Análise

F1: Entenda como a restrição da pressão dos pneus pode impactar na batalha pelo título em 2021

Veja o que as mudanças nos procedimentos e prescrições na diretriz técnica emitida para as equipes significam para times, pilotos e fãs

Max Verstappen, Red Bull Racing RB16B, Lewis Hamilton, Mercedes W12

A declaração divulgada pela Pirelli após sua investigação sobre as falhas de pneus no GP do Azerbaijão da Fórmula 1 poderia, na melhor das hipóteses, ser descrita como não comprometedor.

O que fica claro a partir da série de revisões da diretriz técnica emitida para as equipes detalhando as pressões e temperaturas dos pneus antes do GP da França, é que a Pirelli e a FIA estão indo para a ofensiva.

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A resposta depois do que aconteceu em Baku sugere que as escuderias violaram algumas, se não todas, as práticas.

Mas, em vez de acusar os times pelo ocorrido, a mensagem é para garantir que as coisas não voltem a acontecer.

Isso inclui, para evitar dúvidas, assegurar que as pressões iniciais mínimas em cada evento sejam respeitadas em todos os momentos, e não apenas quando são verificadas.

Os pontos em que as medições são feitas serão aumentados, agora para incluir o pós-corrida, e a forma como os pneus e os protocolos que envolvem sua operação também estão sendo ajustados.

Pirelli tyres allocated to Red Bull are sorted into blankets in the paddock

Pirelli tyres allocated to Red Bull are sorted into blankets in the paddock

Photo by: Simon Galloway / Motorsport Images

O que mudou?

Começando com as mantas. As equipes só podem tirar o cobertor muito antes dos carros saírem da garagem se tiverem uma razão válida para isso. 

Há também um lembrete dos protocolos que envolvem as operações das mantas de pneus, com as temperaturas e ciclo de calor das borrachas claramente indicados em cada etapa como parte das notas do diretor de prova.

Também ficou claro que novas verificações serão feitas para garantir que os cobertores não estejam operando a uma temperatura além do indicado.

Para assegurar que esses limites sejam respeitados em todos os momentos, a FIA colocará representantes nas oficinas para conduzir avaliações de temperatura adicionais durante a classificação e a corrida.

Os tempos de aquecimento designados e a alocação de pneus em uso também serão examinados mais de perto para garantir que apenas os pneus necessários durante a sessão de treinos livres estejam passando por um ciclo de calor.

Tyre valve

Tyre valve

Photo by: Mark Sutton / Motorsport Images

Novos protocolos também foram instalados em relação aos testes de pressão após o uso, deixando claro que nenhuma inflação pode ocorrer após o pneu ter sido usado pela última vez em uma sessão.

Também serão colocados lacres nas válvulas a partir de agora, depois de ter sido confirmado que o conjunto de pneus não será mais usado durante ou após a sessão.

As equipes foram instruídas de que precisam fornecer uma capa adequada para a válvula até 12 de julho de 2021.

A fim de garantir uma leitura precisa das verificações da pressão quando os pneus estão frios, eles poderão ser resfriados em condições ambientes, longe da luz solar direta e podem ser submetidos a várias avaliações à medida que o resfriamento é autorizado.

Para satisfazer os critérios da Pirelli, os pneus também podem ser submetidos a verificações de reaquecimento adicionais.

Enquanto isso, as escuderias foram lembradas de que a composição ou o teor de umidade do gás de inflação não devem ser modificados.

Qual será o impacto das mudanças?

Em termos de impacto na temporada e a hierarquia estabelecida atualmente, é difícil determinar como as mudanças afetarão times e/ou pilotos individuais, mas claramente qualquer um que use meios de diminuir as pressões para ganhar uma vantagem agora perderá uma margem.

Enquanto isso, a preparação das borrachas já foi uma questão importante nesta temporada, com o perfil do pneu dianteiro revisado e a nova construção versátil, o que significa que encontrar o ponto de equilíbrio do desempenho é um pouco mais difícil.

Esta é a razão pela qual vimos diferentes estratégias de preparação utilizadas durante as sessões de classificação. Essa variação pode se tornar mais extrema neste fim de semana se as coisas ficarem mais complicadas para algumas escuderias.

As estratégias durante as corridas também foram um pouco diferentes neste ano, já que os líderes avaliam se há uma vantagem em abrir espaço para os carros que estão atrás para que tenham uma janela de box suficiente para retornarem à frente, ou esperar até que os que estão atrás parem primeiro, indo então para o overcut.

Todas essas situações podem ter um desempenho muito diferente a partir de agora, desde que os novos protocolos realmente tenham um impacto nas equipes.

No entanto, o que está claro é que todas os times do grid estarão estudando a diretriz técnica não apenas para entender como podem cumpri-la, mas também como forma de obter uma vantagem.

A adoção desses novos protocolos também reforça a necessidade de se adaptar continuamente à forma como as equipes operam, sendo apenas o que está realmente escrito nos regulamentos e nas diretrizes técnicas algo passível de fiscalização, mesmo que a intenção original fosse diferente.

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