F1: Como se saíram os 14 pilotos da Red Bull sob liderança de Horner
Do domínio de Vettel à queda de Gasly, analisamos os altos e baixos dos nomes que correram pelo time austríaco sob chefia intensa e implacável do britânico

Max Verstappen, Red Bull Racing, Christian Horner, Red Bull Racing
Foto de: Philip Fong - AFP - Getty Images
Christian Horner tornou-se o mais jovem chefe de equipe da história da Fórmula 1 ao assumir o comando da Red Bull em 2005. Duas décadas depois, saiu como um dos líderes mais longevos e vitoriosos do esporte, tendo supervisionado 8 títulos de pilotos e 6 de construtores. Durante seu mandato, Horner construiu uma reputação de operador implacável, que exigia nada menos do que a excelência de seus pilotos. Seu modelo de gerenciamento ajudou a guiar o time, com alguns pilotos alcançando um domínio tão grande que seus nomes estão agora gravados nos livros de história da F1. Outros, no entanto, não tiveram tanta sorte.
David Coulthard
O escocês foi a primeira contratação de peso da Red Bull e entregou performances consistentes nos primeiros anos da equipe, de 2005 a 2008. Já veterano da F1, deu credibilidade ao time que nasceu das cinzas da Jaguar e era comandado pelo então jovem Horner, na casa dos 30 anos. O chefe da equipe depois creditou Coulthard por ajudar a desenvolver a infraestrutura do time, dizendo que ele teve um papel fundamental no sucesso futuro. Embora tenha conquistado o primeiro pódio da equipe no GP de Mônaco de 2006, aposentou-se antes da Red Bull entrar na primeira era de títulos. Coulthard permaneceu como embaixador do time e é um dos amigos mais próximos de Horner no paddock.
Christian Klien
Klien foi mantido da época da Jaguar, mas teve dificuldades para se impor contra Coulthard. Marcou pontos iniciais em 2005 e mostrou alguns lampejos de velocidade, mas foi inconsistente. Horner deu outra chance em 2006, mas alternou Klien com Robert Doornbos antes de dispensá-lo. Ele se tornou um dos primeiros casos da Red Bull de piloto promissor que foi demitido por não entregar os resultados exigidos.
Vitantonio Liuzzi
O jovem promissor estreou na F1 com a equipe em um esquema de divisão de carro com Klien. Em suas quatro corridas pela Red Bull, não pontuou nem deixou impressão duradoura. Horner decidiu enviá-lo para a recém-criada Toro Rosso (atual Racing Bulls) em 2006 e ele nunca mais voltou ao time principal.
Robert Doornbos
Inicialmente contratado como piloto de testes e reserva, Horner lhe deu uma promoção breve no fim de 2006 após a saída de Klien. O holandês, que já havia trabalhado com Horner em categorias de base na Arden Motorsport, mostrou ser capaz e teve ritmo respeitável. No entanto, o chefe de equipe viu que Doornbos não tinha nível de campeão mundial e as ambições crescentes do time não lhe deixaram espaço.
Mark Webber
O australiano acompanhou a ascensão da Red Bull do meio do grid à briga por títulos. Conquistou nove vitórias e foi peça-chave em quatro títulos de construtores, mas viveu à sombra de Vettel muitas vezes. Sua determinação era tanto uma força quanto uma dor de cabeça para Horner, que teve que gerenciar conflitos entre os pilotos na dominante fase dos anos 2010. O famoso incidente ‘Multi-21’, quando Vettel desobedeceu ordens de equipe para ultrapassar Webber, expôs rachaduras no time e colocou Horner numa situação política delicada. Apesar de nunca ter sido campeão mundial, o chefe de equipe reconheceu que Webber ajudou a impulsionar a Red Bull, mesmo com os holofotes em Vettel. Webber, por sua vez, criticou Horner em 2015 e, ao voltar ao esporte como empresário de Oscar Piastri, manteve o jovem longe da Red Bull e de Horner.
Sebastian Vettel
O alemão foi a primeira grande história de sucesso de Horner: um talento prodigioso que ele ajudou a transformar em tetracampeão mundial. Durante o reinado da equipe entre 2010 e 2013, Vettel dominou a categoria e se tornou um dos maiores nomes da história do esporte. Após as mudanças regulatórias de 2014, a Red Bull sofreu e Vettel foi para a Ferrari. Horner disse que a saída foi emocionalmente difícil, mas profissionalmente inevitável, e continuou falando bem do alemão, cujo adeus marcou o fim da primeira 'era dourada' da Red Bull.
Daniel Ricciardo
Ricciardo foi visto como um campeão mundial em formação durante a maior parte do tempo em que esteve na Red Bull, começando em 2014. No primeiro ano, superou Vettel e venceu três corridas, o que ninguém, nem mesmo Horner, previa. O carisma australiano e estilo agressivo de pilotagem o tornaram favorito dos fãs e Horner apostou nele como o futuro da equipe. Porém, problemas no motor frearam seu avanço e ele percebeu que o chefe estava voltando a atenção para um novo piloto nº1: Max Verstappen, seu jovem companheiro. Ricciardo surpreendeu a todos ao anunciar sua saída em 2018, mas manteve boa relação com Horner, que acredita que o australiano saiu cedo demais e poderia ter tido ainda mais sucesso.
Daniil Kvyat
O russo foi o primeiro de uma série de jovens pilotos promovidos rapidamente a um assento de alta pressão na Red Bull antes de estarem prontos. Chegou em 2015 para substituir Vettel, mas teve dificuldades de consistência e confiança. Uma série de incidentes de grande repercussão levou à queda para a Toro Rosso no meio da temporada. A troca pelo então novato Verstappen mudou o rumo da história da F1, mas Horner admitiu que o cronograma da ascensão de Kvyat pode ter sido mal administrado.
Max Verstappen
O holandês se tornou o piloto mais jovem da história da F1 quando entrou e a promoção em 2016 foi um enorme risco para a Red Bull, o qual se pagou imediatamente quando venceu na estreia na Espanha e não parou mais de vencer quase por uma década. Horner o descreve como um talento geracional e a equipe se moldou ao seu redor para o bem e para o mal. De 2021 a 2024, Verstappen dominou o esporte, conquistando quatro títulos mundiais consecutivos. Manteve boa relação com Horner, mesmo quando seu pai, Jos Verstappen, criticou publicamente a liderança da equipe em 2024.
Pierre Gasly
Após a saída inesperada de Ricciardo, a equipe buscou um substituto rápido. Horner promoveu Gasly para o time principal, mas ele sucumbiu à pressão: esteve consistentemente atrás do ritmo de Verstappen e teve dificuldades para se adaptar ao carro. No meio de 2019, foi rebaixado para a Toro Rosso, evidenciando a abordagem de alta pressão e foco em desempenho que Horner cultivou. Gasly depois venceu uma corrida pela AlphaTauri antes de deixar a Red Bull de vez.
Alex Albon
Albon substituiu Gasly em 2019 e inicialmente impressionou Horner com sua habilidade de corrida, conquistando dois pódios. Contudo, não conseguiu acompanhar Verstappen ao longo de uma temporada completa e foi substituído em 2021. Horner acreditava que ele precisava de mais tempo para amadurecer e o manteve como piloto de simulador e reserva antes de Albon ir para a Williams.
Sergio Pérez
Em 2021, o segundo assento da Red Bull virou uma “porta giratória”, então Horner decidiu mudar a estratégia. Pérez foi o primeiro piloto fora do programa júnior da Red Bull a entrar no time em mais de uma década, o que se mostrou uma jogada inteligente. Trouxe estabilidade e maturidade, sendo fundamental nas disputas pelo título de construtores em 2021 e 2022. Embora tenha conquistado várias vitórias, a diferença de desempenho para Verstappen aumentou muito em 2023. Horner o apoiou até 2024, quando decidiu que era hora de seguir em frente.
Liam Lawson
Se você acha que Albon ou Gasly tiveram dificuldades, Lawson teve apenas duas corridas como piloto titular da Red Bull antes de perder a vaga. Impressionou como reserva na equipe júnior em 2023 e 2024, e superou o veterano Yuki Tsunoda para entrar na Red Bull em 2025. No entanto, o sonho acabou rápido quando Horner decidiu trocá-lo pelo japonês após algumas atuações ruins. Horner admitiu que talvez tenha acelerado demais a promoção do neozelandês, mas seu curto período mostra o ambiente implacável da Red Bull.
Yuki Tsunoda
Em quatro temporadas, Tsunoda evoluiu de um rookie impulsivo a um talento bruto e promissor na AlphaTauri / Racing Bulls. Porém, a promoção para a Red Bull no começo de 2025 foi uma surpresa e ele teve pouco tempo para se preparar para a difícil tarefa de ser companheiro de Verstappen. Embora tenha mostrado potencial nas primeiras corridas, os resultados foram inconsistentes e ficou claro que não tinha ritmo para desafiar o tetracampeão. Com a saída de Horner em julho de 2025, Tsunoda agradeceu o apoio do chefe, mas seu futuro na Red Bull ainda é incerto.
HULK brilha: SAUBER SURPRESA do ano? E Bortoleto? PIASTRI TREMEU vs LANDO? Hamilton e + | Ivan Bruno
Ouça a versão exclusivamente em áudio do Podcast Motorsport.com #342:
ACOMPANHE NOSSO PODCAST GRATUITAMENTE:
Faça parte do nosso canal no WhatsApp: clique aqui e se junte a nós no aplicativo!
Compartilhe ou salve este artigo
Principais comentários
Inscreva-se e acesse Motorsport.com com seu ad-blocker.
Da Fórmula 1 ao MotoGP relatamos diretamente do paddock porque amamos nosso esporte, assim como você. A fim de continuar entregando nosso jornalismo especializado, nosso site usa publicidade. Ainda assim, queremos dar a você a oportunidade de desfrutar de um site sem anúncios, e continuar usando seu bloqueador de anúncios.