disso. Isso mostra a força que o WEC tem no Brasil. Temos um bom time técnico trabalhando já. Não tenho dúvidas: acho que faremos a melhor corrida do WEC no Brasil. É um planejamento de longo prazo. São três anos. Queremos que o WEC se perpetue aqui, que não tenhamos mais hiato. Fazer um belíssimo trabalho para darmos continuidade ao projeto.
Motorsport.com: É de se imaginar que vocês precisem de um bom time para fazer tudo funcionar. Como está isso?
Duduch: Já estamos com um time bem montado. Nós estamos trabalhando com diversas equipes de modo geral. Trabalhamos com patrocinadores e empresas parceiras. Temos outro time que já está desenvolvendo soluções técnicas e serviços para criarmos uma estrutura diferenciada durante a prova. Nós vamos iniciar uma série de eventos a partir de agora. O nosso projeto não é só a corrida. A corrida na verdade é o desfecho. Começamos tudo isso a partir de agora.
Motorsport.com: Um obstáculo no Brasil é a cultura monotemática. Como fazer com que o fã de esportes e o próprio fã de corridas abra os olhos para o endurance? A Fórmula 1 sempre foi a maior categoria...
Duduch: Acho que até hoje foi a Fórmula 1. Mas acho que isso está mudando a partir de agora. Você vê uma corrida do WEC: o quanto tem de entretenimento uma corrida, o quão apaixonante é, o quão legal é você acompanhar os três dias de um evento como este com a família? Queremos levar a família para o autódromo e fazer ações. Realmente, é uma pena você ter um foco tão concentrado em uma categoria. Temos excelentes pilotos em todas as categorias. O esporte a motor precisa de mais divulgação e força para que possamos dar este peso para as outras categorias.
Motorsport.com: Qual será a principal aposta de vocês para que o evento consiga se bancar?
Duduch: O importante é colocar que não enxergamos só estas ações nos três dias de prova. Se você pensar assim, tudo é mais difícil. Nós pensamos em um ano de muitos eventos e ações. Como falamos de uma corrida de seis horas, temos também que criar condições no autódromo para que haja uma motivação para todos – crianças e adultos. Ter uma área de alimentação, de games. Por que não colocar os pilotos para correr com os fãs? Então, há um grande trabalho de ramificação por trás. Há um planejamento. Este é o grande diferencial do WEC no Brasil. Temos um time trabalhando em boas soluções de entretenimento para a família. O WEC tem essa facilidade da aproximação com os fãs, e nós vamos usar isso.
Motorsport.com: Você conheceu o Neveu há alguns anos, desde a primeira vinda do WEC para o Brasil e passando pela festa de premiação em 2014. Como foi essa retomada de contato para organizar a prova?
Duduch: De lá para cá mantivemos o contato. Nós intensificamos isso no início do ano passado. Passamos um ano conversando e negociando. Agora, temos um grande desafio, que é construir uma grande história entre o WEC e o automobilismo brasileiro.
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