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EXCLUSIVO: Veja carta do CEO da F1 que confirma negociação fechada para ter GP do Brasil no RJ

Chefão da categoria entrou em contato com o governador do Rio para informar decisão sobre a corrida brasileira e 'cobrar' licenças dos órgãos públicos

Proposed Rio de Janeiro circuit layout

Em meio à indefinição sobre o futuro do GP do Brasil de Fórmula 1, o CEO da categoria, Chase Carey, enviou carta ao governador em exercício do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PSC), na qual confirma que a F1 finalizou negociações para realizar a prova brasileira na capital fluminense.

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O Motorsport.com obteve acesso ao documento com exclusividade. Na carta, Carey diz a Castro que a categoria chegou a um desfecho positivo nas negociações com o consórcio Rio Motorsports. O CEO ainda destaca que aguarda as licenças necessárias das autoridades do Rio.

Veja a carta de Chase Carey a Cláudio Castro e confira a tradução logo abaixo:

Carta de Chase Carey para o governador do Rio de Janeiro

Carta de Chase Carey para o governador do Rio de Janeiro

Photo by: Reprodução

"Caro governador Cláudio Castro,

Espero que esta carta chegue bem até você e espero que você e seus colegas estejam bem conforme possível nestes tempos desafiadores e complicados. 

Obrigado por seu apoio para marcar a Fórmula 1 no Brasil. O Brasil tem um papel especial na história da Fórmula 1 e nós temos muitos e valorosos fãs no Brasil.

Estou escrevendo para atualizá-lo de que nós agora finalizamos os acordos para uma corrida com o Rio Motorsports LLC, que vai sediar, organizar e promover eventos da Fórmula 1 no Rio de Janeiro. Esses acordos estão prontos para execução e anúncio por parte da Fórmula 1 assim que todas as licenças necessárias forem expedidas pelas autoridades relevantes, como INEA/CECA, no Rio de Janeiro, Brasil.

Por favor, sinta-se livre para me contatar a qualquer momento. Estamos ansiosos para um futuro excitante no Brasil."

Mas e a construção do autódromo?

A carta é de 14 de setembro e menciona as licenças pendentes para o início das obras para construção do autódromo na região de Deodoro. O estudo de impacto ambiental do projeto ainda precisa ser aprovado para que o complexo 'saia do papel'.

O Motorsport.com questionou o Rio Motorsports sobre as pendências para o início das obras, mas representantes do consórcio disseram à reportagem que não iriam fazer comentários neste momento.

O Instituto Estadual do Ambiente (INEA) ainda está elaborando o parecer técnico a respeito do Estudo de Impacto Ambiental/Relatório de Impacto Ambiental (EIA/RIMA) para a construção. Concluída essa etapa, o parecer será submetido primeiro à Procuradoria e, só posteriormente, à Comissão Estadual de Controle Ambiental (CECA), responsável pela emissão da licença.

Circuito no Rio

O autódromo é orçado em cerca de R$ 800 milhões – e visto pela prefeitura do Rio, pelo governo estadual e pelo presidente Jair Bolsonaro como trunfo para desbancar a concorrência de São Paulo e levar novamente a corrida da F1 à capital fluminense. A assinatura do contrato entre a prefeitura e o consórcio Rio Motorsports, responsável pela obra, depende da aprovação do estudo de impacto ambiental (EIA-Rima). 

A Floresta do Camboatá, cedida pelo Exército em Deodoro, é considerada o último lugar de Mata Atlântica de áreas planas na cidade e tem 170 hectares, dos quais 55 deverão virar área construída, totalizando 70 mil árvores.

O Rio Motorsports pretende compensar o impacto com uma série de ações, como o replantio de 700 mil árvores – parte delas dentro do próprio terreno, o que tornará a área com vegetação maior do que é hoje. Além disso, cerca de 810 mil m² do terreno – o equivalente a 75 campos de futebol – serão inteiramente utilizados em favor da adoção de práticas conservacionistas e preservacionistas em prol do patrimônio natural.

Rio de Janeiro busca desbancar São Paulo como sede do GP do Brasil de F1

Desde antes do ano passado, as duas cidades travam disputa para receber a etapa brasileira da F1 no futuro. Embora a capital paulista já tenha um autódromo pronto e bastante popular (Interlagos), falta à 'candidatura' paulistana o aporte financeiro que os cariocas dizem ter. São Paulo tem o 'ônus' de ser uma das duas provas da F1, junto de Mônaco, que não pagam taxa para a categoria para sediar uma corrida.

Os promotores da etapa de Interlagos querem uma renovação com a F1. Porém, enfrentam a concorrência fluminense. O Rio teria oferecido cerca de US$ 65 milhões (R$ 353 milhões). Já São Paulo teria feito proposta de US$ 20 milhões (R$ 109 milhões). Segundo o Estadão, os cariocas estariam perto de desbancar os paulistas para ter a prova brasileira da categoria máxima do automobilismo. Entretanto, o Rio Motorsports deu calote recente na MotoGP.

Presidente Bolsonaro quer F1 no Rio

O projeto de levar a F1 para o Rio tem forte apoio político do presidente. O mandatário é paulista, mas fez sua carreira política no Rio e um de seus filhos, Flávio Bolsonaro, é senador pelo estado. Outro herdeiro de Jair, Carlos Bolsonaro é vereador na capital. Todos já defenderam publicamente a construção do autódromo em Deodoro. A iniciativa também tem contrato para receber a MotoGP em 2022, mas as obras parecem longe de começar.

De todo modo, a Secretaria de Esporte do Rio de Janeiro aprovou, em novembro, o projeto para a realização da prova por dez anos na na capital, autorizando captação de R$ 302 milhões em incentivos fiscais para o GP do Brasil de F1 em 2021 e 2022.

Seriam R$ 151 milhões por evento, mas, como o valor começará a ser pago antes, não haverá estouro do limite de R$ 138 milhões anuais previsto pela Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF). O valor será investido para pagar parte da taxa à Liberty Media para a realização da prova.

Os detalhes da carta de Chase Carey sobre GP do Brasil e o que falta para o Rio ser confirmado na F1

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