Como Senna driblou truque da Globo quando piloto estava brigado com Reginaldo Leme

Betise Assumpção, assessora de imprensa do piloto, confidenciou os bastidores da briga entre piloto e jornalista, envolvendo até Pedro Bial e Roberto Cabrini

O Motorsport.com celebra a vida e o legado de Ayrton Senna nesses 30 anos da morte do tricampeão mundial de Fórmula 1 com uma série de entrevistas que estão indo ao ar nesta semana.

Um dos personagens principais da carreira do brasileiro na F1 é Betise Assumpção, que foi assessora de imprensa de Senna de 1989 até a morte do brasileiro.

Em entrevista exclusiva ao Motorsport.tv no YouTube (vídeo acima), Betise confidenciou um ‘antídoto’ para um truque que a Rede Globo estava usando para não evidenciar a briga entre Senna e o jornalista Reginaldo Leme, hoje na Band.

“Ele parou de falar com o Reginaldo no começo de 1993. Nunca mais falou. Até morrer”, disse Betise. “No começo, ele nem me falou que não estava falando com o Reginaldo. De repente, começaram a ser enviados repórteres da sucursal da Globo de Londres. Era o Silio Boccanera numa corrida, depois foi o Pedro Bial, depois foi a Valéria Sffeir. Na minha cabeça, eu estava achando que era porque o cara ficou tão estourado que estavam aumentando a cobertura.”

“Depois de umas quatro ou cinco corridas ele me falou que não ia falar (com o Regi) e eu disse, ‘mas peraí, você não vai falar com o Reginaldo?’ Eu lembro dele falando assim ‘Betise melhor você não se meter. É muito chato. Não vou falar com ele. Parei de falar com ele. Enfim, chamou de alguns nomes não publicáveis.”

“É por isso que ele começou a dar entrevistas para o Cabrini, fora da pista, porque o Cabrini não tinha credencial. Eu também não sabia por que ele estava fazendo isso.”

A briga entre jornalista e piloto não poderia impedir a realização das matérias de Reginaldo Leme para a Globo. A emissora tentou driblar o campeão e a assessora, mas durou pouco tempo.

“O Ayrton dava entrevista para o Silio, depois, quando as imagens chegavam ao Brasil, a TV Globo pegava um pedaço da entrevista deles e colocava na entrevista do Reginaldo. Aí ele (Ayrton) ficou bravo.”

“Então eu falei, olha, a única coisa que você pode fazer é, e por coincidência, naquela corrida era o Pedro Bial, eu falei, ‘você vai dar entrevista a ele e a cada três palavras você vai falar Pedro. ‘Sabe o que é, Pedro?’ Aconteceu isso, isso e isso. E Pedro...’. Não vão ter como tirar o nome. Não vão conseguir tirar. “

Nesta mesma entrevista, Betise contou como foi o 1º de maio da perspectiva dela da influência de Bernie Ecclestone, que queria evitar o cancelamento da corrida.

Ayrton Senna: a primeira vitória | CAOS no Estoril

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