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Entenda porque o automobilismo é o esporte mais afetado pelo coronavírus

Desde que a epidemia do COVID-19 começou a se espalhar pelo mundo, o automobilismo vem sofrendo impactos a cada dia que passa, com eventos adiados, cancelados ou ameaçados pelo vírus

Empty grandstands before FP1 due to traffic problems outside the circuit

Ainda no final de 2019, o mundo tomou conhecimento sobre o COVID-19, nova doença que havia surgido através de uma variação do coronavírus. A doença teve seu início rastreado até a cidade chinesa de Wuhan, na região central do país, mais especificamente ao Mercado de Frutos do Mar da cidade, que também vendia animais vivos. Desde então, a epidemia tem afetado muito o dia-a-dia do mundo, incluindo o mundo do esportes, mexendo muito com o automobilismo, em categorias como a Fórmula 1 e a MotoGP.

Mais de três meses após os primeiros casos, o coronavírus se espalhou pelo mundo, com cerca de 110 mil infectados confirmados e quase 4 mil mortes, já atingindo mais de 100 países. A Organização Mundial da Saúde trata, desde janeiro, a epidemia como uma Emergência de Saúde Pública de Âmbito Internacional.

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O impacto do coronavírus no mundo do automobilismo

Com o aumento dos casos, o coronavírus tem mexido com a economia dos países, a rotina das pessoas e também com áreas como o turismo e o esporte. O esporte tem sido uma área particularmente afetada pelo COVID-19, devido à sua natureza coletiva, com eventos que reúnem centenas ou milhares de pessoas para acompanhar diferentes modalidades.

E o esporte a motor não fica de fora dessa lógica. Por ser um esporte global, há muitas viagens e pessoas envolvidas. Em algumas etapas, a Fórmula 1 chega a ter um público de mais de 300 mil pessoas ao longo de um final de semana, além de algumas etapas atraírem muitas pessoas vindas de outros países. Com a MotoGP não é muito diferente.

O planejamento de uma etapa da Fórmula 1 ou da MotoGP não é algo feito em questão de dias: leva-se meses para a realização de um GP, principalmente as etapas fora da Europa, região onde as categorias e equipes estão sediadas. Existe a questão do envio de equipamentos em voos fretados ou em navios, que levam semanas para chegar ao destino.

Com toda a questão logística e o pessoal envolvido com o esporte, uma das grandes preocupações dos campeonatos ao redor do mundo é o possível impacto econômico que a epidemia do coronavírus pode trazer, com a queda de renda vinda dos ingressos ou as taxas que serão pagas em caso de adiamento ou cancelamento de eventos.

Por isso, o automobilismo está sendo um dos esportes mais afetados pela epidemia do coronavírus, se não o mais. Até o momento, diversas etapas de vários campeonatos já foram adiadas, canceladas ou transferidas de local. Para tentar reduzir o impacto do COVID-19, as categorias consideram alternativas para manter a realização das provas e tentando reduzir o impacto que vários cancelamentos teria.

Para acompanhar o impacto da epidemia do coronavírus no esporte a motor, o Motorsport.com montou uma galeria especial com tudo o que aconteceu até o momento.

Veja, na galeria abaixo, como que o coronavírus está afetando o mundo do esporte a motor

O primeiro evento oficial a cair foi o ePrix de Sanya da Fórmula E. Originalmente marcado para 21 de março, ele foi adiado pela categoria, mas até o momento não foi anunciado uma nova data.
Dias depois, a F1 adiou o GP da China. No momento, então buscando uma data alternativa mais próximo do fim da temporada, mas o calendário já apertado torna essa uma busca difícil
A Ferrari precisou fechar seus museus em Modena e Maranello após pedido do governo da região
A DTM mudou a sede de sua pré-temporada. Ao invés de Monza, na Itália, as sessões serão realizadas em Hockenheim
O piloto da equipe ART na Fórmula 2, Christian Lundgaard, perdeu a pré-temporada da categoria no Bahrein porque estava em quarentena em um hotel na ilha espanhola de Tenerife após surgirem casos do coronavírus no local
Lundgaard não é o único piloto preso no hotel. O brasileiro Caio Collet e outros pilotos da Academia da Renault também estavam no local e se encontram retidos no hotel em Tenerife, mas todos testaram negativo para o coronavírus e foram liberados
O Salão do Automóvel de Genebra também foi cancelado devido ao coronavírus. Foi colocado a possibilidade de realizá-lo em setembro, mas nada foi confirmado até o momento
A maior parte dos envolvidos com o mundial de MotoGP que são de nacionalidade japonesa tiveram que ficar no Catar desde o fim do teste, para poderem estar presentes no primeiro GP do ano, que seria realizado em 08 de março
Mas a MotoGP acabou cancelando essa data, que seria a primeira do Mundial de 2020. O Catar adotou regras mais rígidas quanto a entrada e saída de cidadãos de países afetados e as equipes não tinham garantias de que poderiam disputar a prova
Por outro lado, a Dorna Sports, dona da MotoGP, manteve as provas da Moto2 e Moto3 no Catar. O motivo? Os pilotos e as equipes já estavam no Catar antes das novas normas para a realização de suas pré-temporadas
O GP da Tailândia foi oficialmente adiado pelo motivo do cancelamento do Catar, sendo remarcado para o primeiro final de semana de outubro
Durante o final de semana do GP do Catar, o CEO da Dorna, Carmelo Ezpeleta, afirmou que não seria possível remarcar a etapa do Catar para a MotoGP, como foi feito com a Tailândia, porque a pista de Losail passará por reformas
A Super Fórmula, principal categoria do automobilismo japonês, cancelou a rodada de abertura da temporada de 2020, que seria realizada em 05 de abril devido ao COVID-19
Depois de Sanya, a Fórmula E teve mais um impacto em seu calendário, com o adiamento do eP de Roma. A Itália é um dos países mais afetados pelo coronavírus e outras provas já foram canceladas no país como as 12 Horas de Monza, da 24h Series
A MotoGP também enfrenta dúvidas sobre o GP das Américas, que deveria ser a etapa inaugural da temporada. A cidade de Austin declarou estado de emergência pelo coronavírus, o que pode levar a uma proibição de eventos de grande porte, como a MotoGP
No dia seguinte à notícia de Austin, o GP do Bahrein, que anunciou que vai realizar a etapa com portões fechados, para evitar a disseminação do COVID-19 pelo país. A decisão foi tomada para inibir a vinda de estrangeiros ao Bahrein
Na Fórmula E, há duas equipes chinesas, a NIO 333 e a Techeetah, além de um piloto chinês, Ma Qinghua. Para poder participar do ePrix da Cidade do México, em fevereiro, o piloto optou por fazer uma quarentena de 14 dias na cidade por segurança
O GP da Austrália está confirmado e com a presença do público garantida, mas o governo do país anunciou medidas de checagem mais rígidas para pessoas entrando no país via Itália ou que tenham passado recentemente pelo país
No momento, o GP do Vietnã também está confirmado, mas as dúvidas quanto a realização de sua etapa inaugural crescem a cada dia, junto com o aumento no número de casos no país, localizados principalmente na região de Hanoi, capital do país e cidade que receberá o GP
Enquanto isso, o Automóvel Clube do Oeste, organizador das 24 Horas de Le Mans, principal prova do automobilismo mundial, tem uma visão muito diferente das outras categorias. Em comunicado divulgado na semana passada, afirmaram estar monitorando a situação, mas acreditam que a epidemia não deve afetar a organização e a realização da edição de 2020 das 24 Horas
A Federação Internacional de Automobilismo anunciou na última sexta-feira a criação de um Comitê de Crise para lidar com o impacto do coronavírus no automobilismo, afirmando que tem como objetivo principal proteger os envolvidos com o esporte, e não descarta adiar eventos para isso
A notícia mais recente a impactar o mundo do esporte a motor vem da Itália. Na noite deste sábado (07), o governo do país anunciou um plano radical para tentar conter o avanço do coronavírus: colocar diversas regiões do norte da Itália sob quarentena, impedindo pessoas de entrar ou sair das regiões
Entre as regiões afetadas estão Modena, onde fica a sede da Ferrari, Milão, sede da Pirelli, Lombardia, local da sede da equipe da Yamaha na MotoGP e Pesaro e Urbino, onde mora o multicampeão Valentino Rossi. Isso pode ter grandes implicações para os dois campeonatos. A Fórmula 1 já anunciou que caso algum piloto ou equipe não puder chegar a um país, a categoria não fará uma corrida que seja válida para o mundial
Com a epidemia do coronavírus ainda crescendo ao redor do mundo, é possível que essas não sejam as únicas corridas e campeonatos impactados pelos efeitos do COVID-19. Mas, por enquanto, resta esperar para ver como os acontecimentos desenrolarão
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E os outros esportes?

Em alguns países, partidas estão sendo disputadas com portões fechados, como é o caso do futebol na Itália, região bastante afetado pelo coronavírus. A Champions League, principal campeonato de futebol da Europa já teve jogos adiados ou com portões fechados por causa da epidemia,

Antes mesmo da epidemia se alastrar na Europa, a China já havia adiado diversos eventos esportivos, como partidas do campeonato de futebol e o Mundial de Atletismo Indoor, que foi transferido para 2021.

Nos Estados Unidos, a NBA, principal liga de basquete do país, já considera a realização de partidas sem público, além de ter introduzido normas aos jogadores como evitar contato com os fãs e objetos como canetas e camisetas para autografar.

A organização das Olimpíadas e Paralimpíadas de Tóquio já analisam a possibilidade de adiar o evento para o final do ano, apesar do Comitê Olímpico Internacional não considera essa uma possibilidade. Mas muitos atletas que ainda não conseguiram vaga para os Jogos estão tendo problemas para encontrar eventos de classificação, já que vários pré-olímpicos foram suspensos.

Confira a edição #32 do podcast do Motorsport.com Brasil, que aborda o coronavírus

 

VÍDEO: Racing Point explica processo de desenvolvimento do "Mercedes Rosa", carro de 2020

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Guilherme Longo
Fórmula 1
Fórmula E
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