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Especial Fórmula 1: no que prestar atenção em 2016?

Motorsport.com faz guia para a 67ª temporada da história do maior campeonato automobilístico do mundo

Race start

A Fórmula 1 inicia no próximo final de semana a maior temporada de sua história. Com 21 provas, o campeonato começa neste mês de março na Austrália para terminar apenas em Abu Dhabi no finalzinho de novembro.

Definitivamente 2016 será um ano longo, mas também um ano de transição. A partir de 2017 uma radical mudança de regulamentos (carros de até 1000 cv, com mais downforce e até 5s mais velozes) pretende embaralhar a ordem já bem consolidada da Fórmula 1 desde o início da “era turbo-híbrida”, com a Mercedes na frente. Isso certamente fará os times alterarem seu foco para o próximo ano mais cedo.

Enquanto isso não acontece, vamos a algumas questões-chave para a temporada que vai se iniciar:

1. A Mercedes ainda está muito à frente da Ferrari?

Nico Rosberg, Mercedes AMG F1 Team and Sebastian Vettel, Scuderia Ferrari

Principal dúvida da pré-temporada, esta pergunta começará a ser respondida na classificação em Melbourne. A Ferrari depositou muita esperança em cima do novo SF16-H após ter dado um grande passo de 2014 para 2015. Mas será que o novo carro será capaz de tirar a Mercedes da zona de conforto?

Nos testes de pré-temporada, a velocidade real da Mercedes ficou no imaginário. O time não fez simulações de classificação. Já a Ferrari liderou a maior parte dos dias por ter usado os pneus mais macios (a Mercedes só usou pneus médios), mas parece estar atrás da Mercedes quando o assunto é velocidade em um GP. Além disso, o carro alemão não apresentou nenhum grande problema que o fizesse perder horas nos boxes, ao contrário da Ferrari.

O fato é: se estiver em um cenário de desvantagem parecido com o do ano passado, o que neste momento parece plausível, a escuderia de Maranello vai sair da Austrália bastante desapontada.

2. Massa renova com a Williams?

Felipe Massa, Williams FW38

Felipe Massa entra em 2016 em seu último ano de contrato com a Williams. O acordo assinado em 2013 previa três anos de contrato – dois certos e mais um de opção da equipe. Neste ano o piloto luta por seu futuro na Fórmula 1. De um lado, Massa mostrou grande evolução em 2015, sendo mais constante nas provas na comparação com 2014. De outro, foi mais uma vez batido por Valtteri Bottas, que desperta interesse de outras equipes, como a Ferrari.

Na verdade, o finlandês teve a oportunidade de ir para Maranello em 2016, mas, com uma multa cara cobrada pela Williams, o negócio não foi para frente. Com o contrato de Bottas terminando também em 2016, assim como o de Raikkonen (que muitos dizem que só renovou com a Ferrari por Bottas e Daniel Ricciardo estarem presos em suas equipes), Massa poderá ganhar vida extra no time se iniciar bem o ano.

3. O ano de Rosberg?

 

Lewis Hamilton, Mercedes AMG F1, Nico Rosberg, Mercedes AMG F1 W06 e Sebastian Vettel, Ferrari

2014 e 2015 foram temporadas onde o alemão Nico Rosberg não conseguiu se impor frente ao companheiro Lewis Hamilton durante a maioria das corridas. Porém, as três vitórias e as sete poles consecutivas conquistadas pelo alemão no fim de 2015 podem representar uma virada.

Mais confiante depois de entregar de bandeja o título para Hamilton ao errar no GP dos EUA, o alemão foi bastante efetivo e não deu chances para o parceiro inglês – apesar de muitos rebaterem a performance superior de Nico com uma possível ressaca/desmotivação de Hamilton pós-tricampeonato.

A hora de convencer é agora. Rosberg precisa ser mais rápido e mais agressivo do que foi nas duas últimas temporadas.

4. O que será de Red Bull e Toro Rosso?

Daniel Ricciardo, Red Bull Racing RB12

Uma terá o motor Renault renomeado de Tag Heuer, a outra terá o Ferrari de 2015. Depois de uma grande briga com a montadora francesa em 2015, a Red Bull se viu obrigada a mudar seu fornecedor de unidades motrizes para 2016. Mas, com Ferrari e Mercedes fechando suas portas por temerem a capacidade da fábrica de Milton Keynes de fazer um carro para batê-las, o time ficou sem saída.

Um “acordo tampão” para 2016 foi selado com a ajuda de Bernie Ecclestone com a Renault, que não estampará seus logos nos carros. O desenvolvimento da unidade ficará a cargo da Red Bull junto à fábrica Ilmor. A equipe busca uma nova fornecedora para 2017. Já a Toro Rosso andará com o motor Ferrari de 2015, enquanto Haas e a Sauber usarão o Ferrari de 2016. A unidade muito provavelmente não receberá nenhum avanço durante o ano.

Neste cenário, uma coisa está certa: a Red Bull dificilmente lutará pelo título.

5. Briga no fundão

Pascal Wehrlein, Manor Racing MRT05

Com a Manor conseguindo o motor Mercedes e tendo em um de seus carros o jovem protegido da montadora, o alemão Pascal Wehrlein, o time britânico tem uma boa chance de deixar o lugar cativo na rabeira do pelotão. Sem um time que aparente estar muito atrás dos outros, a lanterna da Fórmula 1 poderá variar durante este ano.

Mas o melhor é que, pelo menos na aparência, todos os times – incluindo a Haas e a Manor – parecem capazes de pontuar durante a temporada, algo que desde a chegada das equipes nanicas em 2010 não víamos.

Quem tem desvantagem é a Sauber. Apesar de contar com a unidade de 2016 da Ferrari, o time suíço testou com seu carro deste ano apenas no segundo treino da pré-temporada. As dificuldades financeiras da equipe poderão ser um problema para o brasileiro Felipe Nasr.

6. Quinto pneu e mais liberdade

Pirelli tyres

Em 2016 a Pirelli está dando às equipes uma maior liberdade de escolha de pneus. Cada equipe poderá selecionar diferentes jogos de três tipos de pneus por final de semana – até o ano passado eram apenas dois tipos. Dos 13 sets que cada piloto tem direito, efetivamente dez estarão a critério dos times.

Além disso, a fábrica italiana usará em pistas de rua um novo pneu, o ultramacio. Este composto buscará movimentar mais as estratégias em circuitos onde o desgaste é muito pequeno.

Será que a nova postura da Pirelli vai agitar as provas? A conferir.

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Gabriel Lima
Fórmula 1
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