Leist se vê em vantagem emocional para decisão da F3 Inglesa
Apostando em fraqueza de adversário, piloto gaúcho de 17 anos faz balanço de ano na Inglaterra e projeta próximos passos na carreira
Neste final de semana o Brasil pode conquistar seu 13º título na Fórmula 3 Inglesa. Após nomes como Emerson Fittipaldi, Nelson Piquet, Ayrton Senna, José Carlos Pace, Gil de Ferran e, recentemente, Felipe Nasr serem coroados na terra da rainha, chegou a vez do gaúcho Matheus Leist de 17 anos defender as honras do país.
Apenas 15 pontos atrás do britânico Ricky Collard no campeonato, o piloto chega à última rodada tripla do ano focado na vitória. A pista ajuda, já que no ano passado ele chegou a vencer corrida em Donington Park – onde correrá neste final de semana.
“Não estou pensando muito nos pontos e nem nos resultados que preciso. Vou tentar sempre ganhar, porque se eu ganhar as corridas, serei o campeão – e isso independe de onde o cara (Ricky Collard) chegar”, disse ao Motorsport.com.
“Temos que focar em fazer um bom acerto, focar nas corridas e não pensar no campeonato.”
“Donington é uma pista que eu ganhei corrida ano passado (na Fórmula 4 Inglesa), então pode ser que seja uma etapa bem legal. Basicamente eu preciso ganhar.”
Uma das maiores promessas do Brasil, Matheus se focou apenas na carreira em 2016 após ter terminado a escola no ano passado. Para ele, isso foi um diferencial.
“Está sendo um ano bem positivo, um ano bom para mim. O ano passado foi um ano mais complicado, porque eu não estava completamente focado no carro. Eu ia correr e tinha que voltar para o Brasil para estudar. Às vezes eu estava lá, mas pensava em uma prova que ia fazer na volta.”
“Mas, mesmo assim, tive bons resultados no ano passado. Neste ano conseguimos fazer uma pré-temporada completa. Fizemos 15 dias de treino antes de começar o campeonato. Ganhei corrida na primeira e na segunda etapa e ganhei em Silverstone também. De todas as corridas até agora, tirando as que quebrei, só em uma eu não fiquei no top-5.”
Leist tem 11 pódios, três vitorias e uma pole nesta temporada.
O rival
Para ser campeão, Leist tem de bater Ricky Collard de 20 anos. Segundo Matheus, o histórico joga contra o britânico, que no ano passado perdeu o título após liderar a tabela durante todo o campeonato.
“O que falam é que ele não consegue lidar muito com a pressão”, afirmou o brasileiro.
“Inclusive teve uma sequência em que eu fui bem, em Silverstone e em Spa, que tirei 22 pontos dele. Fiquei quatro atrás.”
“Quando acabou a última corrida de Spa – que cheguei em segundo e ele em sexto – ele estava chorando no box. Falam que o emocional dele não é muito forte, então vamos ver. Vamos botar uma pressão nele. Cheguei a ficar quase 50 pontos atrás.”
Próximos passos
Em boa posição na F3 britânica, Leist se vê em 2017 dando um passo à frente no automobilismo europeu. “Acho que independente de ser campeão ou não, nos destacamos muito esse ano”, resumiu.
“Dá para ver que eu, ele (Ricky Collard) e o cara que está em terceiro no campeonato, um australiano (Thomas Randle), estamos um passo na frente dos outros. Em algumas corridas nós sobramos muito. Meu plano para o próximo ano seria correr de GP3 - uma categoria que corre junto com a Fórmula 1 e tem boa visibilidade.”
Questionado se chegou a cogitar a Fórmula 3 Europeia – que está em alta após as promoções meteóricas de Max Verstappen e Esteban Ocon para a F1 – o gaúcho negou. “Só a Prema ganha lá, e para andar na Prema você tem que levar um caminhão de dinheiro.”
“O carro é mais ou menos e o pneu é muito ruim. Leva um certo tempo para se adaptar ao pneu. Não considero uma boa opção.”
Interesse pelo lado técnico é vantagem
Matheus Leist é um entusiasta do lado técnico das competições, algo incomum em pilotos da sua idade. Para seu coach, Dennis Dirani, isso é um grande diferencial em sua performance.
“Hoje em dia isso é bem diferente, a geração mudou e eles ficam focados em guiar só. Do tipo: ‘me entreguem um carro bom, que eu faço andar’”, contou.
“Quando o cara se interessa pela parte técnica fica mais fácil, porque ele vai ter um carro bom e feito pra ele – não um carro que entregaram para ele. Esse é um lado que o Matheus sempre teve, desde a época do kart.”
Leist completou: “sempre tento me dedicar bastante nessa parte técnica fora da pista para sempre conseguir o melhor do carro para andar bem. No final, essa é a parte que importa. Com todas as coisas de acordo e caminhando bem, a gente anda bem.”
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