F1: Crise na Ferrari é uma questão de reconstrução, diz ex-presidente Luca di Montezemolo
Dirigente da montadora italiana entre 1991 e 2014 analisou situação atual da equipe de Maranello no Mundial
Vivendo seu pior início de temporada na Fórmula 1 desde 2009, com apenas 26 pontos conquistados em três corridas e a quarta posição no Mundial de Construtores, a Ferrari busca formas de dar a volta por cima. Mas para o ex-presidente da montadora, Luca di Montezemolo, a saída para essa crise não é algo a curto prazo, sendo necessário toda uma reconstrução interna.
Até aqui, a Ferrari vem apresentando diversos problemas em meio a uma expectativa de melhoras sob a gestão de Frédéric Vasseur. Em três corridas, Charles Leclerc conta com dois abandonos (um por confiabilidade e outro por acidente), além de uma punição ao monegasco pelas trocas na unidade de potência na Arábia Saudita.
Visando desafiar a Red Bull pelo título em 2023, a Ferrari viu na verdade os rivais ganharem terreno em cima dela, caindo da segunda para a quarta posição do Mundial no momento.
Luca di Montezemolo, que comandou a montadora italiana por mais de duas décadas, lamentou a situação pela qual a equipe atravessa, mas alerta que essa crise não será resolvida a curto prazo.
"É um sal na minha ferida", disse Montezemolo em entrevista ao canal italiano La7. "Junto com a minha família, a Ferrari é o mais importante da minha vida. É doloroso para mim, lamento vê-los assim".
Charles Leclerc, Ferrari SF-23
Fotoğraf: Ferrari
"Não vejo isso como uma crise a curto prazo, é uma questão de reconstrução, e precisamos reunir a melhor equipe".
O italiano ainda relembrou como que, mesmo a fase mais vitoriosa da história da Ferrari, na era Schumacher, foi precedida de anos difíceis, apesar da equipe contar com nomes fortes.
"Eu trouxe [Jean] Todt, [Stefano] Domenicali, [Ross] Brawn, [Rory] Byrne, enquanto [Michael] Schumacher veio depois. Também tivemos uma grave crise em um primeiro momento, mas construímos uma boa equipe".
"Mesmo recolocando alguns técnicos de diferentes nacionalidades no mercado, seria preciso criar uma cultura na empresa, nos setores mais necessitados".
Montezemolo finalizou destacando a decepção com a atitude exibida pela Ferrari no lançamento do carro e a falta de evolução: "Os discursos triunfalistas na apresentação me pareceram incorretos. Esperava um carro que fosse uma evolução em relação ao ano passado".
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