F1: Em novo trecho, Piquet repete racismo e acrescenta fala homofóbica contra Hamilton
Vídeo faz parte da mesma entrevista que já gerou debate na semana passada
A polêmica envolvendo os comentários de Nelson Piquet sobre Lewis Hamilton ganhou um novo capítulo nesta sexta-feira. Em novo trecho viralizado, oriundo da mesma entrevista ao canal Motorsports Talk, o tricampeão da Fórmula 1 volta a usar o termo "n***inho" para se referir ao piloto da Mercedes, além de proferir uma expressão de cunho homofóbico.
No vídeo, Piquet foi questionado sobre sua opinião acerca de Keke Rosberg, campeão da F1 em 1982, e respondeu o seguinte: "O Keke era um bosta. Tinha valor nenhum. É como o filho dele [Nico]. Ganhou um campeonato. O 'neguinho' devia estar dando mais c* naquela época, aí tava meio ruim".
Piquet falava de Nico Rosberg, filho de Keke, que segue sendo o único companheiro de Hamilton a derrotar o britânico desde a chegada do inglês à Mercedes, em 2013. Nico foi campeão de 2016 após um ano tenso contra Hamilton, anunciando sua aposentadoria da F1 dias após a conquista.
O novo trecho divulgado, também da entrevista a Ricardo Oliveira, volta a esquentar a discussão. O comentário que estourou nas redes sociais foi feito por Piquet e levou a uma forte reação da comunidade desportiva, incluindo notas de repúdio da F1 e da FIA.
Em resposta na terça-feira, Hamilton disse que "chegou a hora" de mudar "pensamentos arcaicos". E agora Piquet se manifestou sobre o caso na quarta, dizendo que gostaria de "esclarecer histórias que circulam na imprensa sobre um comentário que fiz em uma entrevista no ano passado".
Apesar de Piquet admitir que o que foi dito "foi mal pensado, e não vou me defender disso", ele alega que o termo usado "é ampla e historicamente usado de forma coloquial na língua portuguesa como sinônimo de 'pessoa' ou 'cara', e não foi usado com intenção de ofender".
"Nunca usaria o termo do qual fui acusado de usar em algumas traduções", disse. "Condeno fortemente qualquer sugestão de que teria usado essa palavra com o objetivo de diminuir um piloto por causa da cor de sua pele".
Após a divulgação do primeiro trecho, na semana passada, a F1 se manifestou, condenando a fala de Piquet: "Linguagem discriminatória ou racista é inaceitável de qualquer forma e não deve fazer parte da sociedade. Lewis é um embaixador incrível do nosso esporte e merece respeito", diz o comunicado. “Seus esforços incansáveis para aumentar a diversidade e a inclusão são uma lição para muitos e algo com o que estamos comprometidos na F1”.
A Mercedes também divulgou uma declaração de apoio ao seu piloto, acrescentando: "Condenamos nos termos mais fortes qualquer uso de linguagem racista ou discriminatória de qualquer tipo."
A Federação Internacional de Automobilismo (FIA), que regula o esporte, postou a seguinte mensagem nas redes: "A FIA condena fortemente qualquer expressão racista ou discriminatória, que não tem lugar no esporte ou na sociedade. Prestamos nossa solidariedade a Lewis Hamilton e nosso apoio ao seu compromisso pela igualdade, diversidade e inclusão no esporte a motor.
Na quinta-feira (30), o caso seguiu repercutindo no paddock da F1 durante o dia de mídia pré-GP da Grã-Bretanha. Genro de Piquet, Max Verstappen também condenou o uso de palavras do tricampeão, afirmando que é preciso ensinar as pessoas para que tais termos jamais sejam utilizadas, enquanto defendeu que Piquet "definitivamente não é racista".
Já Hamilton voltou a lamentar o ocorrido, afirmando ser mais um caso de racismo contra ele ao longo de sua trajetória na F1, reafirmando a necessidade de mudar "mentalidades arcaicas" e cobrando ações reais, além de pedir para que não se dê mais plataforma a "vozes velhas".
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