Piloto espanhol da Aston Martin na Fórmula 1, Fernando Alonso tem sido o destaque deste ano, enfileirando pódios em seu primeiro campeonato com a equipe britânica de Silverstone, mas o bicampeão ainda carrega o 'estigma' de ser alguém que deveria ter mais títulos na categoria.

O asturiano estreou na F1 em 2001 pela Minardi e conquistou seus títulos pela Renault em 2005 e 2006, mas foi para a McLaren em 2007 e acabou se envolvendo em rivalidade com o britânico Lewis Hamilton, o que acabou abrindo caminho para o título do finlandês Kimi Raikkonen, da Ferrari.

Alonso, então, voltou para a Renault em 2008, mas partiu para a Ferrari em 2010 a fim de conquistar sua terceira taça. Porém, o espanhol 'parou' na Red Bull do alemão Sebastian Vettel e conquistou 'só' dois vices, optando por se divorciar da Scuderia e ir para a McLaren-Honda em 2015.

Mesmo após a separação de equipe e montadora, com a chegada dos motores Renault, o conjunto seguiu pouco competitivo e Fernando deixou a F1 no fim de 2018, retornando somente em 2021 pela Alpine. Duas temporadas depois, a ida para a Aston, 'equipe sensação' de 2023.

De todo modo, o irlandês Eddie Jordan, que foi dono e chefe do time Jordan na categoria -- a escuderia acabaria passando por diversas transformações até virar justamente a atual Aston Martin --, pondera que Alonso não conquistou mais títulos porque focou em ganhar dinheiro na F1.

“Ele tem que se perguntar e tem que perguntar a Flavio -- seu empresário Flavio Briatore e eu ainda somos bons amigos --, mas você tem que lembrar: Fernando Alonso foi atrás do dinheiro”, disse Jordan no podcast Formula For Success, no qual participou com o ex-piloto de F1 David Coulthard.

“Ele foi para times onde estava ganhando mais dinheiro do que teria em outro time que provavelmente tinha mais chances de ganhar o título mundial. Ele provavelmente agora se arrepende porque tem muito dinheiro. Às vezes, quando você olha para trás, pensa que foi um erro.”

“E, se Fernando estivesse sentado na minha frente, eu diria: ‘Fernando, você se enganou. Você ainda tem um grande legado, bicampeão mundial. Mas você, por dentro, sabe que poderia ter sido umas cinco ou seis vezes facilmente campeão", completou Eddie. Coulthard também opinou.

“A razão de eu achar que Fernando é tão forte é que ele está com raiva”, ponderou o escocês, que 'bateu roda' com Alonso na F1 no começo dos anos 2000, quando corrida pela McLaren e o espanhol pela Renault.

“Ele está com raiva por ter conquistado apenas dois campeonatos mundiais, e essa raiva é o que o leva a ainda ter a necessidade. Essa é a chave. Você não perde a velocidade, você perde a necessidade. Ele ainda tem a necessidade”, completou David.

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