VÍDEO: Brasileiros fazem metade da prova 'sem volante' no Dakar
Reinaldo Varela e Gustavo Gugelmin enfrentaram quebra na direção e usaram duas chaves de fenda para seguir em frente
Campeões do Rally Dakar de 2018 nos UTVs, o piloto Reinaldo Varela e o navegador Gustavo Gugelmin tiveram um desafio e tanto na abertura da edição de 2020 do rali mais difícil do mundo, no qual buscam o bicampeonato.
Logo de cara, os brasileiros tiveram que mostrar o espírito combativo, já que uma quebra no sistema de direção desconectou a coluna do volante de direção no quilômetro 166 dos 319 da especial deste domingo na Arábia Saudita.
O sistema é uma adaptação feita pelas equipes nos veículos originais, visando acoplar os volantes de competição. A saída encontrada pela dupla do Brasil foi improvisar as peças com duas chaves de fenda, uma fazendo as vezes de coluna de direção e a outra do volante propriamente dito.
Em uma competição com os maiores pilotos e navegadores do mundo, os brasileiros da equipe Monster Energy/Can-Am completaram o dia saltando dunas e andando em alta velocidade por trechos sinuosos em condições bastante precárias (veja abaixo). Foram aplaudidos na chegada.
“Talvez uma dupla menos experiente e com menos paixão pelo que fazemos desistisse. Mas nós não pensamos nisso um segundo sequer. Nosso foco desde o início foi consertar o problema e ir até o fim”, disse Varela.
“Nessas situações – e já tivemos várias ao longo da carreira – fico espantado com a agilidade do Gustavo de propor soluções. A coluna de direção e o painel de instrumentos não são originais. Trabalhamos bem juntos e trocamos a coluna e volante colocados pela equipe".
"Fizemos uma improvisação com as ferramentas que tínhamos disponíveis. Da minha parte, foi bastante incômodo pilotar com uma ferramenta improvisada como volante. Causou muita dor nas mãos por causa da tensão, do esforço para segurar o ‘volante’ e da trepidação", seguiu.
Improvisação de Reinaldo Varela e Gustavo Gugelmin no Dakar 2019
Photo by: Gabriel Varela
"Nas curvas, devo confessar que dava certo medo. Mas a incerteza faz parte dos ralis, é da natureza desse esporte”, completou o experiente piloto, que se sagrou tricampeão mundial de rally cross country ao lado de Gugelmin em outubro passado.
O navegador, por sua vez, exaltou Varela. “Eu já respeitava muito o Reinaldo como piloto, mas hoje a minha admiração cresceu muito. Tivemos um dia dos mais difíceis, mas é um dia pra lembrar para o resto da vida”, disse Gugelmin.
“Ele pilotou os 153km finais da especial em alta velocidade usando uma chave de fenda como volante – e isso em pleno Dakar, o mais difícil rali do mundo. E depois ainda dirigiu mais 235km do deslocamento final obrigatório por regulamento, que era para chegarmos ao ponto de largada do dia seguinte, em Al Wajh", relatou. Veja por onde o Rally Dakar 2020 passará na Arábia Saudita:
"Acho que o dia de hoje diz muito sobre ele e a nossa parceria. Estamos tristes pelo que aconteceu, mas ainda assim orgulhosos do que fizemos. Amanhã tem mais”, completou o navegador, que teve o discurso ecoado por Varela.
“Quebras podem acontecer, já sabíamos disso. Mas vamos pra cima tentar fazer o melhor em uma corrida de recuperação. Este é o Dakar, aqui tudo é possível”, completou o piloto da equipe Monster Energy/Can-Am.
VÍDEO: As paisagens e atrações do Rally Dakar 2020, na Arábia Saudita:
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