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Cinco coisas que aprendemos com o GP de Mônaco e Indy 500

Editor chefe global do Motorsport.com, Charles Bradley dá suas visões sobre o grande fim de semana para o automobilismo, que teve o GP de Mônaco e as 500 Milhas de Indianápolis.

Kimi Raikkonen, Ferrari SF70H, Sebastian Vettel, Ferrari SF70H, Valtteri Bottas, Mercedes AMG F1 W08, at the start of the race

1: A Ferrari está tomando todas as decisões corretas

Kimi Raikkonen, Ferrari SF70-H leads at the start of the race
Photo by: Sutton Images

Pude presenciar um belo momento no paddock de Mônaco na tarde de sábado, quando dois engenheiros da Ferrari eram cumprimentados pela equipe após a dobradinha no treino classificatório. Sendo todos eles italianos, não havia a necessidade de palavras, mas a troca de gestos falava por si só: “Estamos fazendo tudo tão certo!”

Essa foi mais uma corrida perfeitamente executada pela equipe do Cavalo Rampante. E, enquanto Kimi Raikkonen pode ter ficado chateado com a perda da vitória, ele não pode reclamar que Sebastian Vettel o superou.

Lembre-se de como a Mercedes se comportava na era Lewis Hamilton/Nico Rosberg? Eles davam ao carro que estava à frente a escolha estratégica, e era Kimi que estava com pneus novos quando Vettel prolongou o seu primeiro trecho.

Ainda assim, Seb venceu a prova no puro ritmo, superando Raikkonen nas voltas seguintes ao pitstop do finlandês – apesar de que Kimi pode questionar por que a equipe o fez voltar à pista no meio do tráfego dos retardatários.

Vettel, agora, tem uma vantagem de 25 pontos no campeonato – uma vitória de vantagem sobre Hamilton perto de um terço do campeonato completado. A Ferrari também passou a Mercedes no Campeonato de Construtores. Quem poderia prever isso?

O GP do Canadá será uma proposta totalmente diferente, claro, mas a Mercedes terá de tornar seu carro, que é rápido, mas difícil, um pouco menos “diva” caso queira desafiar a Scuderia. 

2: O espetáculo da Indy ofusca a “joia da coroa” da F1 

Helio Castroneves, Team Penske Chevrolet, Tony Kanaan, Chip Ganassi Racing Honda

Photo by: Phillip Abbott / LAT Images

Ninguém pode superar o GP de Mônaco no brilho, estilo de glamour. Mas é possível superar o seu produto de corridas, como as 500 Milhas de Indianápolis puderam mostrar no domingo.

O grande momento de tensão nas ruas de Monte Carlo foi o treino classificatório, que mais uma vez se mostrou empolgante, com os três mais bem colocados separados por somente 0s06 ao fim.

Como Nelson Piquet habilmente observou, correr em Mônaco é como andar de bicicleta na sala de casa, enquanto que a Indy promove uma corrida mais emocionante no domingo.

Se o domingo de Mônaco foi totalmente sonolento, com estratégias de boxes definindo o resultado final, a Indy foi o contrário. A presença de Fernando Alonso foi a grande atração, mas até mesmo isso acabou ofuscado por uma corrida frenética e enormes acidentes.

Agora, a F1 irá ao Canadá, onde se espera potencialmente por um domingo mais empolgante, enquanto que o próximo passo da Indy é Detroit. A corrida em Belle Isle será supercompetitiva, mas o público e a audiência na TV serão apenas uma fração do que foi visto neste fim de semana.

Apesar de tudo, o burburinho causado pelo “fator Alonso” mostra que a corrida ainda tem algo a oferecer ao mundo. Em meados dos anos 90, nos anos Mansell/Villeneuve/Zanardi/Montoya, antes, sempre via aquilo como a resposta dos Estados Unidos à F1. Mas, no momento, parece mais uma F2. 

Ainda levará tempo, mas a Indy poderá repetir algum do sucesso de domingo com um calendário estável, e, talvez, com o olho no exterior. Os bons tempos podem voltar por muito mais vezes do que em um fim de semana por ano. 

3: Como nos velhos tempos para Button e Alonso

 Jenson Button, McLaren, walks back to the pits after retiring from the race

Photo by: Andrew Hone / LAT Images

Parecia realmente uma corrida de dois mundos, especialmente quando Alonso, que estava se preparando para estrear na Indy 500, entrou no rádio com Jenson Button, que estava voltando à F1, para pedir que tomasse cuidado com seu carro.

Jenson brincou e disse que “iria urinar me seu carro”, e pode ser que o cockpit tenha ficado molhado quando ele tocou em Pascal Wehrlein e jogou o alemão de rodas para o ar na barreira.

Quando Button deixou a corrida, sempre prejudicado por uma enorme punição do grid após impressionar na classificação, foi Alonso que mereceu todos os aplausos em Indy.

O bicampeão lidou com o oval como um pato lida com a água e parecia na disputa pela vitória até que seu motor Honda quebrou. Ah, a ironia.

Foi mais um desastre de relações públicas para a Honda, que foi aliviado com a vitória de Takuma Sato que, usando a impressionante vantagem de cavalaria, superou Hélio Castroneves nas voltas finais.

Ótimo resultado para Sato. Lembra da forma incrível com que ele reagiu ao desastre de 2012, quando tentou passar Dario Franchitti? Desta vez, ele fez por merecer da maneira difícil.

Mas, para Alonso e Button, foi mais uma decepção como eles já estão acostumado. 

4: Verstappen não tem medo de criticar a equipe pela estratégia

 Max Verstappen, Red Bull Racing RB13

Photo by: Sam Bloxham / LAT Images

Depois de dois grandes acidentes em suas primeiras duas participações na prova, Max Verstappen conseguiu terminar o GP de Mônaco desta vez, mas isso não foi bom o bastante para suas pretensões.

A Red Bull optou por uma parada relativamente cedo, e, assim como Raikkonen descobriria mais tarde, usar os ultramacios por mais tempo seria a melhor escolha.

E, quando a rodada de pitstops se concluiu, Max se encontrou atrás de Daniel Ricciardo, o que classificou como uma “p**** de um desastre” pelo rádio.

O chefe da equipe, Christian Horner, disse: “A estratégia poderia ir para qualquer lado. Nós falamos disso pela manhã. Temos um piloto feliz e um que está menos feliz.”

Mas, tendo levado 0s6 de vantagem para seu companheiro na classificação e ser superado na corrida deve ser irritante, ainda por cima por ficado em último entre as três maiores equipes na pontuação.

Será interessante ver qual será sua reação a seguir. 

5: Dixon é um garoto de muita, muita sorte

Scott Dixon, Chip Ganassi Racing Honda in a huge crash

Photo by: Michael C. Johnson / Amarillo Globe News

Não é surpresa que o abandono espetacular de Scott Dixon na Indy 500 ocupou as manchetes dos esportes na segunda-feira de manhã, já que seu voo alto e o acidente fortíssimo chamou a atenção do público.

Graças aos padrões de segurança modernos, ele pode sair ileso da pancada, apesar de que a mente pensa qual seria o resultado se ele tivesse aterrissado um pouco mais para a direita ou a esquerda.

E quanto a Hélio Castroneves, que escapou ao passar por baixo do carro da Ganassi que voava?

“Estou um pouco dolorido. Definitivamente foi duro”, disse Dixon. “Muito obrigado à Dallara [fabricante do chassi da Indy] pela segurança.”

Somente uma semana depois de sofrer um assalto a mão armada ao conquistar a pole, você pensa que vai ter um descanso...

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Charles Bradley
Fórmula 1
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