F1: FIA define novas regras para maior controle das asas flexíveis em 2025

Equipes terão alguns meses para se adaptarem às novas exigências da regulamentadora

Detalhe da asa dianteira do McLaren MCL38

Detalhe da asa dianteira do McLaren MCL38

Foto de: Giorgio Piola

A FIA decidiu limitar a maneira como as equipes de Fórmula 1 podem usar as asas flexíveis ao aplicar novos testes de carga ao longo de 2025. A partir do GP da Austrália, a regulamentadora aumentará a deflexão estática das peças traseiras, além de testes adicionais para as dianteiras a partir do GP da Espanha.

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A decisão é uma reviravolta após a FIA inicialmente afirmar que estava satisfeita com os testes atuais, considerando a dificuldade de impor novos testes eficazes para os diferentes designs de asas das equipes.

No entanto, a entidade agora enviou um rascunho de atualização para a diretiva técnica relevante, TD018, que endurece ainda mais a fiscalização sobre esse fenômeno. A principal motivação por trás dessa mudança tardia de postura é evitar que a aeroelasticidade se torne um grande tema de debate entre as equipes ao longo da nova temporada.

"Após uma análise mais aprofundada realizada pelo Departamento de Monopostos da FIA após a conclusão da temporada de 2024, estamos comprometidos em garantir que a flexibilidade da carroceria não seja mais um ponto de controvérsia na temporada de 2025", confirmou a FIA ao Motorsport.com.

"Como parte desse esforço, ampliaremos o escopo dos testes das asas traseiras a partir do início da temporada de 2025, e testes adicionais para as asas dianteiras serão introduzidos a partir do GP da Espanha".

"Essa abordagem faseada permite que as equipes se adaptem sem a necessidade de descartar componentes existentes desnecessariamente. Esses ajustes visam aprimorar ainda mais nossa capacidade de monitorar e aplicar as regulamentações sobre flexibilidade da carroceria, garantindo condições equitativas para todos os competidores e promovendo corridas justas e emocionantes".

O Motorsport.com apurou que o adiamento da restrição às asas dianteiras para junho – que reduzirá a tolerância de flexão de 15 mm para 10 mm, entre outras medidas – tem o objetivo de ajudar as equipes a se ajustarem aos testes mais rigorosos sem precisar descartar suas asas dianteiras no início da temporada de 2025, já que algumas pretendem continuar usando as asas de 2024.

O conceito de aeroelasticidade tem sido um grande tema de discussão desde a introdução do regulamento de 2022, já que a atual geração de carros com efeito-solo tem sido extremamente difícil de equilibrar entre curvas de baixa e alta velocidade.

Ter asas que se dobram sob carga aerodinâmica e, portanto, alteram suas características, tem sido uma ferramenta essencial para encontrar compromissos de acerto e ampliar a janela operacional dos carros. A McLaren tem sido apontada como uma das equipes que melhor explorou esse conceito em seu MCL38, carro campeão da temporada.

No entanto, o progresso da equipe também gerou questionamentos de rivais, com a Ferrari levantando dúvidas sobre se o nível de flexão adotado por algumas equipes ainda estava dentro do regulamento. Em entrevista ao Motorsport.com, o chefe da Ferrari, Fred Vasseur, revelou que a Scuderia optou por não desenvolver inicialmente uma asa flexível, pois esperava que a FIA reprimisse as soluções adotadas pelos adversários no verão passado.

A entidade chegou a instalar câmeras e adesivos para monitorar melhor o fenômeno no GP da Bélgica, em julho. No entanto, quando a FIA anunciou que não tomaria nenhuma medida e a Ferrari foi forçada a desenvolver seu próprio design para o GP de Singapura, ficando em desvantagem em relação aos rivais.

"Estávamos convencidos de que [a FIA] vetaria essa prática. Mas ela permitiu! Então, provavelmente, perdemos um ou dois meses. É complicado porque, com o teto orçamentário, você precisa fazer escolhas", disse Vasseur.

"Isso significa que, se você tem certeza de que algo não será permitido e começa a desenvolver outra solução, acaba perdendo tempo no túnel de vento".

Agora, a FIA está agindo para evitar mais polêmicas sobre o assunto, após já ter solicitado a algumas equipes, incluindo a McLaren, que fizessem ajustes em suas asas traseiras no ano passado.

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Filip Cleeren
Fórmula 1
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