F1: GP da Espanha muda para Madri a partir de 2026 e Barcelona fica com futuro em xeque
Com as duas cidades tendo contrato com a categoria para 2026, Espanha vive 'impasse'; saiba mais no Motorsport.com
Nesta terça-feira, a Fórmula 1 anunciou um acordo com Madri para a realização de GPs da categoria máxima do automobilismo na capital espanhola por 10 temporadas, entre os campeonatos de 2026 e 2035.
Com isso, a etapa em um circuito de rua madrilenho estreará na elite global do esporte a motor no mesmo ano em que passará a valer o novo regulamento da F1, cujo foco está principalmente em uma unidade de potência revisada, com ainda mais protagonismo da parte elétrica.
O contrato da categoria com Madri também deve impactar a atual sede do GP da Espanha, já que o circuito de Barcelona-Catalunha, em Montmeló, tem vínculo com a F1 até 2026. Entretanto, o Motorsport.com apurou que o evento catalão de 2026 não deve ocorrer.
Isso porque a categoria não tem interesse em realizar duas corridas na Espanha no mesmo ano, de modo que o contrato com Barcelona deve ser abreviado e concluído na temporada 2025 da competição, ainda que não aja qualquer confirmação oficial neste sentido.
Aliás, a reportagem soube ainda que o anúncio relativo a Madri poderia ter acontecido já no GP de Abu Dhabi de 2023, que encerrou o último campeonato da F1, mas questões burocráticas mudaram os planos.
De qualquer forma, a ocasião desta terça contou com a presença do CEO da categoria, Stefano Domenicali, que visitou a área do circuito para tornar a novidade pública ao lado de José Vicente de los Mozos, presidente do Ifema, centro de exposições pelo qual o traçado do novo GP passará.
Também estiveram na solenidade Isabel Díaz Ayuso, presidente da Comunidade de Madri; José Luis Martínez Almeida, prefeito de Madri; e Ángel Asensio, presidente da Câmara de Comércio de Madri.
Photo by: Formula 1
IFEMA Madrid
"Madri é uma cidade incrível, com uma herança cultural e esportiva maravilhosa, e o anúncio de hoje inicia um grande novo capítulo para a F1 na Espanha", disse o CEO da F1, Stefano Domenicali. "Quero agradecer à equipe da IFEMA, o governo da região de Madri e o prefeito da cidade na formulação dessa proposta fantástica".
O presidente da FIA, Mohammed ben Sulayem, reforçou que o local terá um grande foco em sustentabilidade.
"Os carros modernos da F1 correndo em um novo circuito na capital espanhola é uma perspectiva animadora. Em nosso caminho para a introdução do regulamento de 2026, feito pensando na meta de neutralizarmos as emissões de carbono em 2030, é ótimo ver que a organização local têm um grande foto na sustentabilidade ambiental para o evento".
Isabel Díaz Ayuso, presidente da Região de Madri, enfatizou o impacto econômico previsto para a cidade.
"Somos o principal motor da prosperidade e progresso da Espanha. O evento, que prevemos que será acompanhado globalmente por 70 milhões de pessoas, representará um aumento de mais de 450 milhões de euros na receita de Madri por ano, além da criação de 8.200 empregos".
"A Comunidade de Madri é uma região com grande projeção internacional, aberta, plural e competitiva, e a F1 poderá contribuir para consolidar ainda mais a marca de Madri entre as melhores do mundo".
A pista
A prova será realizada em um circuito que passará por locais como o Ifema, Valdebebas (a 'cidade esportiva' do Real Madrid) e a área onde o festival Mad Cool costumava ser realizado. Terá 5 km com a largada/chegada em frente ao pavilhão do Ifema, passando também por vias públicas. O traçado conta com 20 curvas e uma previsão de tempo de volta de 01min32s.
O contrato foi assinado no início de novembro passado e o Ifema, com o apoio da cidade de Madri e da Comunidade de Madri, pagará 35 milhões de euros por ano como taxa para a F1, embora com dinheiro proveniente de capital privado.
O responsável pelo projeto e por toda a negociação foi Luis García Abad, empresário do piloto espanhol da Aston Martin F1 Fernando Alonso durante quase toda a carreira do bicampeão da F1. O asturiano, aliás, teve Domenicali como chefe em sua passagem pela Ferrari (2010-2014).
A F1 solicitou a construção de um Paddock Club para 5000 pessoas e os investidores externos para financiar a corrida ainda não foram confirmados. Um dos nomes especulados é o de Carlos Slim, mexicano patrocinador do compatriota Sergio Pérez, piloto da Red Bull.
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