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Massa culpa mau comportamento da Ferrari com Pirelli por ano ruim

Brasileiro se mostra confiante de que mudanças nos compostos em 2012: "As coisas vão mudar no sentido que eu necessitava"

Massa prepara-se para sua sétima temporada na Ferrari

Após um ano decepcionante, em que ficou em um destacado sexto lugar no campeonato, tendo como melhores resultados seis quintos lugares, Felipe Massa garante que sabe o que faltou em 2011 e está pronto para recuperar terreno na Ferrari.

“A melhor coisa nesta altura é que o Mundial acabou e não vou ter de voltar a pilotar este carro com estes pneus. Desde o inicio dos testes que nunca me senti à vontade com as características do F150º Itália e quanto mais duros eram os pneus que utilizávamos, pior era a minha situação”, garantiu o brasileiro em entrevista à revista Autosport portuguesa.

O piloto da Ferrari se mostrou confiante em relação a uma melhora de sua performance no ano que vem, devido às mudanças nos compostos da Pirelli e ao novo carro, e garante que a equipe italiana não cogitou substituí-lo em 2011.

“Só dou atenção ao que a equipe me diz e sei que nunca foi equacionada a minha saída no final deste ano. Mas também sei que a Ferrari quer ter dos pilotos em posição de lutar pela vitória em todas as corridas e vou ter de ser mais rápido e mais constante em 2012. Como a Ferrari vai ter um carro mais competitivo e a Pirelli vai abandonar os compostos mais duros, as coisas vão mudar no sentido que eu necessitava e, por isso, estou convencido que poderei voltar a ter os mesmos resultados que no passado. Quero voltar a ganhar Grandes Prémios e quero ser campeão do mundo, porque sei que tenho talento e capacidade para isso e estou na melhor equipe do mundo.”

O brasileiro explicou que o grande problema da Ferrari em 2011 foi entender o correto funcionamento dos pneus Pirelli. “Parte disso vinha de uma falta de carga aerodinâmica do projeto inicial, mas mesmo quando fizemos progressos neste campo o problema nunca desapareceu, apesar de ter sido atenuado. Quanto mais duro era o composto que usávamos, maior era a nossa dificuldade e isso foi visível em muitas corridas, pois rodávamos no grupo que incluia os McLaren e o Mark Webber enquanto usávamos os pneus mais macios, mas mal colocávamos os pneus mais duros, tanto o Alonso como eu perdíamos terreno para eles”.

Então como explicar os dez pódios do companheiro Fernando Alonso? Massa mesmo reconhece que sofreu mais que o espanhol, especialmente na primeira parte do campeonato. Depois, sua rival foi o azar.

“Acho que podemos dividir a temporada em duas partes para mim. Na primeira, eu tinha tantos problemas em conseguir fazer os pneus funcionarem na classificação que nunca atingi o potencial do carro. Por isso, as minhas provas eram de recuperar terreno, raramente entrando na luta pela frente. Mas, a partir da Hungria as coisas mudaram e em seis corridas qualifiquei-me quatro vezes na frente do meu companheiro de equipe, o que não é fácil, pois o Alonso é um piloto extremamente rápido. E o meu rendimento de corrida foi sempre idêntico ao dele enquanto utializamos os pneus mais macios, andando muitas vezes à frente dele. Mas perdi muitas posições nas boxes ao tentar estratégias diferentes e, com pneus mais duros, o meu rendimento era inferior, o que inviabilizou a minha chegada ao pódio em várias corridas.”

Outro que se tornou uma dor de cabeça para Massa no decorrer do ano foi Lewis Hamilton. O brasileiro tocou-se com o inglês em cinco oportunidades – acabou abandonando o GP de Mônaco, não sofreu grandes consequências após as colisões em Silverstone e em Suzuka, e teve a corrida bastante prejudicada em Cingapura e na Índia.

“Tenho a maior consideração pelo Lewis como piloto e nunca tive problemas com ele como pessoa. Mas ele passou por uma fase complicada em que se envolvia em incidentes quase todas as corridas, comigo e com outros pilotos. Teve mais acidentes comigo porque lutávamos pelas mesmas posições e não parecia capaz de perceber que tinha de mudar a sua forma de pilotar, mesmo sendo repetidamente penalizado. Acho que a minha posição no Mundial não seria outra se não perdesse tantos pontos nos incidentes com o Lewis, mas os meus resultados teriam sido melhores e acredito que teria conseguido ir ao pódio em algumas ocasiões.”

Perguntado se acredita que o acidente sofrido no treino clasificatório para o GP da Hungria, em 2009, que o fez perder metade daquela temporada, afetou sua pilotagem, Massa afirma que a queda de rendimento nos últimos anos é uma coincidência.

“Acho que as pessoas ligaram duas coisas que tinham pouco a ver uma com a outra e chegaram à conclusão errada. Em 2008 e 2009 tinha um carro que se adaptava perfeitamente ao meu estilo de pilotagem, o que não aconteceu em 2010 e ainda mais em 2011. A diferença nos resultados tem uma razão técnica e não humana.”

“Nas pistas não existe uma razão para eu ser mais cauteloso, porque o meu acidente não teve origem nem num erro meu, nem numa falha do meu carro. Tenho passado muitas voltas atrás de outros carros sem pensar que vão perder uma peça, mas não é por isso que tento ultrapassar: é porque quero ganhar uma posição.” 

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