F1: O que foi discutido na reunião da FIA com os pilotos no Catar?
Faltando duas corridas para o fim da temporada, o órgão regulador decidiu que não fará nenhuma mudança para 2025
Foto de: FIA
Depois de algumas polêmicas nas últimas corridas de Fórmula 1 na temporada de 2025, os pilotos se reuniram, mais uma vez, com a FIA (Federação Internacional de Automobilismo), para discutir o conjunto de 'direções' que é usado até o presente momento para reger as decisões dos comissários. No entanto, o documento oficial publicado após a sessão revela que não haverá nenhuma mudança nas duas próximas etapas.
A tão esperada reunião foi realizada no circuito de Losail na noite de quinta-feira, antes do GP do Catar. Como esperado, a discussão girou em torno das diretrizes de padrões de direção, que provocaram muito debate nesta temporada - especialmente após várias decisões controversas.
As diretrizes de padrões de direção foram introduzidas em 2022 com o objetivo de obter maior consistência na cabine de comissários. No início deste ano, elas foram tornadas públicas para aumentar a transparência e ajudar os fãs a entender melhor os princípios por trás das decisões.
No entanto, os pilotos frequentemente criticaram o documento e sua implementação. Embora as diretrizes não sejam regras, mas pontos de referência para os comissários, muitos acham que, na prática, as decisões são tomadas estritamente de acordo com as definições escritas, em vez da física e dos aspectos práticos da corrida, o que leva a resultados que eles acreditam não se adequarem ao incidente.
"Hoje estamos realmente seguindo as regras", disse Charles Leclerc, da Ferrari, antes da reunião. "E isso dificulta o bom senso, às vezes, em situações específicas".
Quais incidentes foram discutidos?
A declaração da FIA não entrou em muitos detalhes, mas ofereceu um vislumbre do que foi analisado durante o que descreveu como uma discussão "franca, aberta e colegiada". Cinco incidentes desta temporada foram abordados, sendo o mais recente o confronto em Interlagos entre Andrea Kimi Antonelli, Oscar Piastri e Leclerc.
A penalidade de 10 segundos de Piastri, aplicada durante a corrida, foi amplamente considerada injustificada pelos pilotos, embora os comissários tenham especificado que ela estava de acordo com as diretrizes.
Lando Norris, McLaren, Oscar Piastri, McLaren, Andrea Kimi Antonelli, Mercedes
Foto de: Andy Hone/ LAT Images via Getty Images
Dois outros incidentes que resultaram em acidentes também foram discutidos. Um deles foi o choque entre Carlos Sainz e Liam Lawson em Zandvoort, pelo qual Sainz recebeu uma penalidade de 10 segundos que a Williams anulou posteriormente por meio de protesto. O outro foi a colisão em Monza envolvendo Oliver Bearman e Sainz, pela qual o britânico foi penalizado.
Ambos os incidentes destacaram a preocupação de que a aplicação muito rígida das diretrizes pode levar a decisões que os pilotos consideram incorretas, já que grande parte do documento se concentra no posicionamento do carro na entrada da curva em relação a um concorrente. Uma das principais críticas é que as diretrizes efetivamente levam os pilotos a "correrem para o ápice" apenas para estarem do lado certo do texto.
Dois outros casos estavam relacionados aos limites da pista. O grupo analisou o incidente entre Leclerc e Max Verstappen no México sobre "sair da pista e obter uma vantagem duradoura" e o incidente em Austin entre Lando Norris e Leclerc, discutindo se sair da pista durante uma tentativa de ultrapassagem deveria ser considerado uma violação.
Quais foram as conclusões?
Ainda não há um plano claro sobre como as diretrizes podem ser modificadas. A FIA enfatizou que "os dados das últimas três temporadas" mostram que as diretrizes "contribuíram para uma maior consistência" na supervisão, apoiada por uma análise detalhada das equipes. Ela também observou que a versão atual do documento "foi revisada e acordada com a GPDA" [grupo de atuais e antigos pilotos, composto por todos os competidores no grid e gerenciada, no momento, por Sainz e Russell], enfatizando que os próprios pilotos estiveram envolvidos no processo de desenvolvimento do documento que agora criticam com frequência.
A FIA listou quatro conclusões principais. Uma delas foi uma "preferência clara" para que os comissários adiem certas decisões - quando nem todos os elementos relevantes estiverem disponíveis - até depois da corrida, permitindo que eles ouçam os pilotos. Esse foi um ponto levantado por Sainz após Zandvoort.
Outra conclusão foi a opinião compartilhada de que as diretrizes não podem abranger todos os cenários, ressaltando a importância de ter um comissário experiente em cada painel. Apesar de vários pilotos pedirem a presença de comissários permanentes, a FIA não mencionou se isso foi discutido.
Embora o presidente da FIA e a GPDA tenham demonstrado, no passado, um amplo acordo sobre a questão de ter comissários permanentes e profissionais, eles discordam sobre quem deve pagar por eles.
Os outros dois pontos diziam respeito a uma ênfase maior no respeito às bandeiras amarelas e discussões sobre medidas adicionais para aumentar a segurança, bem como uma revisão dos procedimentos de bandeira azul, incluindo possíveis adições para esclarecer o comportamento esperado dos carros em volta.
Ainda não está claro se haverá outras mudanças nas diretrizes após o final da temporada de 2025.
Bortoleto CRITICADO por Gasly, Max JOGA REAL, McLaren SEM AJUDA a Norris e Hamilton MUDA DISCURSO
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